MA – Manifestantes interditam BR-222, no município de Buriticupu, contra repressão a crimes ambientais

Manifestantes atearam fogo em pneus na BR-222, em Buriticupu (Foto: Reprodução/Internet/Antônio Veras)
Manifestantes atearam fogo em pneus na BR-222, em Buriticupu (Foto: Reprodução/Internet/Antônio Veras)

Protesto é contra a permanência de homens do Exército e do Ibama. Operação Hileia Pátria teve início há mais de 70 dias na região. Manifestantes dizem que “a economia da cidade gira em torno da agricultura, pecuária e das madeireiras”

Do G1 MA

Manifestantes interditaram a BR-222 na manhã desta quarta-feira (21), no município de Buriticupu (a 405 km de São Luís). O protesto é motivado pela presença do Ibama e do Exército na região, onde está sendo realizada a Operação Hileia-Pátria, que visa combater crimes ambientais. A rodovia foi fechada com toras de madeira. Pneus foram incendiados. A informação foi confirmada pela Polícia Rodoviária Federal. (mais…)

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BA – Manifesto em defesa da Ilhota Coroa Branca, Território Pesqueiro e Quilombola de Acupe, Santo Amaro

ilhota Coroa Branca - chargeDia de Luta em Defesa da Ilhota Coroa Branca  – Acupe , 22 de Agosto de 2013

Grande Caminhada do Ginásio CEMAC até o Porto de Baixo

 

Nós, militantes do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – Comunidade Remanescente de Quilombo de Acupe, manifestamos repúdio ao processo de destruição da Ilhota Coroa Branca localizada no distrito de Acupe – Santo Amaro por parte do empresário Walter Nunes Seijo Filho que pretende construir empreendimentos turísticos na referida ilhota desconsiderando a legislação ambiental, bem como nosso direito de ter acesso ao nosso território tradicional.

Esta ilhota faz parte do nosso território pesqueiro e quilombola onde utilizamos historicamente para pesca artesanal (coleta de mariscos), refúgio em tempos de tempestade e lazer comunitário. Do ponto de vista ambiental a ilhota se configura como um importante ecossistema assegurando a reprodução de diversas espécies de peixes, crustáceos, manguezais, moluscos e pássaros.

Já fizemos várias denúncias junto ao MPE e aos órgãos ambientais e até o momento não tivemos uma definitiva solução para o problema.  Nossa preocupação aumenta quanto percebemos que esses empresários estão intensificando a destruição da ilhota e impedindo o acesso dos pescadores e marisqueiras. Observamos a presença de vigias e existe a possibilidade de confronto violento entre os pescadores e os prepostos do empresário. (mais…)

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Quanto vale um índio?

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Sem intervenção pública, as compensações financeiras da usina de Belo Monte desagregam as aldeias da região

Willian Vieira – Carta Capital

Para ir de Altamira à aldeia Paquiçamba são duas horas de caminhonete por uma rota lamacenta que só ganha asfalto quando ladeada pelos canteiros da usina de Belo Monte. De barco levaria oito horas. Graças a uma carona, após oito dias na cidade, Marino Juruna é recebido por seus índios. Em silêncio. Traz em seu poder só um galão de gasolina. Nada de material de construção, nenhuma notícia de avanço nas negociações pela ansiada indenização da Norte Energia. “A aldeia não é mais a mesma”, diz o cacique, enquanto abre a janela da recém-construída casa com cinco cômodos, sofá e televisão e aponta para as antenas parabólicas e telhados que desalojaram a palha dos casebres. Poços artesianos, um engenho de farinha e placas de energia solar surgem no horizonte, tudo comprado com recursos do consórcio construtor da usina. Os últimos quilômetros da estrada, antes intrafegáveis, ganharam uma cobertura de pedra, obtida “na marra” após o bloqueio no canteiro, diz Juruna. “É o lado bom da coisa. E eles não dão nem metade do que a gente pede.” (mais…)

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Especial – “Também somos alguém”: algazarras ou lutas por direitos

manifesto-BRPor Igor Vitorino da Silva*, para Combate Racismo Ambiental

Os protestos populares (manifestações, greves, mobilizações estudantis, motins, revoltas, quebra-quebras, saques etc) nascem da insatisfação social com algum dano ou prejuízo. Buscam, geralmente, a restituição, seja material ou simbólica, de alguma coisa que lhes foi retirada ou negada.  Emergem quando os valores, normas e acordos sociais (regras costumeiras ou codificadas) que tecem o cotidiano da vida social são agredidos, quebrados e feridos, gerando indignação e revolta.

Os protestos populares dão visibilidade às tensões e aos conflitos sociais, aos questionamentos e às reivindicações sociopolíticas que tecem a vida social. Eles tornam público os problemas que afetam um dado grupo social, proclamando que a sua solução seja acelerada ou reparada. O sentimento de indignação (injustiça) e de solidariedade, potencializado pelo reconhecimento do abandono, desamparo e desprezo, animam os corações daqueles que engrossam as fileiras das manifestações. Como no protesto jurídico, exige-se um reparo/restituição (ou instituição) de uma “inadimplência e o descumprimento de obrigação” social ou político , como revelou E. P. Thompson nas suas investigações históricas sobre a formação da classe operária inglesa.

Os protestos populares chamam a atenção para a ausência de negociação, para a surdez e a negligência das estruturas de poder frente às demandas populares (morosidade e lentidão).  Assim, o bloqueio de ruas, passeatas, cartazes, ocupação dos espaços do poder, irreverência e comicidade são estratégias e táticas importantes (e polêmicas) para a afirmação da existência social e política das classes populares para fazerem com que suas falas e reivindicações sejam ouvidas e suas demandas reconhecidas e respeitadas. (mais…)

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