Testemunha teria visto Amarildo pedindo ajuda

Advogado procura uma pessoa que, segundo moradores da Rocinha, presenciou o pedreiro sendo torturado por PMs, com saco na cabeça

Marcelo Gomes / RIO – O Estado de S.Paulo

Uma testemunha teria visto um homem pardo, trajando apenas short, sendo torturado dentro dos limites da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, em 14 de julho, dia em que o pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 43 anos, desapareceu. Essa pessoa, que fez o relato a moradores da favela, está sendo procurada pelo advogado João Tancredo, que representa a família de Amarildo.

Segundo essa testemunha, a vítima estava deitada no chão, com a cabeça coberta por um saco plástico, e pedia ajuda. A vítima estaria cercada por policiais militares.

Dias após o sumiço, houve um protesto em que moradores da Rocinha fecharam a Autoestrada Lagoa-Barra exigindo a apuração do caso. Durante o ato, surgiu o boato de que o pedreiro poderia estar enterrado numa área de mata da parte alta da favela. Após a manifestação, parentes de Amarildo, acompanhados por outros moradores e PMs da UPP, foram ao local indicado, mas nada foi encontrado. Um líder comunitário, que pediu para não ser identificado, contou nessa segunda-feira, 5, ao Estado ter ouvido de uma moradora que, horas depois dessa busca, ela viu policiais circulando pela mata carregando sacos plásticos pretos, que foram colocados numa viatura da PM. (mais…)

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Relatório some e ministros peruanos renunciam em meio à pressão da atividade de petróleo na Amazônia peruana

Survival-fotoElaíze Farias

Um relatório do Ministério da Cultura do Peru apontando as ameaças das atividades de petróleo contra povos indígenas daquele país desapareceu horas depois de ter sido publicado na internet. O episódio aconteceu na semana passada e foi divulgado nesta terça-feira (06) pela ong Survival Internacional, que atua na proteção dos povos indígenas de vários países.

Além da misteriosa retirada do documento do site, o ministro e o vice-ministro da Cultura do governo peruano renunciaram. Acredita-se que a renúncia ocorreu devido à pressão para aprovar o projeto de exploração de gás e petróleo naquela região da Amazônia peruana.

Segundo a nota da Survival Internacional divulgada nesta terça-feira, o plano de expansão do atual projeto de gás da Camisea, que está dentro da reserva Nahua-Nanti para tribos isoladas, tem sido amplamente condenado, e em março, a ONU pediu a sua ‘suspensão imediata’. (mais…)

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MPL faz panfletagem no metrô de São Paulo contra ‘propinoduto tucano’

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Segundo o documento, foram desviados um montante de R$ 425 milhões das obras do Metrô e da CPTM; protesto acontece no próximo dia 14 no centro de SP (Foto: Movimento Passe Livre-SP)

Brasil de Fato – Juntamente com os metroviários de São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL) entregou ontem (6) uma carta aberta à população paulistana em que denuncia o esquema de corrupção do PSDB com um cartel de 18 grandes transnacionais.

Segundo o documento, foram desviados um montante de, no mínimo, R$ 425 milhões das obras do Metrô e da Companhia Paulista de Transportes Metropolitano (CPTM). Contra o ‘propinoduto tucano’, uma manifestação já está marcada para o dia 14 de agosto em São Paulo.

A informação sobre o cartel surgiu a partir do acordo assinado pela transnacional Siemens com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pelo qual a empresa alemã pode se beneficiar de imunidade civil e criminal relativa à sua participação no cartel.

O esquema, segundo a denúncia, estaria em operação desde 1997, quando Mário Covas (PSDB) era o governador de São Paulo. E teria continuado durante as gestões de Geraldo Alckmin (2001-2006) e também no primeiro ano do governo de José Serra (2007). A ideia era formar um consórcio único para vencer licitações e depois subcontratar as empresas perdedoras, o que acabou acontecendo. (mais…)

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Assim se silencia a democracia

130806-FrackingNos EUA, petroleiras já obtêm, por dinheiro ou junto aos parlamentares, leis e acordos que impõem censura sobre contaminação ambiental

Outras Palavras – Fracking é um processo ainda quase desconhecido no Brasil. Empregado cada vez mais largamente nos Estados Unidos, é visto, lá, como uma das apostas para recobrar “soberania energética”. Consiste em injetar, em certas regiões do subsolo, água, areia e um coquetel de produtos químicos, em altíssima pressão. Permite recuperar depósitos de petróleo ou gás existentes em rochas subterrâneas, mas que não podem ser extraídos por métodos normais de extração. Agora, o fracking pode tornar-se conhecido, em todo o mundo, por outros de seus produtos. Veto total à produção de evidências a respeito de seus efeitos sobre o Ambiente e a Saúde. Silêncio forçado, imposto inclusive a crianças, em troca de dinheiro. Leis adotadas, sob forte influência de lobbies empresariais, para silenciar também os médicos. Em síntese, novas formas de   bloquear três elementos essenciais da democracia: informação pública, transparência e possibilidade de influenciar a formulação de leis.

O último episódio de censura veio à tona ontem, no site norte-americano Alternet e no jornal londrino The Guardian. Em audiência judicial, um casal — Chris e Stephanie Hallowich, do Condado de Washington, na Pennsylvania — revelou ter assumido, em acordo judicial com uma operadora de fracking, cláusula que os obriga a silêncio, até o fim da vida, sobre os danos causados pelo processo a sua saúde. A censura perpétua estende-se, segundo os termos do contrato, a seus filhos, então com sete e dez anos de idade. (mais…)

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Em São Paulo, derrubar muros não é vandalismo. É resistência

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Leonardo Sakamoto

Com marretas em punho, moradores da favela do Moinho, na região central de São Paulo, derrubaram parte de um muro de contenção em torno da comunidade para criar uma nova rota de fuga neste domingo (5). Erguido em 2011, após um incêndio atingir o local, sob a justificativa de ser uma medida de segurança, ele é visto por moradores como uma forma de conter o avanço da própria comunidade sob outros imóveis da região – que se tornou alvo de incorporadoras nos últimos anos. (mais…)

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A luta silenciosa dos awá – e como apoiá-la

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Governo anuncia, enfim, operação para proteger território de índios nômades, quase desconhecidos e ameaçados por madeireiros. Para que iniciativa saia do papel, sociedade precisa pressionar

Por Taís González | Imagens: Sebastião Salgado – Outras Palavras

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prometeu neste domingo (4/8): ainda neste semestre, segundo ele, o Estado brasileiro desencadeará operação conjunta para proteger os Awás-Guajás e seu território, no que resta do Floresta Amazônica no Maranhão. Ramo da etnia tupi, foram perseguidos intensamente, a partir do século 18. São quase desconhecidos pelos demais brasileiros. Estão reduzidos a cerca de 400 indivíduos – alguns dos quais isolados, sem contato algum com ocidentais. Ocupam um território de 116 mil hectares, um pouco menor que o município de São Paulo. São cada vez mais pressionados por madeireiros que destroem a selva, atacam os índios, transmitem doenças e já resistiram, a bala, a tentativas anteriores de desocupação pelo Estado. (mais…)

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Novo sistema de combate à tortura é elogiado, mas aplicação é desafio

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Mecanismo sancionado por Dilma prevê inspeções independentes e sem aviso prévio em presídios e pode ser arma contra problema sistemático no país. Implementação por estados é tida por especialistas como grande obstáculo

DW – A denúncia de tortura de um detento num presídio federal em Rio Branco, no Acre, teve repercussão nacional na última semana. Seis agentes penitenciários são acusados de espancá-lo com marretas de borracha, deixando-o cego e tetraplégico. O caso se junta a outro, de amplitude ainda maior: o do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde 14 de julho. Há denúncias de que ele tenha sofrido maus-tratos por parte de policiais militares na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. (mais…)

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Emir Sader entrevista Eduardo Galeano

Repórter Brasil – O jornalista e escritor uruguaio, Eduardo Galeano, acha que estamos vivendo uma ditadura do medo e que ela pode ser constatada nas revelações de Edward Snowden, ex-agente da CIA. Galeano afirma também que o episódio ocorrido com o avião do presidente boliviano, Evo Morales, mostra que o mundo está dividido entre indignos e indignados.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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Deus e a bauxita em Niyamgiri

Vedanta procura agora novas fontes para abastecer sua refinaria
Vedanta procura agora novas fontes para abastecer sua refinaria

O exemplo da Índia: Justiça determina que povos indígenas sejam consultados sobre a instalação de uma mineradora de bauxita que ameaça montanha sagrada. Em assembleias, as comunidades têm se posicionado contra o projeto

por Joan Martinez Alier* – CartaCapital

Este é um caso que parece estar chegando a um desenrolar vitorioso, mas que pode ser provisório porque o capitalismo extrativista é um monstro gigante que pisa forte e é quase imparável.

Depois de 10 anos de disputa, um caso de características especiais está sendo vencido em Odisha (um estado no leste da Índia, antes chamado de Orissa). O estado é fornecedor de carvão, minério de ferro, bauxita, hidroeletricidade. É também um estado com uma porcentagem relativamente alta de população tribal. Entre seus grupos tribais estão, nos distritos de Rayagada e Kalahandi, os Dongria Kondh. (mais…)

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Pela criminalização da perseguição religiosa aos povos de terreiro

"A violência que incide sobre as tradições de matriz africana e seus territórios é a representação do racismo na sua forma mais perversa pois reforça a negação de qualquer valorização das tradições e preceitos africanos"
“A violência que incide sobre as tradições de matriz africana e seus territórios é a representação do racismo na sua forma mais perversa pois reforça a negação de qualquer valorização das tradições e preceitos africanos”

Em Defesa e Garantia do Estado Laico e Pela Criminalização da Intolerância Religiosa e Perseguição Sofrida Pelos Povos de Terreiro

Por Tatiana Atinukè Machado – Aldeia Gaulesa

Entende-se como Estado Laico, a nação que apresenta um posicionamento imparcial no que se refere às questões do campo religioso. Diante tal neutralidade, o Estado laico além de não possuir vínculos com nenhuma doutrina ou sistema religioso, cria condições para garantir a pluralidade de cultos, crenças e devoções em todo o território nacional. (mais…)

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