PA – Indígenas reivindicam readmissão de coordenador da educação modular

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Lideranças indígenas vão a MPF reivindicar retorno de coordenador (Foto: Paola Dutra/G1)

Sem coordenação, professores não podem ser enviados às aldeias. Se não tiverem resposta, lideranças prometem realizar protesto.

Do G1 Santarém

Professores e alunos do Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) e lideranças indígenas do oeste do Pará entregaram na manhã de terça-feira (20) um documento ao Ministério Público Federal em Santarém, oeste do Pará, denunciando o descumprimento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), firmado em abril deste ano.

O termo é um acordo entre Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Secretaria de Estado de Educação (Seduc), 5ª Unidade Regional de Educação (5ª URE) e lideranças indígenas e prevê que servidores da educação temporários sejam mantidos no cargo até a abertura de um concurso público, que deve ser realizado entre 2016 e 2017.

Segundo o coordenador geral do conselho indígena Tapajó-Arapiun, João Tapajós, o coordenador do SOME e professores foram demitidos no mês de abril sem justificativa. Os professores foram readmitidos, porém, o coordenador do Some indígena permanece fora da função.

Ele afirma ainda que, sem coordenação, educadores não podem ser enviados para as aldeias para ministrar as aulas. “São cerca de 2 mil alunos que assistem aula pelo Sistema Modular; já temos comunidades que estão sem educadores, porque eles precisam do encaminhamento do coordenador para que o líder da aldeia autorize que ele entre na localidade. Se continuar sem coordenação vão parar todas as aulas”, relatou.

Aguardam resposta
De acordo com Tapajós, os professores tentam contato com a Seduc por meio de ligações e ofícios, mas nenhuma resposta foi enviada. Ao todo, são 32 professores que trabalham nas regiões de Oriximiná, Belterra, Santarém, Jacareacanga, Novo Progresso e Itaituba.

Após o dia 30 de maio, não podem ser contratados novos profissionais temporários, já que entra no período de campanha eleitoral, onde nos três meses antes e três meses após o processo não poderá haver contratações, somando seis meses sem coordenadores e professores enviados para as aldeias. “Temos urgência em voltar à coordenação e que as aulas retornem”, ressalta Tapajós.

Em reunião com coordenadores da 5ª URE nesta terça-feira (20), o órgão solicitou que um novo documento seja enviado pedindo a readmissão do coordenador do Some indígena. O documento deve ser entregue na tarde desta quarta-feira (21). As lideranças indígenas e professores afirmam que, se não receberem resposta até esta quinta-feira (22), irão organizar uma manifestação para pressionar as autoridades na próxima segunda-feira (26).

G1 fez contato com a  assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação, mas até a publicação desta matéria, não recebeu pronunciamento sobre o assunto.

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