Um novo chamado de luta contra o racismo

Dia 11 de fevereiro foi um dia histórico. Mais de 300 manifestantes entraram no Shopping Pátio Higienópolis, um dos mais elitizados da cidade de São Paulo. Não imaginavam os frequentadores e lojistas que estariam aquelas pessoas ali para denunciar a onda de racismo que vem de maneira cada vez mais explícita assombrar homens e mulheres de pele escura. De maneira mais explícita, pois o racismo está presente a todo momento nos locais de trabalho, nos postos de saúde e hospitais, nas universidades.

No ato, como grandes exemplos recentes do racismo, foi denunciado o caso de uma jovem estagiária da qual se exigiu, por parte de sua chefia, que realizasse um alisamento no cabelo, uma demonstração de como o perfil negro é associado a elementos negativos.

Outro caso foi o do garoto etíope que almoçava com os pais em um restaurante e que, quando estes se ausentaram, foi expulso do restaurante, pois não fazia parte do “perfil” dos frequentadores daquele recinto. Houve também a repressão policial sobre o jovem estudante negro na USP.

Negros são a maioria dos violentados e assassinados pela polícia. Pessoas que cultuam religiões de matriz africana são fortemente reprimidas. Quilombolas e líderes rurais são assassinados e nem se toma nota. Mulheres negras não tem tratamento pré-natal ou são simplesmente destratadas nas (escassas) consultas. Negras e negros recebem menos dos que brancas e brancos. (mais…)

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A gestão Agnelli, por Saul Leblon

O contraponto tucano a Petrobras

Numa entrevista famosa de 2009, ao portal da revista Veja, FHC justificou a venda da Vale do Rio Doce, entre outras razões, ao fato de a 2ª maior empresa de minério do mundo ter se reduzido -na sua douta avaliação – a um cabide empregos, ‘que não pagava imposto, nem investia’. Notícias frescas da Receita Federal abrem um contraponto constrangedor à discutível premissa fiscal tucana. (mais…)

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Ameaças diante da fragilidade das Políticas Socioambientais no Amazonas

O reconhecimento da importância da conservação ambiental pelos poderes públicos e pela sociedade civil no Amazonas permitiu, nos últimos anos, alguns avanços nos instrumentos de proteção ambiental e no reconhecimento dos direitos das populações tradicionais indígenas e não-indígenas do Estado.

No entanto, a fragilidade do atual sistema de gestão que, seja por falta de estrutura, seja por falta de vontade política ou defesa de interesses contraditórios à agenda socioambiental em curso no Amazonas, tem gerado um cenário negativo para a conservação da biodiversidade regional, assim como para os grupos sociais. Muito dessa fragilidade pode ser verificada nos seguintes aspectos:

-Unidades de Conservação como os Parques Estaduais do Nhamundá, Sumaúma, Rio Negro Setor Sul, bem como áreas reconhecidas como Patrimônio Cultural e Natural Brasileiro, como o Encontro das Águas, estão sendo reclassificadas e/ou retalhadas para a consolidação de atividades agropecuárias, de mineração, de obras públicas e outros sistemas predatórios de uso de terra. Tudo isso por conta da ganância de grupos econômicos que buscam, com apoio de setores públicos, ganhos privados através do uso não sustentável dos recursos naturais.

– O processo de regularização fundiária carece de ações e instrumentos eficazes que resolvam de uma vez por todas o modelo de ocupação das comunidades tradicionais que vivem nas Áreas Protegidas do Amazonas.

– A criação de novas Unidades de Conservação e o reconhecimento de Terras Indígenas enfrentam forte oposição na esfera política, deixando desprotegidas e sujeitas à ocupação irregular grandes extensões de áreas públicas importantes para a Conservação da Biodiversidade e para a vida de milhares de famílias que nelas habitam há gerações. (mais…)

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A Amazônia não é nossa! artigo de José Eustáquio Diniz Alves

A Amazônia não é nossa e nem de ninguém. A Amazônia não pertence ao Brasil, nem à Bolívia, Peru, Colômbia ou Venezuela. Não pertence a país algum. A Amazônia não é um patrimônio da humanidade. Desde seu berço, ela nunca teve dono, pois nasceu e cresceu muito antes do surgimento do ser humano. A Amazônia pertence a ela mesmo.

A Amazônia deveria ser entendida como um “patrimônio” da natureza e não como um recurso a serviço da voracidade humana. A floresta existe desde o período Eoceno, há cerca de 55 milhões de anos, tendo se expandido e se contraido de acordo com as Eras Glaciais. Ao longo da sua existência a floresta tem sido a casa de inúmeras espécies de animais e plantas, que formavam um bioma vivo em constante evolução.

A bacia amazônica estende-se por uma área de cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados (km2) na América do Sul e, em sua foz, alimenta o Oceano Atlântico com 20% de toda a água doce que chega nos mares do mundo. De sua área total, cerca de 4 milhões de km² encontram-se no Brasil. A bacia amazônica abriga a maior floresta tropical do Planeta, que é o lar de cerca de 2,5 milhões de espécies de insetos, dezenas de milhares de plantas e mais de duas mil espécies de aves, peixes e mamíferos. Muitas espécies são endêmicas (só encontradas na região). A floresta, na maior parte do tempo, absorve carbono, mitigando as consequências do aquecimento global. (mais…)

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Acampamento “ensina racismo” na África do Sul

O documentário Afrikaner Blood (Sangue Africâner, em português), das holandesas Elles van Gelder e Ilvy Njiokiktjien, ganhou o primeiro prêmio do concurso World Press Photo 2012 na categoria multimídia. O vídeo mostra adolescentes sul-africanos brancos que vão para um acampamento de verão organizado por um grupo racista de extrema-direita.

De acordo com as produtoras do documentário, o grupo Kommandokorps está ensinando garotos africâneres a “evitar a visão de Nelson Mandela de uma nação arco-íris multicultural”. “Muitas pessoas estão chocadas que isso exista na África do Sul – as imagens quase parecem que foram feitas no passado”, disse Van Gelder à BBC.

O grupo é liderado por Franz Jooste, major do Exército durante o Apartheid, regime de segregação racial que terminou em 1994 com a eleição de Mandela. As produtoras dizem que Jooste pretende criar uma nova geração de racistas porque sua organização tem pouco suporte. Após décadas de divisões raciais forçadas pelo governo, especialistas dizem que negros e brancos se entendem bem no país. No entanto, os negros dizem que permanecem marginalizados.

O documentário multimídia combina os vídeos de Van Gelder com as fotos de Njiokiktjien. A diretora diz que as imagens ajudam o espectador a interromper por alguns momentos o vídeo para prestar atenção nas declarações do fundador do Kommandokorps, que são “duras e intrigantes”.

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5680917-EI17615,00-Acampamento+ensina+racismo+na+Africa+do+Sul.html

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Equipe vai avaliar assistência no DSEI Guamá-Tocantins

Outra equipe do Ministério da Saúde já está em Belém (PA) desde a semana passada, realizando levantamento nas áreas de gestão, atenção e recursos humanos para que sejam tomadas medidas para melhoria no atendimento à população indígena

Uma equipe de profissionais da secretaria especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, desembarcou nesta quinta-feira (22), em Belém (PA), para vistoriar as condições de saúde e de atendimento nas aldeias que integram o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá-Tocantins. Desde a semana passada, outra equipe já está no local realizando levantamento nas áreas de gestão e recursos humanos.

A equipe está analisando os contratos vigentes e os processos licitatórios, essenciais na execução dos serviços de limpeza, alimentação, segurança e combustíveis. Também está sendo realizada capacitação dos profissionais do DSEI na área de gestão, para a realização, por exemplo, de contratos para a contratação de serviços. Na área de recursos humanos, está sendo feito mapeamento do número de profissionais para reorganização dos processos de trabalho, como avaliação do número do quadro de profissionais de saúde e de outras atividades. A equipe técnica levantará as condições das Casas de Saúde do Índio (Casais) e Polos-Base da região, com o objetivo de elaborar um plano de recuperação dessas unidades. (mais…)

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Correa diz que protesto indígena sofreu ‘derrota contundente’

O presidente do Equador, Rafael Correa, disse que o protesto contra a os projetos de mineração em grande escala do governo, liderado por comunidades indígenas de oposição, sofreu uma “derrota contundente”

Os manifestantes indígenas marcharam da Amazônia até a capital equatoriana, Quito, nesta quinta-feira, onde também se concentravam milhares de simpatizantes do governo.

“Eles sofreram outra derrota contundente. Somos muitos mais. Neste momento em Quito somos 50 mil, 60 mil, enquanto eles são algumas centenas apesar do apoio da imprensa corrupta e da direita saqueadora”, disse Correa, diante de aproximadamente 15 mil partidários que se concentraram no parque El Arbolito, segundo números do movimento Alianza País.

O protesto indígena começou no dia 8 de março em El Pangui, município amazônico onde será inaugurada a primeira mina de grande escala da história do Equador, que será operada durante 25 anos pela empresa Ecuacorriente, de capital chinês.

Segundo os manifestantes, os planos irão prejudicar comunidades indígenas e o meio ambiente. No entanto, Correa afirmou que continuará com os projetos, que, segundo ele, reduzirão a dependência do país da produção de petróleo.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas_noticias/2012/03/120322_correa_equador_cc_rn.shtml

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Instituto Evandro Chagas realiza exames para identificar causa de problemas de saúde em população indígena

Um grupo de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas realiza o trabalho de pesquisa em quatro aldeias de Feijó para identificar as causas dos agravos na população indígena da região. Essa ação está sendo desenvolvida pelo governo federal em parceria com o governo do Estado.

De acordo com o diretor de apoio a diagnóstico da Secretaria Estadual de Saúde, Tiago Viana, na noite de quarta-feira, 21, dez índios foram removidos para o Hospital de Feijó. “Eles precisavam de cuidados específicos, como reidratação. Ainda não existe causa definida para os agravos, por isso a presença dos pesquisadores do renomado instituto”, destacou Viana.

O Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS), atua nas áreas de pesquisas biomédicas e na prestação de serviços em saúde pública. Há mais de sete décadas atuando em defesa da qualidade de vida da população brasileira, o IEC tem se notabilizado por inúmeras descobertas, o que o torna referência mundial como centro de excelência em pesquisas científicas. (mais…)

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“Vergonha: Globo e Folha se unem contra Comissão da Verdade”

Os editoriais dos jornais O Globo e Folha revelam o temor das famílias Marinho e Frias com a reabertura dos debates sobre os crimes cometidos pela ditadura militar. Afinal, ambas as empresas jornalísticas apoiaram os golpistas

comissão verdade ditadura folha globoAltamiro Borges

Em editoriais dessa semana, que até parecem combinados, O Globo e Folha criticaram os setores de sociedade que pretendem, com a instalação da Comissão da Verdade, apurar os crimes da ditadura militar. Na avaliação dos dois jornais, que deram apoio ao golpe de 1964 e às barbáries do regime, não cabe analisar o passado – seja discutindo a Lei da Anistia ou a chacina no Araguaia.

O diário da família Marinho é mais descarado. No editorial “Sem vencidos e vencedores”, até suavizava os crimes da ditadura. “Os militares trataram de manter, mesmo que só formalmente, ritos da democracia representativa… Prendia-se por motivos políticos, cassavam-se vereadores, deputados, senadores, ministros do Supremo, mas procurava-se manter um lustro de ‘democracia’”.

Jornal compara algozes com vítimas

Essa singularidade, segundo o jornal, resultou no “perdão recíproco, dos agentes envolvidos na repressão e participantes da luta armada. Uma fieira de crimes foi cometida por ambos os lados naquela guerra suja e, muitas vezes, subterrânea”. O Globo, na maior caradura, compara os torturadores com os torturados e os golpistas com os democratas que resistiram à ditadura. (mais…)

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