Elas querem entender por quê não têm acesso a créditos de agências públicas — apesar da vida difícil enfrentam e da capacidade criativa que demonstram.
Por Luiz da Motta, no Pagina22
Rosana Pantoja de Moraes é ribeirinha. Mora com a família de oito irmãos na várzea do Rio Pará, perto de Curralinho, na Ilha de Marajó. Tem 30 anos e ainda não teve filhos. Na época da chuva, sua atividade é coletar açaí. Parte consome com a família; parte vende na cidade.
Quando estia, trabalha como pescadora artesanal. Em casa, vê televisão enquanto trança cestarias ou confecciona biojóias. E não é só isso: quando tem eventos públicos na cidade, Rosana sempre consegue um bico de cozinheira. Satisfeita com seu ritmo de vida, não quer outro trabalho. Tampouco vai se mudar para Belém. Está mais interessada em fazer cursos de aperfeiçoamento.
Rosana foi uma das entrevistadas pela Secretaria da Mulher do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), em uma pesquisa ainda inédita sobre o perfil da mulher extrativista na Amazônia. A entidade ouviu 46 associações em nove estados da Amazônia Legal, para descobrir quais são suas principais aspirações e dificuldades. (mais…)