Procuradoria quer evitar acidentes em barragens em Minas Gerais

Paulo Peixoto

Belo Horizonte – Após o governo de Minas revelar que 83 das 729 barragens de contenção de rejeitos minerais e de resíduos industriais do Estado representam ameaça ao ambiente, o Ministério Público Federal entrou na Justiça com 55 ações civis públicas para forçar as empresas a apresentar planos de ações corretivas.

A Procuradoria quer evitar acidentes como o de Miraí (zona da mata), em 10 de janeiro de 2007, quando dois bilhões de litros de lama vazaram da barragem São Francisco e atingiram três cidades de Minas e quatro do Rio. O acidente afetou o fornecimento de água de 100 mil pessoas e deixou 30% das famílias de Miraí desalojadas.

Para a procuradora Zani Cajueiro, “não é possível mais contemporizar. É preciso inverter a lógica perversa que existe no Brasil de só tomar providências depois que o prejuízo acontece”. As empresas que não apresentarem os laudos e relatórios técnicos sobre a situação das barragens estão sujeitas a denúncia por crime ambiental. O prazo é de 90 dias.

Segundo a versão 2011 do Inventário de Barragens da Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente), divulgado neste mês, 45 das 83 barragens com problemas não têm garantia de estabilidade. Em 38 delas, a análise da estabilidade não foi concluída por falta de dados.

Do total de barragens, 218 têm alto potencial de dano ambiental e 281 são consideradas com potencial médio de dano. As de baixo potencial são 230. As barragens de mineradoras são maioria (457), seguidas pelas de destilarias de álcool (180) e indústrias (92). Na região central de Minas, onde se concentra a exploração mineral, estão 42% das barragens do Estado.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1069300-procuradoria-quer-evitar-acidentes-em-barragens-em-minas-gerais.shtml

Enviada por José Carlos.

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