A polêmica envolvendo a postura da repórter Mirella Cunha da Band-BA contra um jovem negro durante programa “Brasil Urgente” gerou críticas de ONGs que pretendem tomar medidas em defesa ao rapaz.
Segundo o portal iG, a ONG Quilombo X vai entrar com ação no Ministério Público para defender o jovem. “Foi ferida a dignidade dele. Ele foi vítima de preconceito. Isso ocorreu não só essa vez. É um fato que acontece dariamente”, afirmou o coordenador da organização Hamilton Borges.
Rafael Dias, pesquisador da ONG Justiça Global, aponta que a ofensa da jornalista foi resultado “de uma concepção equivocada em que a jornalista pode ter acesso livre nas delegacias e fazer um julgamento midiático”. Dias espera que o Ministério Público e a Secretaria da Segurança do Estado se pronunciem a respeito do caso.
Em carta aberta direcionada ao governo do Estado da Bahia, um grupo de jornalistas pediu uma ação no Ministério Público, além de lamentar a postura da repórter e de toda a equipe da emissora. O comunicado pede uma posição do governo “para pôr fim às arbitrariedades; e punir seus agentes que não respeitam a integridade dos presos”.
Entenda o caso
Na reportagem, a jornalista Mirella Cunha entrevista um jovem negro que acabara de ser preso acusado de assalto e estupro. No vídeo, o jovem assume o assalto, mas quando diz que não houve estupro, a repórter não pergunta, mas afirma e acusa. “Não estuprou, mas queria estuprar”, diz.
O jovem nega várias vezes o crime e diz para chamar a vítima e colocar na frente dele e até fazer o exame para provar sua inocência. Confuso, ele pede para que façam o exame de “próstata” em vez de corpo de delito.
O rapaz não consegue falar “próstata” corretamente e admite isso, mas a repórter ri da situação e insiste para ele repetir o nome do exame. Ainda rindo, ela “fala para o apresentador” do programa. “Uziel, depois você não quer que o vídeo vá para o Youtube”.
Em seguida, a repórter questiona corrigindo o jovem. “Quando ela [vítima] fizer o exame de corpo o delito, vai dizer se foi você ou não?”. Ele responde que após o exame, ele vai “tornar pra cadeia consciente”. A repórter responde que ele vai como “estuprador, Paulo Sérgio, estuprador”, mas o jovem insiste que o exame não vai acusá-lo de tal crime.
No vídeo fica claro que o rapaz não sabe do que se trata o exame de próstata, mesmo assim ele acredita que vai ter que fazer. Ao perceber isso, a repórter ri novamente da situação, não o corrige, mas ironiza perguntando se ele “gosta”, se ele “já fez” e se ele sabe onde fica a próstata.
http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/brasil/50022/ongs+cobram+medidas+do+mp+sobre+reporter+da+band+que+ofendeu+jovem+negro+na+ba
Posso até imaginar, Carolina. Mas me recuso a ir ver, pois meu estômago tem limites…
Lamentável…!
De arrepiar os cabelos estão os comentários no youtube em defesa da repórter.