Acidentes de trabalho atingem 8 mil crianças e adolescentes em SP desde 2006

São Paulo é o estado que apresenta o maior número de acidentes em trabalho com menores de 18 anos
São Paulo é o estado que apresenta o maior número de acidentes em trabalho com menores de 18 anos

Autorizações judiciais têm colocado pessoas de 10 a 17 anos em risco, descumprindo o estabelecido pela legislação. 8,3% dos brasileiros nessa faixa etária trabalham

por Malú Damázio, da RBA

São Paulo – Acidentes no local de trabalho vitimaram 8.179 crianças e adolescentes de 10 a 17 anos no estado de São Paulo entre 2006 e 2013. Do total de ocorrências, 28 levaram a óbitos e três a transtornos mentais, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. São Paulo é o estado que apresenta o maior número de acidentes notificados com menores de 18 anos. Dentre as atividades que causaram os acidentes em situação de trabalho infantil estão o comércio de alimentos e a fabricação de calçados.

A coordenadora estadual da Saúde do Trabalhador, Simone dos Santos, da Secretaria Estadual de Saúde, afirma que os municípios que apresentaram maior número de notificações foram São Paulo, Franca e São José do Rio Preto. “Após a ocorrência dos acidentes em trabalho, são estabelecidas ações para a retirada da criança em situação irregular, encaminhamentos intra-SUS, dependendo do quadro de saúde apresentado, e encaminhamento à rede de garantia de direitos”. (mais…)

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Justiça ordena censura em caso de fiscalização de trabalho escravo

Leonardo Sakamoto

A pedido da empresa Pinuscam – Indústria e Comércio de Madeira Ltda, o juiz titular da 43a Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Miguel Ferrari Júnior, ordenou a censura de informações sobre uma ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho divulgada pela Repórter Brasil. A operação resultou no resgate de 15 trabalhadores de condições análogas às de escravo, em Tunas do Paraná (PR), em 2012.

A empresa obteve uma liminar que obriga a Repórter Brasil a retirar de seus sites “qualquer informação que associe o nome da autora à exploração escravagista do trabalho”, sob pena de multa diária de R$ 2 mil. A Repórter Brasil está recorrendo da decisão.

A informação sobre a operação teve como fonte o Ministério do Trabalho e Emprego e integra, no site da Repórter Brasil, uma seção em que estão listadas as operações de fiscalização nas quais o poder público afirma ter encontrado escravos desde 2003. Entre elas, a fiscalização na Pinuscam. (mais…)

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Marta Azevedo: “Na minha gestão foram sete lideranças Guarani assassinadas”

Marta Azevedo quando tomou posse da presidência da Funai, em abril de 2012
Marta Azevedo quando tomou posse da presidência da Funai, em abril de 2012

Última presidente da Funai, Marta Azevedo deixou o cargo em junho de 2013 por problemas de saúde, enquanto adversários e ruralistas diziam que ela estava sendo derrubada

por Felipe Milanez – CartaCapital

Marta Azevedo é antropóloga, trabalha com demografia e é pesquisadora do Núcleo de Estudos de População da Unicamp. Começou sua carreira com os povos Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul, e trabalhou mais de 10 anos no alto rio Negro, com as organizações Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e o Instituto Socioambiental (ISA). Marta foi presidenta da Funai entre abril de 2012 e junho de 2013 e saiu por problemas de saúde. Durante esse período final do seu mandato, onde a saúde debilitada provocava ausências em Brasília, os adversários da Funai e ruralistas espalhavam boatos de que Marta estaria sendo derrubada. Notas pipocavam em colunas políticas de jornalões. Ao final, quando ela definitivamente saiu, criou-se uma confusão: seria uma vitória da ala anti-indígena do governo, aliada aos ruralistas, ou seriam problemas de saúde. Fiz a pergunta a Marta: “Só na minha gestão foram sete lideranças Guarani assassinadas por causa do conflito de terras! E isso sim me deixou doente! Como pode isso num governo democrático?” (mais…)

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RS – Nota de Repúdio à Criminalização dos Movimentos Sociais

LUTAR-NAO-E-CRIME2Levante Popular da Juventude – O dia 1º de outubro ficará marcado na história dos movimentos sociais e organizações políticas como um dia de repressão contra a luta popular.

Desde o início da manhã, a Polícia Civil começou uma série de ataques às organizações e movimentos sociais que compõem o Bloco de Lutas. Uma série de indiciamentos e acusações veiculadas na grande mídia transmite incessantemente a ideia de que os que lutam são criminosos e quadrilheiros.

REPUDIAMOS VEEMENTEMENTE AS AÇÕES POLICIAIS E A ATITUDE DO GOVERNO ESTADUAL EM CRIMINALIZAR A LUTA POPULAR.

Existem diversas formas de luta e todas elas merecem respeito pelos homens e mulheres que estão comprometidos com a transformação radical da sociedade em que vivemos. Por isso, nos solidarizamos com todos os companheiros e companheiras que foram incriminados judicialmente. (mais…)

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Sem Terra passam uma semana sob bala no acampamento Frei Henri, no Pará

MST Acampamento Frei Henri 1

Por Amaral Silva, da Página do MST

Uma hora da manhã da madrugada de sábado, e uma primeira rajada de metralhadora é disparada contras as famílias organizadas pelo (MST) do acampamento Frei Henri, no sudeste paraense.

“Essa madrugada promete”, diz um dos acampados que faz a segurança do acampamento. Uma e meia da manhã os disparos se tornam incessantes e é hora de ter atenção redobrada para ninguém se ferir e evitar que o acampamento seja invadido pelos fazendeiros e seus jagunços contratados.

Os tiros são feitos da entrada da Fazenda Fazendinha, duma guarita de madeira do alto de um morro, que serve de local estratégico para pistoleiros e fazendeiros mirar nos barracos das famílias postados a cerca de 300 metros abaixo.

O cenário é de guerra, várias trincheiras são montadas no entorno do acampamento e mais de sessenta pessoas, entre homens e mulheres, estão intocados na mata estrategicamente para proteger o local. (mais…)

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Nada a comemorar: Após 25 anos, direitos constitucionais dos indígenas ainda sofrem ataques

Índios acompanham audiência pública na Câmara que debateu constitucionalidade da PEC 215. Luta contra poderio econômico
Índios acompanham audiência pública na Câmara que debateu constitucionalidade da PEC 215. Luta contra poderio econômico

No sábado (5) a Constituição Federal completa 25 anos de promulgação; segundo jurista, problema é que a questão indígena contraria interesses de grupos econômicos

por Rede Brasil Atual

São Paulo – Apesar de conter avanços na garantida de direitos da população em geral, a Constituição Federal – que completa 25 anos no próximo sábado (5) – apresenta lacunas relacionadas aos direitos dos povos indígenas, que têm sofrido ataques sem precedentes contra a posse e a demarcação de seus territórios. Promulgada pelo então presidente da Assembleia Constituinte, Ulysses Guimarães (PMDB), a Carta Magna contém 250 artigos, mas apenas dois são dedicados aos índios, os artigos 231 e 232.

De acordo com texto, os povos indígenas têm reconhecidas sua organização social, costumes, língua, crenças e tradições, além da posse sobre riquezas dos solos dos lagos, rios e terras que habitam. O texto diz também que terras tradicionais são de caráter permanente e inalienáveis, e que os povos só podem ser retirados dali em caso de catástrofes naturais ou epidemias. (mais…)

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MPF ajuíza ação cobrando solução para processo demarcatório a fim de cessar conflitos em Buerarema/BA

Cartaz ruralista, defendendo a violência contra os Tupinambá
Cartaz ruralista: acintoso incentivo à violência contra os Tupinambá

O processo demarcatório está parado há mais de um ano de meio no Ministério da Justiça sem solução, o que contribui para o agravamento da violência no sul da Bahia. O prazo para manifestação do Ministro é de 30 dias

Em mais um passo na busca pela resolução dos conflitos na região de Buerarema/BA, no sul do Estado, o Ministério Público Federal (MPF) em Ilhéus ajuizou, na última sexta-feira, 27 de setembro, ação civil pública com pedido liminar contra a União, requerendo que o Judiciário determine prazo para o Ministro da Justiça decidir sobre o processo demarcatório Tupinambá.

A indefinição quanto à demarcação das terras tem gerado conflitos violentos entre indígenas e fazendeiros no município de Buerarema, a 450 km da capital. Desde agosto de 2013, foram registrados diversos casos de incêndios, destruição de residências e estabelecimentos comerciais, além de atentados com armas de fogo, inclusive contra ônibus escolares. As aulas nas escolas da rede municipal foram suspensas, e nem a presença da Força Nacional foi suficiente para controlar a situação. (mais…)

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