
Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental
Como diz o nome, ‘entrevista coletiva’ tem por característica essencial o fato de reunir diversos jornalistas, de diferentes veículos, para buscar informações sobre determinada questão. Isso tira dela, pois, qualquer (1) caráter de exclusividade, já que é coletiva; e (2) possibilidade de ser ‘oficial’, uma vez que envolve perguntas e respostas, de mais de um repórter, que por sua vez com certeza escreverá a matéria ao seu jeito, priorizando as questões que achar mais importantes.
Tudo isso se torna ficção, entretanto, quando, como vemos na ilustração ao lado, A Crítica de Humaitá anuncia uma “Coletiva Oficial”, encimada pelo adjetivo “Exclusivo”! Mas o pior não é isso pois, a julgar por uma pesquisa em diferentes portais, de fato parece ter havido um só repórter, o qual escreveu um texto que sofreu apenas quatro tipos de mudanças, e assim mesmo eventualmente: às vezes na assinatura; outras, no título; algumas, na ilustração, e, finalmente, na presença ou ausência de numeração nas perguntas.
Diante dessa “entrevista coletiva oficial” fica extremamente difícil escaparmos da história única. Pode-se apenas escolher com qual ilustração ou onde lê-la: no Portal do Purus, no O Nortão, no Hoje Rondônia, no O Combatente…? Há outros, mas fiquemos por aqui e, feito este esclarecimento, opto por reproduzi-la diretamente da ‘entrevista coletiva exclusiva’ que gerou todas as outras.
Ah, a foto que antecede a matéria, facilmente identificável na sua origem, mostra o super caminhão que, ainda segundo a mesma fonte de informação, será usado para as investigações na Reserva Indígena. Acho que ele causaria impacto até mesmo nas comunidades cariocas, acostumadas já à visão do Caveirão. Imagino qual sensação provocará adentrando a Reserva e se aproximando das aldeias dos Tenharim!
(mais…)
Ler Mais