PEC 215 não irá a votação sem consenso, diz presidente da Câmara

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Por Comitê de Comunicação da Mobilização Nacional Indígena

O presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), sintetizou em uma palavra seu compromisso com os povos indígenas sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215: consenso. “Posso afirmar que enquanto eu estiver presidente só terá chance de ir a votação se tiver o consenso dessa casa. Precisa ser unanimidade”, afirmou Alves durante reunião nesta quarta, 28, com comissão formada por 20 lideranças da Mobilização Nacional Indígena.

Em trâmite numa comissão especial instalada pelo próprio Alves, a proposta forçada pela bancada ruralista visa transferir do Executivo para o Legislativo a demarcação de terras indígenas.  “Os ruralistas da comissão têm feito audiências pelo país, mas não para dialogar. Querem apenas legitimar uma decisão que eles já têm”, explicou ao presidente da Câmara Sônia Guajajara, dirigente da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

Sônia frisou que durante o segundo semestre do ano passado uma comissão paritária de indígenas e parlamentares levou a Alves um relatório final apontando a inconstitucionalidade da PEC 215, depois de debates e audiências públicas com os  juristas Dalmo Dallari e Carlos Frederico Marés. “Este relatório não foi considerado, mas as teses dos ruralistas sim. Seguiram adiante”, completou Sônia.

No Senado, a comissão se reuniu com o presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB/AL), para tratar da PEC 038, irmã siamesa da 215, mas que deixa a Câmara Federal de fora da decisão sobre as demarcações. Um pouco mais enfático ante seu colega de partido e cadeira, Calheiros refutou o avanço destas PECs e garantiu que em sua presidência o destino delas será a gaveta: “Não passarão”. (mais…)

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O Ajuste de Direitos proposto pelo Ministro da Justiça, por Marcelo Zelic e Jair Krischke

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Em GGN

As declarações do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo sobre as “negociações”, que realizou recentemente no Rio Grande do Sul com os povos Guarani e Kaingang, para resolver o conflito de terras que se arrasta há décadas neste estado, acende o sinal vermelho para aqueles que se preocupam com os rumos dos direitos humanos no Brasil.

A solução encontrada é de estarrecer: retirada de direitos para os Guaranis e intimidação do movimento Kaingang com a prisão de suas lideranças.

Segundo o site da Fundação Nacional do Índio a situação da terra indígena de Mato Preto foi reconhecida como de ocupação tradicional do povo Guarani no Rio Grande do Sul, sendo portanto constitucionalmente uma terra declarada indígena, aguardando somente os procedimentos finais do executivo para sua demarcação, homologação e a consequente desintrusão dos invasores que usurparam os direitos Guaranis a estas terras no passado. (mais…)

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Comitê Popular da Copa e Mobilização Nacional Indígena denunciam violência policial

Foto: Indígenas feridos durante o ato unificado "Copa pra Quem?" falam na coletiva de imprensa. Oswaldo Braga de Souza/ISA
Foto: Indígenas feridos durante o ato unificado “Copa pra Quem?” falam na coletiva de imprensa. Oswaldo Braga de Souza/ISA

Segundo Comitê Popular da Copa do Distrito Federal, quatro mil pessoas participaram da passeata que parou o centro de Brasília, no final da tarde de ontem. Pelo menos oito ficaram feridas, entre eles seis indígenas, e três pessoas foram presas, mas já estão soltas

Comunicação da Mobilização Nacional Indígena – O Comitê Popular da Copa e a Mobilização Nacional Indígena denunciaram hoje a violência policial cometida na repressão à manifestação pacífica realizada, ontem (27/5), no centro de Brasília, em protesto contra as violações de direitos perpetradas em todo País em nome da Copa do Mundo.

Segundo balanço divulgado pelo Comitê Popular da Copa no Distrito Federal, quatro mil pessoas participaram da passeata que parou o centro de Brasília, no final da tarde. Pelo menos oito ficaram feridas, entre eles seis indígenas, e três pessoas foram presas, mas já estão soltas. As informações foram divulgadas numa coletiva de imprensa na tarde de hoje (28/5), em Brasília. (mais…)

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MPF recomenda que a prefeitura de Jacareacanga recontrate imediatamente professores indígenas

foto: Larissa Saud
foto: Larissa Saud

Prefeitura desobedeceu a legislação e descumpriu todos os objetivos da educação escolar indígena ao demitir 70 professores que educavam há anos nas escolas do povo Munduruku.

Ministério Público Federal no Pará

O Ministério Público Federal enviou recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Jacareacanga para que recontrate imediatamente os 70 professores indígenas que trabalhavam na Terra Indígena Munduruku e não tiveram seus contratos renovados no início do ano. O secretário Pedro Lúcio Santa Rosa da Luz tem prazo de 20 dias para informar ao MPF sobre o cumprimento da recomendação.

Ao descontinuar os contratos dos professores, que trabalhavam há pelo menos 7 anos na educação escolar Munduruku, a prefeitura desobedeceu legislação internacional e nacional, descumprindo os objetivos da educação escolar indígena. De acordo com a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com a Constituição Federal brasileira, às crianças indígenas é assegurado o ensino em sua língua materna, além dos processos próprios de aprendizagem. (mais…)

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MPF/AM: Justiça Federal suspende implantação do Polo Naval do Amazonas

Área do rio Amazonas que pode ser afetada pelo Povo Naval. Foto: Valter Calheiros
Área do rio Amazonas que pode ser afetada pelo Povo Naval. Foto: Valter Calheiros

Medida liminar suspendeu efeitos do decreto de desapropriação e todas as medidas referentes à implantação do empreendimento por ausência de consulta prévia a comunidades afetadas

A Justiça Federal no Amazonas determinou, em caráter liminar, a suspensão dos efeitos do decreto que declarou de utilidade pública áreas para implantação do Polo Naval do Amazonas. Atendendo a pedido do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) em ação civil pública, a Justiça determinou ainda a suspensão imediata de todas as medidas referentes ao projeto de implantação do Polo Naval, enquanto não for realizada consulta prévia, livre e informada das comunidades tradicionais ribeirinhas que vivem na região.

Na ação civil pública, o MPF/AM aponta que a área a que se refere o Decreto nº 32.875/2012, que desapropria os terrenos para a implantação do empreendimento, impactará famílias de, pelo menos, 19 comunidades tradicionais ribeirinhas que vivem na região do Lago do Puraquequara e à margem esquerda do rio Amazonas. (mais…)

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MPF/ES discute demandas ambientais e das comunidades tradicionais em audiência pública

Foto: MPF
Foto: MPF

Ambientalistas, pescadores e quilombolas expuseram preocupação com os grandes empreendimentos e outras atividades

MPF

A preocupação dos pescadores e das associações quilombolas com os grandes empreendimentos implantados ao redor de suas comunidades, causando a extinção de suas atividades econômicas de sustento e o envenenamento das águas e da população, foi uma das vertentes discutidas durante a audiência pública sobre demandas ambientais e comunidades tradicionais, realizada pelo Ministério Público Federal em São Mateus (MPF/ES), no dia 22 de maio.

O evento, que aconteceu no auditório da Promotoria de Justiça do município, faz parte da ação coordenada “MPF em defesa das Unidades de Conservação (UCs)”, promovida pelo MPF nacionalmente em comemoração ao Dia do Meio Ambiente (5 de junho). O objetivo é que procuradores em todo o país atuem coordenadamente para a implementação efetiva das Unidades de Conservação federais, responsabilidade da União, do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e, principalmente, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Durante a audiência, como prestação de contas, foram informadas todas as ações do MPF para defesa do meio ambiente, especialmente aquelas ajuizadas contra Petrobras, TAG S/A e Transpetro por danos ambientais e materiais em suas operações. Foram deferida liminares, nesses processos, para impedir a renovação de licenças ambientais até que se cumpram as condicionantes. No entanto, as decisões foram posteriormente revertidas, em grau de recurso. (mais…)

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Movimentos sociais preveem disputa para regulamentar PEC do Trabalho Escravo

trabalhoescravo-300x175Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil 

Nem a demora de 15 anos diminuiu o entusiasmo com que militantes reagiram à aprovação, ontem (27), da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo no Senado. Aprovado por unanimidade, o texto altera o artigo 243 da Constituição Federal – que já previa a expropriação de terras usadas para o plantio de plantas psicotrópicas -, autorizando o Estado a desapropriar também os imóveis urbanos e rurais onde for constatada a exploração de trabalho análogo à escravidão.

Para representantes de entidades ouvidas pela Agência Brasil, a disputa agora se dará em torno da regulamentação da proposta, em que, entre outras coisas, será explicitado o que é trabalho escravo. “A proposta de emenda foi aprovada por unanimidade porque a bancada ruralista tem certeza de que, na sequência, conseguirão aprovar uma regulamentação que vai tornar a PEC inócua. O jogo é esse”, disse à Agência Brasil o coordenador da campanha contra o trabalho escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frei Xavier Plassat.

Ontem, após a aprovação da PEC, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que a regulamentação poderá ir à votação já na próxima semana. O senador é o relator do Projeto de Lei do Senado 432/13, que disciplina o processo de expropriação de terras, diferenciando o descumprimento da legislação trabalhista do que se entende por trabalho semelhante à escravidão. O projeto de regulamentação também prevê que a expropriação só seja autorizada depois que o proprietário da área tenha esgotado todos os recursos legais contra a sentença penal condenatória. (mais…)

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Comitê da bacia lança campanha pela revitalização do Rio São Francisco

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Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil 

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco divulgou hoje (28) a campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”, que estabelece o dia 3 de junho como o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, como o rio é chamado pelos ribeirinhos. Nessa data, várias mobilizações devem ocorrer em toda a extensão da bacia, com o objetivo de alertar a população sobre a importância de revitalizar o rio.

Miranda falou ainda sobre a forte estiagem que atinge o Velho Chico, a pior em 50 anos, e sobre a vulnerabilidade do rio. “O Brasil é um país privilegiado em termos de recursos hídricos, mas isso não quer dizer que essa água se distribua de maneira igualitária. É como a natureza trabalha. Enquanto a Região Norte tem praticamente 65% dessa disponibilidade, no Nordeste temos apenas 3%. Há essa disparidade e, nesse contexto, o São Francisco é determinante e está sob enorme pressão de demandas para usos múltiplos”. (mais…)

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SE – Quilombolas resistem e não deixam terras que ocupam há mais de um século

Moradores da região do Baixo São Francisco, em Sergipe, estão ameaçados por uma decisão judicial que designa a desapropriação; mesmo local aguarda regularização desde 2012 (Carol Westrup)
Moradores da região do Baixo São Francisco, em Sergipe, estão ameaçados por uma decisão judicial que designa a desapropriação; mesmo local aguarda regularização desde 2012 (Carol Westrup)

Por Carol Westrup, de Sergipe (SE), em Brasil de Fato

Segunda-feira, dia 26 de maio de 2014. Entre a paisagem rústica da região do Baixo São Francisco sergipano, os arrozeiros e as criações de peixe, homens e mulheres, em círculo, aglomeravam-se inquietos na sede da comunidade quilombola da Resina. Motivo? Uma decisão judicial de reintegração de posse de uma área de mais de 70 hectares, onde mais de 40 famílias sobrevivem e cultivam a sua vida.

Em minúcias, a decisão proferida pelo juiz federal, Ronivol de Aragão, no dia 29 de abril, demanda que as mais de 40 famílias saiam da sede da comunidade quilombola da Resina para que a então proprietária, Ana Catarina Santos Martins, tome posse. O prazo final para o cumprimento da sentença terminou ontem (27), mas a comunidade resiste e permanece no local.

Representante do INCRA, Antonio Oliveira dos Santos, também membro da Comissão designada para emitir o relatório para a Justiça Federal, e o ouvidor agrário Paulo Chagas, estiveram no local nas primeiras horas da manhã do dia 26, para ler a decisão judicial para a comunidade. (mais…)

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