Democratização da comunicação mobiliza organizações e representantes de povos e comunidades tradicionais

cartaz ccccA proposta é colocar em pauta o debate urgente sobre o direito à comunicação de populações indígenas, comunidades tradicionais e em áreas rurais do país.

No Brasil, como em diversas partes do mundo, persiste uma dívida histórica com as populações indígenas e comunidades tradicionais no que diz respeito aos direitos sociais mais básicos, entre eles o direito humano à comunicação. Garantir o acesso pleno e a constituição de meios de comunicação próprios e comunitários para populações indígenas e quilombolas, bem como para populações em assentamentos e acampamentos rurais, contribuiria tanto para preservar identidades quanto para promover suas reivindicações. Para debater o assunto, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias – AMARC Brasil, em parceria com a Universidade Federal do Pará – UFPA, realiza, no próximo dia 29 de agosto, o seminário “Rádios Comunitárias Para Todos os Povos”. O evento é aberto ao público e acontece no Auditório Setorial Básico 2, da UFPA, no bairro do Guamá, em Belém, das 9h às 18h. (mais…)

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Belo Horizonte não prioriza ações e investimentos públicos nas áreas que estão em conflitos fundiários, aponta relatório

Dandara aéreaA Relatoria do Direito Humano à Cidade publicou um relatório que constata a falta de atenção do poder público de Belo Horizonte no cumprimento do dever de garantir acesso à moradia para as famílias de baixa renda.

O documento foi produzido a partir da missão realizada em 21 e 22 de abril deste ano, que teve como objetivo verificar as violações ao direito à moradia digna na cidade e suas consequências para o direito à cidade.

A missão avaliou os conflitos existentes na cidade, relacionados ao acesso das comunidades pobres ao direito de morar com dignidade e usufruir dos benefícios e serviços da cidade. A Relatoria de Cidade visitou as comunidades Eliana Silva, Camilo Torres, Irmã Doroty, Dandara, Manoel Guarani-Kaiowá, Vila da Paz e Vila da Luz e realizou audiências com representantes dos poderes público e judiciário. (mais…)

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Severinas: as novas mulheres do sertão

A Pública – Titulares do Bolsa Família, as sertanejas estão começando a transformar seus papeis na família e na sociedade do interior do Piauí e se libertando da servidão ao homem, milenar como a miséria.

Por Eliza Capai*

 “Cada um tem que saber o seu lugar: a mulher tem qualidade inferior, o homem tem qualidade superior.” É bem assim que fala, sem rodeios, um dos homens mais respeitados do município de Guaribas, no sertão do Piauí, pai de sete filhos (seis mulheres e um homem). “O homem é o gigante da mulher”, completa “Chefe”, como é conhecido Horacio Alves da Rocha na comunidade.

Para chegar a Guaribas são dez horas desde a capital, Teresina, até a cidadezinha de Caracol. Dali, 40 minutos de estrada de terra cercada de caatinga até o jovem município, fundado em 1997. Em 2003, Guaribas foi escolhida como piloto do programa Fome Zero. Tinha então o segundo pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, 0,214 – para efeito de comparação, o país com pior IDH do mundo é Burundi, na África com índice 0,355. Hoje, Guaribas tem 4.401 habitantes, 87% deles recebendo o Bolsa Família. São 933 famílias beneficiadas, com renda média mensal de R$ 182. O IDH saltou para 0,508. (mais…)

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Agricultura familiar melhora qualidade da merenda escolar, afirma estudo

agricultura familiarDa Adital,na Página do MST

Desde um menu mais simples a base de milho, feijão, arroz, azeite e soja em Honduras a um cardápio mais aprimorado com bebidas a base de leite com aveia, quinua, amaranto (kiwicha), trigo, milho, sopas, pães, marmeladas, mousse, sanduíches, tubérculos, leguminosas, cereais, carnes e frutas da estação no Peru, a alimentação escolar na América Latina tem se mostrado fundamental para o fortalecimento de três eixos: econômico, social e político.

Econômico porque significa alimentar as novas gerações; social porque alimentar uma criança na escola significa permitir que ela seja educada e tenha possibilidades de sair do ciclo de exclusão social; e político porque implica uma dupla necessidade de contar com políticas públicas ousadas e de incentivar a participação cidadã na definição, gestão e controle dessas políticas.

Além disso, tem promovido a participação social e estimulado a agricultura familiar. É o que constata o estudo preliminar “Alimentação escolar e as possibilidades de compra direta da agricultura familiar: estudo de caso de oito países”, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) na Bolívia, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Paraguai e Peru. (mais…)

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Lema do 6º Congresso do MST é “Lutar! Construir Reforma Agrária Popular!”

size_590_bandeira-mstDa Página do MST

A Coordenação Nacional do MST, composta por 280 dirigentes de 23 estados e do Distrito Federal, definiu “Lutar! Construir Reforma Agrária Popular!” como lema do 6º Congresso, que será realizado em fevereiro de 2014, em Brasília.

O lema é a síntese das tarefas, desafios e do papel do Movimento no período histórico que se abre depois do congresso. Desde o começo do ano passado, o MST está em período congressual, realizando o trabalho de base nos acampamentos e assentamentos para definir o programa agrário.

O lema do último congresso do Movimento, realizado em 2007, foi “Reforma Agrária: por Justiça Social e Soberania Popular”.

“O papel do MST é fazer a luta pela terra dos acampados e pela consolidação dos territórios já conquistados dos assentados, viabilizando a produção de alimentos saudáveis e educação para todas as famílias do campo”, afirma Gilmar Mauro, da Coordenação Nacional do MST. (mais…)

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Foro Comunidades Mapuche en Resistencia

mapucheEl Sábado 24 de Agosto, se realizo en la ruka mapuche Ruyen Kuyen, ubicada en el Hospital Barros Luco, en la Comuna de San Migue, Santiago, se realiza el encuentro de representantes de distintos territorios mapuche en resistencia.

Los representantes de los territorios de Trapilhue, Temucuicui, Cuaracautín y Lleu Lleu; compartieron durante todo el día con los asistentes a este a este trawun, intercambiando sus experiencias y reflexiones en torno a los procesos de recuperación y control territorial que están desarrollando. Además realizaron un abierto llamado a la unidad del pueblo mapuche en su lucha por la autodeterminación y su la defensa de los territorios de la invasión del estado capitalista.

Pueden escuchar los audios de este encuentro o nvtram, que fueron trasmitidos en vivo por la Radio de los Pueblos. Los audios son de libre distribución:

1. Entrevista a Mijael Carbone:

2. Entrevista a Ramon Cayuqueo y Karen Wvenvl

3. Foro parte 1

4. Foro Parte 2

5. Presentacion Karen Wvenvl

Enviada para Combate Racismo Ambiental por America Guerrero.

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A Luta Necessária

luciana_nepomucenoPor Luciana Nepomuceno, para Borboleta nos olhos, em Geledés

Quando eu era mais jovem eu costumava ignorar os problemas. Assim, quem sabe, eles tivessem sumido quando eu voltasse a abrir os olhos. Meu pai me chamava de avestruz. Olha só: os problemas não sumiam por eu não tratar deles. Quando voltava a fitá-los, ainda estavam ali, às vezes maiores ou agravados.

Tem uma porção de gente fechando os olhos e enfiando a cabeça na terra quando o problema em questão é a discriminação racial. Sim, o racismo. O meu, o seu, o nosso. Esse que todos os dias dizem que não existe e todos os dias se agrava e aprofunda. Não, não adianta você até ter amigos negros. Não adianta, nem mesmo, eu ser descendente de escravo (meu bisavô paterno) ou você ter namorado um negro na adolescência. Nosso racismo é estrutural. É um problema individual, mas não só. É uma questão da sociedade inteira e suas instituições e mecanismos. Está na escola, na mídia, no mercado de trabalho, no sistema prisional, por onde você olhar.

Este racismo age diariamente, sob nossos olhos, imiscuindo-se nas relações sociais que travamos, nas decisões políticas, nas escolhas estéticas. O racismo está ali, presente, quando andamos à noite e mudamos de calçada se vislumbramos alguém “suspeito” andando na direção contrária. Suspeito porque é um jovem negro, nós não completamos o pensamento, mas ele existe, se não pronto a ser enunciado, pronto a ser posto em ato. E o racismo está, também, presente, de forma igualmente cruel, diferenciando nas entrevistas de emprego, solicitando-se “boa aparência” o que exclui, sem que precise ser dito, cabelos que não sejam lisos ou que a dona do mesmo (essa desleixada) não tente alisar a custo de sua saúde, beleza e finanças. Nosso racismo materializa-se em ações individuais, mas não só, diluem-se no sistema, com suas razões legitimadas em valores socialmente construídos, disseminados e silenciados. (mais…)

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Procuradorias derrubam nove liminares e asseguram permanência de 500 famílias indígenas em terras de ocupação tradicional no sul da BA

Povo-Tupinambá-2Wilton Castro, AGU

A atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) na defesa dos direitos indígenas impediu a retirada de 500 famílias da comunidade Tupinambá de Olivença em terras localizadas na região sul da Bahia. Nove liminares em favor de fazendeiros foram suspensas em razão do processo de demarcação da área já ter sido aprovado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

Os proprietários das fazendas Boa Vista, Conceição, São Gonçalo e Bela Vista ajuizaram ações de reintegração de posse a fim de proibirem a presença dos indígenas tupinambás em suas terras. A Vara Única da Subseção Judiciária de Ilhéus/BA, destacando que um dos imóveis rurais estava invadido, deferiu os pedidos, autorizando o auxílio de força policial para o cumprimento da decisão.  (mais…)

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Manifesto: Fora do Eixo e uma reflexão das mulheres contra o patriarcalismo

Em Feministas pela Cultura

Até o momento as críticas que têm sido feitas ao Fora do Eixo são, em sua maioria, ao sistema de funcionamento que só reproduzem as práticas já conhecidas por outras empresas dentro do sistema capitalista de exploração do trabalho. Nós, mulheres que fizemos parte das casas Fora do Eixo Anápolis, Minas, Nordeste, São Carlos e São Paulo e outros coletivos e homens que reconhecem a veracidade desses fatos, temos que pontuar e fazer a crítica radical a reprodução patriarcal nas relações de poder dentro do Fora do Eixo. Sendo assim, gostaríamos de levantar algumas questões:

1. Como o sexismo se apresenta nas relações de trabalho e tarefas

Os projetos e atividades dentro da rede geralmente são divididos por áreas, que preservam em si uma crença sobre afinidades de gênero. Alimentada por uma lógica preconceituosa que afirma que as mulheres são mais eficientes na sistematização, são elas que organizam os arranjos, a contabilidade e as tecnologias enquanto os homens, considerados mais eficientes na argumentação e no discurso,  são direcionados para atividades externas, articulações políticas e arranjos com outros atores sociais, ampliando suas experiências para além das casas/coletivos, o que o leva a ter mais leituras políticas pelo contato com os ambientes e no próprio aumento de bagagem vinda destas experiências sociais. Desta forma, neste modus operandi,  as mulheres tendem a estar em núcleos de “enraizamento” (fixos) cujas relações se dão dentro do seu ambiente/moradia e entorno, enquanto os homens estão em núcleos de “transcendência” (móvel), possuem uma dinâmica ativa e articulam as ações e projetos que vão sustentar o coletivo, numa relação que acontece fora daquela comunidade. (mais…)

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