Mais Médicos desnuda o racismo no Brasil!

Programa-Mais-MedicosÉ antiga e todos nós conhecemos a história de que no Brasil alguns cursos, como o de Medicina, tem cor e classe social: brancos e ricos. Por outro lado, a população que mais precisa dos médicos também tem cor e classe social: pretos e pobres. E é nessa polarização que a conta não fecha. Mesmo que tivéssemos mais de três médicos por pessoa, dificilmente os médicos brancos e ricos do Brasil, formados nos cursos de nossas universidades iriam para cidades pequenas onde vivem pobres e negros

Por: Diane Sousa – Geledés*

O médico é diferente de um juiz, de um promotor. Este atende no gabinete, no tribunal, mantendo distância da população. Os médicos tem contato direto com a população, precisa cuidar de suas doenças, tratar de problemas que são comuns a todos os seres humanos das diferentes etnias e classes sociais, mas também nos lugares mais pobres precisam cuidar de doenças provocadas por situações insalubres, por ambientes revestidos de precariedade e de pobreza, que alguns não têm coragem de enfrentar. Por isso, mesmo com planos de carreira, médicos ricos ao contrário do que ocorre com advogados/juízes e promotores ricos, não iriam para postos de cidades pequenas, pobres e isoladas.

Mesmo com essa situação conhecida, essa realidade estava mascarada. O culpado da falta de médicos em cidades pequenas restringia-se à não prioridade do Governo para enfrentar esse problema e não à forma como a categoria dos médicos está organizada, o que prioriza e como e para que se forma.

A vinda dos médicos cubanos, com divulgação em grande escala no país colocou o Brasil Nu. O preconceito foi desnudado. A realidade cruel do racismo mascarada desde a abolição da escravidão veio à tona forte e destruidora como as fortes ondas de pororocas dos rios amazônicos.

Ao ficarem nus, alguns brasileiros profissionais da medicina (não todos) revelaram faces racistas, xenófobas e preconceito de classe. Junto com eles parte dos políticos e jornalistas conservadores e de direita se posicionaram de forma lamentável.

Para eles, o mais importante é garantir o nicho. Que se lixem os brasileiros pobres e de etnia predominantemente negra dos 700 municípios que não têm médico.

Esse desnudamento nos revela que no Brasil precisamos sim ofertar vagas de medicinas por regiões e para alunos de todas as classes sociais e etnias. Essa área tem que ser ocupada pelos brasileiros e não apenas por uma pequena parcela da elite.

Somente assim teremos médicos em todo nosso território, atendendo adequadamente a TODOS.

O Mais Médicos pode ajudar muita gente a ter contato com esse profissional de medicina. Contudo para, além disso, ao desnudar o país poderá ajudar a construir mais democracia, justiça social e uma sociedade mais tolerante e aberta às diferenças sem desigualdades.

*Fonte: Dinalemanha

Comments (3)

  1. Então tudo bem, tânia, vejo agora que sua visao é equilibrada e que você realmente nao generalizou. Como já coloquei todos os pontos que vi necessários (principalmente sobre a carreira de estado), fico mais tranquila. Só perdoe o português, porque o smarphone não ajuda, haha.

  2. Como já escrevi mais de uma vez, Denyse, tenho excelentes amigos médicos, que só fazem honrar a profissão e a ética. Também sabemos que em toda e qualquer profissão há “anjos e demônios”. A única diferença, repito, é que médicos e médicas são as pessoas às quais entregamos nossa saúde e as das pessoas às quais amamos… E aí confesso que não entregaria minha vida ou a de um de meus filhos, por exemplo, a um desses ‘seres’ que têm aparecido nessas manifestações racistas e corporativistas, por mais diplomas que ele/a tivesse.

  3. Como médica brasileira repudio totalmente declarações racistas feitas por pessoas preconceituosas como a de qua médicos cubanos tem a cara de pregadas domésticos ass como aquelas vaias no Ceará. Isso é uma vergonha para a a classe.
    Médicos cubanos são bem vindos desde que façam a prova de revalidação do diploma, visto que há diferenças entre várias doenças que existem em alguns países, e são inexistentes em outros (vide a dengue)
    Venho também esclarecer que uma carreira de estado atrairia sim medicos para o interior, visto que evitaria calotes que levamos frequentemente dos municípios ja que muitos trabalham com contratos verbais, sem direito a ferias, 13?, auxilio doença e licença materinade, e sem perspectiva de progressão de carreira.
    Por último, gostaria de ressaltar que os pobres cubanos – que são vítimas das manobras políticas quanto nós- virão para o brasil em regime que eu considero de semi-escravidão pois receberão 40por cento do salário do mais medicos (o resto vai pra o governo de cuba), não poderão namorar livremente c brasileiros, não poderão mudar de município entre outros absurdoa com os quais o governo brasileiro está compactuando.
    E espero que um site tão bom como este, o qual ja acompanho há um tempo, nao seja preconceituoso ao ponto de achar que todos os médicos são preconceituosos e xenófobos.

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