Clube do Bolinha não consegue a presença de convocados dignos e, a portas fechadas, começa a abrir o jogo e defende CPI contra a Funai

Na reunião desta quarta-feira, acesso foi restrito a manifestantes favoráveis a Marco Feliciano. Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

A tentativa de cooptação parece que não deu certo. Quase no final do “Abril Indígena”, MF, do PSC, decidiu consagrar (eta palavra curiosamente escolhida!) a reunião de hoje do Clube do Bolinha à saúde indígena. Para isso, convocou gente séria, como Cléber Buzatto, do CIMI, e até a vice-Procuradora Geral da República, Deborah Duprat, entre outros. Pois as pessoas decentes não compareceram, e ele só conseguiu mesmo fazer de novo uma reunião a portas fechadas com seus asseclas, após mandar retirar à força ativistas contrário ao “presidente”.

Segundo a própria Câmara Notícias,  “o início da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos foi marcado, mais uma vez, por manifestações contrárias ao presidente do colegiado, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Nesta quarta-feira (24), o acesso restrito à reunião desagradou a ativistas que gritavam palavras de ordem contra a permanência de Feliciano no cargo”.

O protesto teve apoio até de um dos deputados que teve estômago para se manter na Comissão, Simplício Araújo (PPS-MA), que confirmou a existência de um ‘filtro’ para permitir o acesso às audiências e disse que não gostou da forma como o rapaz foi retirado do Plenário: “Eu vou à presidência da Casa para fazer uma queixa em relação à forma que estão tratando as pessoas que estão buscando um espaço para apreciar o que está acontecendo ali dentro”, afirmou.

Afastados os “satânicos inimigos” e sem a presença dos convidados dignos, a audiência continuou, e [ retomamos o texto da Agência Câmara]  “o deputado Pastor Eurico [???] (PSB-PE) sugeriu a instalação de uma CPI para investigar a Funai. O deputado Feliciano, de pronto, manifestou seu apoio. ‘Seria o primeiro a assinar. Até porque R$ 1,1 bilhão são destinados à Funai, e ouvi aqui índios falarem que suas crianças morrem de fome, desnutridos, falta de assistência médica. Então, tem alguma coisa errada’.”

Ainda segundo a Agência Câmara, “durante o encontro, os indígenas Edmundo Omoré e Beush Matis [???] reclamaram da atuação do governo e cobraram dos integrantes da comissão ações para que os gestores tomem providências em relação à crescente mortalidade infantil nas aldeias e à falta de postos de saúde nas comunidades”.

Concordamos inteiramente no que toca às críticas à Funasa e à atual Casai. Mas até que ponto esses dois indígenas (de qual povo, etnia, lugar, representando quem, aliás?) são ingênuos úteis, não sei. Só sei que, felizmente, as pessoas decentes lá não compareceram. E que cada vez fica mais claro com quem são os compromissos de MF, do PSC.

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