SE – Motu continua ocupação na Barra dos Coqueiros

Ocupantes denunciam ameaças dos que se dizem dono do terreno

Ocupantes erguem barracos

Por Cássia Santana

Cerca de 147  famílias, que incluem algo em torno de 30 crianças, 15 idosos, gestantes e portadores de deficiência, permanecem acampadas em um terreno localizado às margens do rio Sergipe, na Barra dos Coqueiros. Os ocupantes são liderados pelo Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu), que orienta as famílias a permanecerem acampadas.

O grupo de ocupantes já iniciou a construção de barracos improvisados no local, usando madeiras. De acordo com o Motu, são famílias formadas por artesãos, empregadas domésticas, pescadores e autônomos que vivem da reciclagem do lixo. “Vamos construir aqui 400 barracos para o pessoal que não tem moradia”, informa o coordenador do Motu, Antonio Carlos dos Santos.

A doméstica Antonia Maria dos Santos, 35, revela que perdeu a guarda da filha de nove anos por não possuir casa para morar. “Hoje to aqui tentando ter uma casa porque o juiz tomou a guarda da minha filha justamente porque eu não tenho casa”, revela.

O servente de pedreiro Oséas dos Santos, 49, tem quatro filhos e rescindiu o contrato de aluguel de um imóvel onde morava pagando R$ 200. “Eu pagava aluguel e me chamaram para eu invadir e aí eu vim porque preciso de casa para minha família”, disse, enquanto pregava os pregos na madeira naquele que será o seu lar.

“Tenho quatro filhos, sou viúva e preciso de moradia”, diz a doméstica Vânia Menezes dos Santos. Questionados pela possibilidade de ordem judicial pela desocupação, eles não sabem precisar a decisão que tomará. Mas o coordenador do Motu adianta que a orientação é resistir. “A ideia é resistir e só sair daqui quando tiver um projeto habitacional para atender a estas famílias”, comentou Antonio Carlos, coordenador do movimento.

Antonio Carlos informou que as famílias estão sofrendo ameaças de pessoas que se dizem proprietárias da área, que chegaram em três oportunidades. “No sábado três homens tiveram aqui, em horários diferentes, dizendo que seriam proprietários e eles estavam armados”, ressaltou.

No momento em que a reportagem do Portal Infonet chegou ao local, um homem se aproximou em um veículo amarelo e se apresentou como proprietário do terreno, mas não se identificou. Ele informou que já tinha adotado providências para obter a reintegração de posse em ação judicial já movida e que só se manifestaria depois do julgamento da ação.

http://www.infonet.com.br/cidade/ler.asp?id=127632&titulo=noticias

Comments (1)

  1. MORADIA É UM DIREITO HUMANO, GARANTIDO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

    São 56 dias, sem nenhuma forma de dialogo, o executivo de Barra dos Coqueiros não dialoga.

    Estamos vivendo um forte processo de criminalização da pobreza, uma parte importante e significativa da sociedade não serve para a prefeitura do DEM, a classe desfavorecida de Barra dos Coqueiros não serve para o modelo de desenvolvimento do DEM.

    O Prefeito Gilson dos Anjos desvaloriza e desumaniza a população pobre de Barra dos Coqueiros, através da não garantia de direitos básicos e fundamentais para dignidade das famílias desfavorecidas, assim, esse grupo que esta a frente do executivo do município, mantém a classe trabalhadora extremamente carente de direitos e dependentes dos políticos da região.

    PREFEITO GILSON DOS ANJOS, EXISTE VIDA ANTES, DURANTE E APÓS AS ELEIÇÕES!!!

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