Projeto percorre comunidades do Rio São Francisco com sala de cinema itinerante

Lydia Cintra

A expedição do Projeto Cinema no Rio São Francisco iniciou este fim de semana um roteiro especial que passará por 13 cidades do norte de Minas Gerais banhadas pelo Rio São Francisco. A parte “especial” fica por conta da proposta da viagem: colocar em prática experiências de cultura e conhecimento proporcionadas pela sétima arte.

Este ano, a sétima edição do Cinema no Rio comemora os 510 anos do descobrimento do rio São Francisco, o “Velho Chico” – verdadeiro patrimônio cultural e ambiental brasileiro.

Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe já receberam expedições do projeto, que começou em 2004 com o objetivo de democratizar o acesso à cultura. Após 7 anos, os números são expressivos: mais de 200 mil pessoas passaram pelas salas de cinema itinerantes em inúmeras sessões gratuitas de cinema.

Os espaços de projeção são montados ao ar livre, com 200 cadeiras de plástico. Calçadas, árvores e lonas no chão também acomodam os espectadores. Um trailer se transforma na cabine de projeção com projetor 35 mm, processador dolby digital, lâmpadas de 3.000 watts e jogo de lentes. Quatro caixas laterais e duas centrais formam o sistema de som.

Uma das curiosidades é a logística dos equipamentos. Ao invés de peças pesadas usadas em projeções convencionais, a tela  é inflável, muito mais fácil de montar e desmontar. Um grande amontoado de lona se transforma em uma tela de cinema de 10m x 7,5 em apenas 15 minutos (e só esse processo de montagem já chama a atenção do público).

A programação vai até 5 de maio e passará pelas cidades de Pirapora, Buritizeiro, Barra do Guacuí, Ibiaí, Ponto Chique, Cachoeira do Manteiga, São Romão, São Francisco, Pedras de Maria da Cruz, Januária, Itacarambi, Manga e Matias Cardoso.

Em Pirapora, comprando as pipocas para ver o filme

Na prática

Todos os filmes exibidos no projeto são nacionais. Este ano, serão oito curtas e seis longas-metragens, entre eles O Palhaço, dirigido por Selton Mello, e Hotxuá, de Letícia Sabatella e Gringo Cardia. Além disso, as comunidades poderão experimentar o cinema na prática.

Em cada cidade será produzido um curta-metragem sobre o local e a população. “A proposta não é só proporcionar que eles tenham contato com o cinema, mas que eles tenham contato com suas próprias manifestações”, diz Inácio Neves, diretor da CineAr Produções e responsável pelo projeto. O documentário é construído junto com as pessoas. Os interessados fazem parte da produção e ajudam a encontrar lugares legais e personagens que tenham histórias interessantes e representativas.

Em cada parada também será ministrada a oficina de fotografia Imagem em Movimento, voltada para crianças entre 12 e 16 anos, com o ensino de regras básicas. Depois, os alunos sairão pela cidade para fotografar o que for interessante. “É o olhar deles sobre o espaço em que vivem”, explica Inácio. O material produzido será editado e exibido na telona antes dos filmes.

(Fotos: André Fossati)

http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/projeto-percorre-comunidades-do-rio-sao-francisco-com-sala-de-cinema-itinerante/. Enviada por José Carlos.

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