Movimentos chamam atenção às violações de direitos pelas mineradoras

Audiência-Mineração-1Por Vinicius Ehlers, na Página do MST

Nesta quarta-feira (21), em Brasília, foi realizada a audiência da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH-Senado) sobre o impacto da extração de minerais e poluição no Brasil. Durante a atividade, os movimentos sociais solicitaram maior atenção do Estado aos processos judiciais contrários as grandes mineradoras do país.

Representantes das organizações afirmam que a exploração predatória de minérios causa graves violações aos Direitos Humanos de comunidades tradicionais e moradores vizinhos de estradas de ferro e mineradoras, sem representar avanços sociais. O Projeto de Lei do Senado 508/2013, que criminaliza as manifestações, também foi alvo de críticas.

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Povo Pataxó ocupa Diretoria de Educação para exigir o fim de indicações políticas nos cargos e licitações

pataxó teixeira de freitas Cimi Regional Leste/Equipe extremo sul da Bahia

Desde a manhã desta quarta-feira, 21, cerca de 200 pataxó ocupam a Diretoria Regional de Educação, Cultura e Cidadania (Direc) 9, município de Teixeira de Freitas, extremo sul da Bahia. O movimento pede transporte escolar de qualidade e o fim das indicações políticas nas licitações de empresas que fazem este serviço. Por conta disso, os pataxó exigem a exoneração do atual coordenador do Direc-9 e que o cargo seja exercido com o compromisso de atender a demanda das comunidades, não de políticos e seus partidos.

A ocupação da diretoria seguirá por tempo indeterminado e os indígenas reivindicam a presença do secretário de Educação do governo da Bahia. “Estamos denunciando essas coisas faz tempo e nunca responderam para nós. Agora só saímos depois que o representante do governo chegar aqui para negociar”, afirma Linho Pataxó. Conforme os indígenas, o coordenador do Direc-9 ocupa o posto submetido a interesses partidários, inclusive em sua preferência por determinadas empresas no transporte escolar. (mais…)

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PGR recorre ao Supremo para manter julgamento dos crimes contra meninas indígenas na Justiça Federal

Polícia Federal do Amazonas assumiu as invstigações em 2012 (Foto: Alberto César Araújo)
Polícia Federal do Amazonas assumiu as investigações em 2012 (Foto: Alberto César Araújo)

Kátia Brasil, Amazônia Real

A Procuradoria Geral da República, em Brasília, ingressou com o recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF) para manter na Justiça Federal do Amazonas a competência de julgar os dez réus da Operação Cunhantã acusados de explorar sexualmente meninas indígena do município de São Gabriel da Cachoeira, na fronteira do Estado com a Colômbia.

Conforme publicou a agência Amazônia Real, em abril último o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou remeter a ação penal, que tramita em sigilo, à Comarca do Município de São Gabriel da Cachoeira. A Corte entendeu que o argumento da Justiça Federal ficou mantido na “hipotética ofensa ao patrimônio moral e cultural da comunidade indígena” e que os crimes contra as meninas “não foram consumados na terra indígena”. (mais…)

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Baixio de Irecê: Audiência pública discutiu denúncia de que áreas adquiridas pela Codevasf para implantação do projeto de irrigação resultam de grilagem

Comunidades de fundo de pasto foram ouvidas pelo MPF
Comunidades de fundo de pasto foram ouvidas pelo MPF

Comunidade discute impactos de projeto de irrigação Baixio de Irecê

Ministério Público Federal na Bahia

O Ministério Público Federal em Irecê (MPF/BA) realizou na última terça-feira, 20 de maio, no município de Xique-Xique, a 577km da capital, uma audiência pública com o objetivo de conhecer os impactos da implantação do projeto de irrigação “Baixio de Irecê” nas atividades das comunidades tradicionais que vivem no local. O evento teve forte presença das comunidades tradicionais, que relataram a insatisfação com o projeto.

Mediada pelo procurador da República Samir Cabus Nachef Júnior, a audiência discutiu denúncia de representantes das comunidades de que as áreas adquiridas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), para implantação do projeto, resultam de um violento processo de grilagem sofrido nas décadas de 70 e 80. A denúncia deu origem ao inquérito civil público que apura o caso. (mais…)

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Carta de encerramento do Seminário Internacional Carajás 30 anos

Foto: Marcelo Cruz
Foto: Marcelo Cruz

Em Justiça nos Trilhos

O Seminário Internacional Carajás 30 Anos: resistências e mobilizações frente a projetos de desenvolvimento na Amazônia Oriental, realizado na cidade de São Luís, de 5 a 9 de maio de 2014, no Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão, constituiu-se Território D. Tomás Balduíno.

Após todos os debates, reflexões, articulações e mobilizações que fizemos ao longo do processo, incluindo os Seminários Preparatórios realizados em Imperatriz (18 a 20 de outubro de 2013), Santa Inês (20 a 22 de março de 2014), Marabá (21 a 23 de março de 2014) e Belém (09 a 11 de abril de 2014), afirmamos que:

- O extinto Programa Grande Carajás, cujas continuidades, hoje, são comandas pela Vale e seus parceiros, impôs um modelo de desenvolvimento que trouxe enormes prejuízos sociais, econômicos, políticos, culturais, artísticos, ambientais à Amazônia oriental. Mineração, exploração ilegal de madeira, indústrias poluidoras, pesca predatória, monocultivos, pecuária extensiva, especulação imobiliária no campo e na cidade, obras de infraestrutura provocam profundas alterações nas paisagens e nos modos de vida. (mais…)

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PA – Indígenas reivindicam readmissão de coordenador da educação modular

santarem indigenas
Lideranças indígenas vão a MPF reivindicar retorno de coordenador (Foto: Paola Dutra/G1)

Sem coordenação, professores não podem ser enviados às aldeias. Se não tiverem resposta, lideranças prometem realizar protesto.

Do G1 Santarém

Professores e alunos do Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) e lideranças indígenas do oeste do Pará entregaram na manhã de terça-feira (20) um documento ao Ministério Público Federal em Santarém, oeste do Pará, denunciando o descumprimento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), firmado em abril deste ano.

O termo é um acordo entre Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Secretaria de Estado de Educação (Seduc), 5ª Unidade Regional de Educação (5ª URE) e lideranças indígenas e prevê que servidores da educação temporários sejam mantidos no cargo até a abertura de um concurso público, que deve ser realizado entre 2016 e 2017.

Segundo o coordenador geral do conselho indígena Tapajó-Arapiun, João Tapajós, o coordenador do SOME e professores foram demitidos no mês de abril sem justificativa. Os professores foram readmitidos, porém, o coordenador do Some indígena permanece fora da função. (mais…)

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Xukuru de Ororubá reúne povos do Nordeste em assembleia que discutiu território e acesso à água

assembleia xucuruCimi Regional Nordeste

“A água é um elemento sagrado que faz parte do contexto espiritual do povo Xukuru. Quem escolheu esse tema foram os Encantados, para que o povo Xukuru possa saber a importância do território sagrado”, afirmou o cacique Marcos Xukuru durante a XIV Assembleia do Povo Xukuru de Ororubá, que ocorreu entre os dias 17 e 20 deste mês na aldeia Pedra d’água, “Recanto dos Encantados”, terra indígena localizada no município de Pesqueira (PE).

O tema da assembleia foi “Limolaigo Toipe – Terra dos Ancestrais: A Água é o Sangue da Terra”. A aldeia Pedra d’água, que sediou a encontro, foi a primeira retomada realizada pelos xukuru do território sagrado e é lá que está enterrado cacique Xikão Xukuru, assassinado em 1998 no contexto da luta pelo território que em 2001 acabou sendo demarcado e hoje é motivo de tema da assembleia. (mais…)

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RO – Especialistas apontam falhas e reafirmam necessidade de novos estudos de impacto das usinas

Cheia do rio Madeira (Foto: Secom/Acre/Fotos Públicas)
Cheia do rio Madeira (Foto: Secom/Acre/Fotos Públicas)

Jornal Acre 24 horas

Especialistas com larga experiência em empreendimentos hidrelétricos no Brasil foram unânimes em afirmar nesta terça-feira (20) a ocorrência de falhas nos estudos de impacto ambiental da construção das usinas hidrelétricas do rio Madeira, em Porto Velho, e, por esse motivo, reafirmaram a necessidade da produção de novas análises.

“Existem lacunas nos estudos. Vários cálculos, inclusive os relacionados aos reservatórios, foram subestimados. É certo que a cheia do Madeira mostrou da forma mais dramática os efeitos das barragens. Agora, é preciso fazer uma revisão, uma redefinição dos conceitos que basearam as construções para sabermos, entre outras coisas, o que pode ocorrer diante de outro evento extremo”, disse a Professora da Universidade Federal do Pará e diretora do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Édna Castro.

A professora integra o grupo de especialistas que concedeu entrevista coletiva na manhã desta terça, como parte das atividades voltadas para a discussão acerca da produção de novos estudos de impacto ambiental das usinas hidrelétricas no rio Madeira, após a cheia histórica de 2014. A atividade é uma iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) e Estadual (MPRO), Defensorias Públicas da União (DPU) e do Estado (DPE) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RO), com apoio da Universidade Federal de Rondônia (Unir). (mais…)

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Pesquisador critica decisão de liberar construção de usinas do Madeira quando havia parecer contrário do IBAMA

pesqui_ibama uhe madeiraJornal Acre 24 horas

Em Porto Velho para participar das reuniões iniciais do novo estudo sobre o impacto ambiental causado pelas Usinas do Madeira, o professor doutor Célio Bermann criticou duramente a medida que ignorou parecer favorável a concessão de licença ambiental para a construção dos dois empreendimentos.

Doutor em engenharia mecânica na área de Planejamento de Sistemas Energéticos pela Unicamp, Bermann é considerado uma das maiores autoridades da área e será um dos três estudiosos convidados pelo Ministério Público do Estado convidados para elaborarem o novo estudo.

Nesta terça-feira (20), ele criticou os gestores públicos que ignoraram o parecer 014/2007, do IBAMA, que naquela época, se manifestou contrário a liberação ambiental para a construção das usinas.

“ Foi uma decisão política, todos nós sabemos, e agora estamos vendo o reflexo dessa medida. Os gestores que autorizaram a emissão da licença ambiental é que devem responder por essas consequências. O IBAMA emitiu um parecer correto, mas foi suplantado pelo Ministério do Meio Ambiente. Diante do que vimos recentemente, está provado que o parecer estava correto, porque os danos estão ai”, disse ele. (mais…)

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“Mosaicos e Territórios”, por Cândido Grzybowski

mosaicos m atlantica rjPor Cândido Grzybowski, Ibase

Há um ano o Ibase está engajado num projeto que tem como preocupação central o fortalecimento de Mosaicos da Mata Atlântica. Trata-se de uma ação em parceria com Conselhos de Gestão, SEAM/SEA, INEA, FUNBIO, para fortalecer os Mosaicos da Mantiqueira, Carioca, Bocaina, Central Fluminense e Mico Leão Dourado, criados pelo Ministério do Meio Ambiente. Mas, para além das questões operacionais envolvidas, é importante que vejamos a novidade e o potencial que carregam os “mosaicos” na reconstrução e recomposição da nossa relação como seres humanos com a biosfera. A própria ideia dos “mosaicos” precisa ser abraçada pela sociedade, por toda cidadania ativa, pelo que traz de questionamento sobre os modos como nos organizamos, produzimos, e a necessidade de mudança de rumo, isto se nos preocuparmos com a justiça socioambiental e com a sustentabilidade da vida, de todas as formas de vida e do próprio planeta.

Ao reconhecer que áreas próximas de um mesmo bioma (de algum modo protegidas, mesmo se descontínuas, mas compartindo bacias hidrográficas e apresentando semelhanças e interdependências quanto aos ciclos da natureza e da vida), a criação dos “mosaicos” põe em destaque algo essencial nos territórios onde vivemos: o que são e como podem ser conformados os nossos bens comuns naturais, indispensáveis à continuidade da vida. Ser mosaico não é algo intrínseco. Somos nós, em última instância, que criamos o mosaico no esforço de preservar parte de um bem comum que ainda resiste e que pode ser regenerado. Aliás, o próprio caráter de comum não é intrínseco, e nem é um a piori. Ser comum é um resultado, uma consciência e uma prática comum. Os bens comuns não são comuns, mas se tornam comuns socialmente. Os bens comuns são aqueles que as relações sociais identificam e gerem como comuns. A necessidade sentida, almejada e enfrentada coletivamente leva a criar e desenvolver bens comuns. A desenfreada busca de acumulação capitalista privada promove a privatização e a mercantilização de tudo, cerceando e destruindo os bens comuns. O Ibase se engaja junto na viabilização dos “mosaicos” tendo esta motivação. (mais…)

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