A Marcha das Vadias do RJ ocupa as ruas há três anos, denunciando a violência sexual e de gênero, fundamentadas no machismo, racismo, lesbofobia, transfobia e nas opressões de classe. Trata-se de uma luta contra os movimentos de criminalização e estigmatização dos corpos desviantes do modelo hétero, branco, masculino e cis (“cis” é o termo utilizado para se referir às pessoas que ao nascer foram identificadas com determinado sexo e que, ao longo da vida, continuam se identificando como tal). A Marcha grita pelo direito ao próprio corpo, feminino e feminizado, se colocando contra toda e qualquer forma de opressão, inclusive contra as violências institucionais.
A representação do Estado é formada pelas relações de gênero, ao mesmo tempo em que as modela constantemente. O contrato social, mito político da sociedade moderna, esconde uma verdade importante: a de que este é também um contrato sexual, na medida em que articula formas de violência no âmbito público e no âmbito privado. É a partir deste entendimento que, enquanto uma organização de defesa dos direitos humanos, nos posicionamos ao lado daquel@s que lutam contra todas as formas de violência institucional e violação de direitos, sem hierarquizar pautas ou bandeiras. (mais…)