Com informações repassadas por Bebel Gobbi para Combate Racismo Ambiental:
Há 10 dias da saída do Exercito e Ibama da região noroeste do Estado do Maranhão, especificamente da região de Zé Doca, o povo Ka’apor ficou mais vulnerável a ação dos agressores (madeireiros, fazendeiros, posseiros e caçadores). Os órgãos chegaram à região afirmando que vieram para “proteger” a floresta, a terra dos índios e retirar os agressores. Durante os dias que permaneceram na região fecharam serrarias, impuseram multas aos agressores que não conseguiram retirar seus maquinários e sair a tempo do interior do território.
Porém, com a saída desses órgãos o que vem se constatando é que os indígenas ficaram mais expostos aos agressores; estão impossibilitados de sair de suas aldeias para cidade, passar por povoados e, até estão sofrendo discriminação na cidade por pessoas comuns e servidores públicos municipais quando procuram por serviços nestes órgãos. Segundo comerciantes, donos de serrarias, fazendeiros, prefeitos e outras pessoas, com a operação da “policia”, caiu muito o movimento nos comércios e mais pessoas estão desempregadas.
Tal realidade mostra o (dês) governo federal, estadual e municipal com a ausência de políticas sociais sérias que respondam as necessidades da população local sem que venham ser aliciados para o trabalho com a exploração ilegal de madeira, cipós, aves, caças e, até de apropriação indevida de benefícios sociais (bolsa família, salário maternidade, aposentadoria) de indígenas na região. Com o descaso dos órgãos públicos, indígenas resolveram por conta própria realizar a proteção de sua terra em defesa da principal fonte de vida que é a floresta. (mais…)