Desmatamento na Amazônia aumenta e chega a 253,8 km² em setembro

Roberta Lopes, Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Amazônia perdeu uma área de 253,8 quilômetros quadrados (km²) de floresta em setembro, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram registrados 448 km² de desmate, houve queda de 43%. Na comparação com o mês de agosto, entretanto, quando foram contabilizados 164 km² de derrubadas, houve aumento da área desmatada.

O estado onde foram registrados mais desmatamentos, em setembro, foi Mato Grosso, com 110 km². Em seguida está o estado de Rondônia, com 49,88 km² e em terceiro, o Pará, com 46,94 km². O estado onde houve o menor registro de desmatamento foi Tocantins, com 2,24 km². No estado do Amapá não foi detectado desmate.

Segundo o Inpe, apenas 5% da região não foram monitoradas por causa das nuvens.

Fazem parte da região da Amazônia Legal os estados do Acre, Amapá, Amazonas, de Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, Roraima e do Tocantins, além de parte do estado do Maranhão.

Edição: Lílian Beraldo

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-10-31/desmatamento-na-amazonia-aumenta-e-chega-2538-km%C2%B2-em-setembro

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O joio e o trigo no mundo das ONGs

Por Fátima Mello*

As recentes notícias sobre desvios de recursos públicos envolvendo ONGs convidam a opinião pública a conhecer melhor estas organizações e suas motivações. Entre as mais de 300 mil ONGs existentes no país existem algumas que foram criadas para servir a interesses particulares e que se beneficiam da ausência de um claro marco regulatório que balize a atuação das ONGs para agirem a serviço de interesses privados. O guarda-chuva difuso do termo não-governamental abriga interesses diversos e muitas vezes contraditórios e opostos. Tudo que não é governo nem empresa pode ser uma ONG. Assim como no mundo empresarial e governamental também no mundo das ONGs existem perfis e interesses heterogêneos.

As denúncias de corrupção e malfeitos de algumas delas, no entanto, não devem ofuscar o valioso papel que a atuação de grande parte das ONGs brasileiras exerce na defesa do interesse público e da cidadania. Enquanto as denúncias de desvios no Ministério dos Esportes têm sido usadas para acusar e condenar todas as ONGs à guilhotina, o mundo das ONGs ligado a defesa da democracia, dos direitos humanos e da justiça social e ambiental está em festa, comemorando o aniversário de 50 anos da FASE – Solidariedade e Educação. Eis uma ONG que junto com centenas de outras ONGs parceiras têm construído a história da luta por políticas públicas que universalizem direitos e cidadania no país. Há anos este conjunto de organizações tem insistido na necessidade de criação de um marco regulatório para a atuação das ONGs visando a transparência e o controle público. (mais…)

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Comitês de Bacias apresentam moção contra reforma do Código Florestal

Reunidos em São Luis (MA) no 13º Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, representantes de comitês de todo o Brasil apresentaram na sexta-feira (28) manifestação contra a redução das Áreas de Proteção Ambiental.

Por EcoAgência

Representantes de Comitês de Bacias Hidrográficas de várias regiões do País fizeram uma moção contra a redução das áreas de proteção ambiental às margens dos rios, em protesto contra o texto da reforma do Código Florestal, aprovado na Câmara dos Deputados em maio, que permite o uso das áreas de preservação permanente (APPs). O texto tramita agora no Senado e deve ir a plenário até o final do ano. A moção foi apresentada na sexta-feira (28), último dia do 13º Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob), em São Luis (MA).

Atualmente, o Brasil possui cerca de 180 Comitês, sendo dez em rios federias, com representações de diferentes segmentos da sociedade, espalhados por várias bacias. Ao todo, são mais de 50 mil pessoas engajadas na defesa dos recursos hídricos. Esses comitês funcionam como parlamentos da água, pois são formados por usuários locais dos recursos hídricos; organizações não governamentais; sociedade civil e representes do poder público nos três níveis (municipal, estadual e federal), que se reúnem em sessões plenárias. (mais…)

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Nota Pública CPT: TO – Tiroteio no acampamento Vitória deixa dois pistoleiros feridos e famílias em clima de terror

Confira Nota Pública divulgada pela CPT Araguaia-Tocantins sobre tiroteio no acampamento Vitória, Palmeirante (TO), na última quinta-feira, 27 de outubro.

No início da noite desta 5ª feira, dia 27 de outubro, pelas 19 horas, dois homens armados, aparentemente embriagados e drogados, adentraram o acampamento Vitória, atirando na direção do barraco do Sr Divino, xingando os sem-terra e procurando o Divino e o Noginel (tio do Divino e liderança do vizinho assentamento Santo Antônio). Reagindo ao tiroteio, uns dois ou três tiros saíram do lado dos acampados, para proteger o grupo já em estado de pânico. Os pistoleiros correram então para o outro lado da estrada, retornando à casa de uma assentada onde haviam sido vistos horas antes.

Pouco depois, pelas 21 horas, por ocasião de uma ronda de rotina no local, a Polícia encontrou os dois homens, feridos, e os encaminhou para Araguaína (TO) onde continuam internados. No início da tarde do mesmo dia, os mesmos dois homens tinham trocado tiros na Vila do Assentamento Paciência, situado a 6 km, provocando terror entre os presentes que resolveram chamar a Polícia (porém na chegada dos policiais, os mesmos haviam deixado o local). (mais…)

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Propostas de São Paulo para conferência nacional piorizam combate à homofobia

Flávia Albuquerque, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A maioria das propostas que o estado de São Paulo levará para a 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), que será realizada em Brasília no mês de dezembro, enfoca a questão do combate à homofobia, informou a coordenadora estadual de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania, Heloisa Helena Alves. Ela está entre os participantes da 2ª Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBTT), que terminou ontem (30), na capital paulista.

O objetivo da conferência é elaborar diretrizes para a implementação de políticas públicas para promover a diversidade sexual. Segundo Heloisa, no estado de São Paulo, 11 secretarias estão envolvidas em ações para enfrentar a homofobia. De acordo com ela, uma das propostas é a de criminalizar o preconceito contra homossexuais. “Isso é responsabilidade do Legislativo, mas esse grupo quer propor que o governo faça um trabalho de atuação com o Congresso Nacional para que a lei que criminaliza a homofobia saia”.

A coordenadora disse que só neste ano foram abertos 50 processos relacionados à discriminação contra a população LGBTT na Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania. “Esses dados mostram que a homofobia é muito latente no estado, mas mostra também que eles estão perdendo o receio de fazer denúncias e de ir atrás de punição para os culpados”. (mais…)

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“Belo Monte, nosso dinheiro e o bigode do Sarney”

Um dos mais respeitados especialistas na área energética do país, o professor da USP Célio Bermann, fala sobre a “caixa preta” [sic] do setor, controlado por José Sarney, e o jogo pesado e lucrativo que domina a maior obra do PAC. Conta também sua experiência como assessor de Dilma Rousseff no Ministério de Minas e Energia

Eliane Brum

Se você é aquele tipo de leitor que acha que Belo Monte vai “afetar apenas um punhado de índios”, esta entrevista é para você. Talvez você descubra que a megaobra vai afetar diretamente o seu bolso. Se você é aquele tipo de leitor que acredita que os acontecimentos na Amazônia não lhe dizem respeito, esta entrevista é para você. Para que possa entender que o que acontece lá, repercute aqui – e vice-versa. Se você é aquele tipo de leitor que defende a construção do maior número de usinas hidrelétricas já porque acredita piamente que, se isso não acontecer, vai ficar sem luz em casa para assistir à novela das oito, esta entrevista é para você. Com alguma sorte, você pode perceber que o buraco é mais embaixo e que você tem consumido propaganda subliminar, além de bens de consumo. Se você é aquele tipo de leitor que compreende os impactos socioambientais de uma obra desse porte, mas gostaria de entender melhor o que está em jogo de fato e quais são as alternativas, esta entrevista também é para você. (mais…)

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CONAQ: Marcha Nacional em Defesa dos Direitos do Povo Quilombola, dia 7/11, em Brasília

Conforme decisão tomada em seu IV Encontro Nacional, realizado no Rio de Janeiro, a Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ – está convocando para a Marcha Nacional em Defesa dos Direitos do Povo Quilombola, que será realizada dia 7 de novembro, em Brasília. A mobilização reunirá representantes de comunidades Quilombolas de todos os cantos do País.

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Violência contra docentes deixa marcas

Ameaçados e agredidos por alunos, professores sofrem de estresse pós-traumático

Márcia Vieira / Rio – O Estado de S. Paulo

A primeira ameaça veio após 23 anos de magistério. “Você é muito abusada. Aqui nesta escola não se manda bater. Se manda matar.” Nádia de Souza, de 55 anos, sentiu as pernas tremerem e o coração disparar, mas insistiu. Por cinco meses, apartou brigas entre alunos e ouviu barbaridades, como a do menino de 13 anos que colocou a mão em formato de pistola na sua cabeça e disparou a sentença: “Você aqui não é nada”.

Nádia é professora por vocação. Formada em Ciências Sociais, História e pós-graduada em História da África, recebeu prêmios por resultados com alunos do ensino fundamental de uma escola em Realengo, na zona oeste do Rio, e de Botafogo, na zona sul, no pé da favela Dona Marta.

Sempre achou que valia a pena ensinar, apesar das salas superlotadas e do salário baixo (com horas extras e matrícula em duas escolas, ganha em torno de R$ 3 mil). Há um ano, depois das ameaças num colégio no Centro, está em tratamento psiquiátrico. Toma antidepressivos, não sai de casa sozinha e nunca mais pisou em uma escola. Só de passar por perto tem taquicardia e falta de ar. “Eu ando na corda bamba.” O nome científico para o mal que a aflige é síndrome do estresse pós-traumático, doença psíquica que começou a ser diagnosticada nos anos 1960 com ex-combatentes da guerra do Vietnã. (mais…)

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Historiador fala sobre “racismo à brasileira”

Por Neomil Macedo

A existência de um “racismo à brasileira”, relativizado pela miscigenação do povo brasileiro foi tema da participação do professor de história da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luz Carlos Ribeiro, nesta terça-feira (26/10), no seminário “Do futebol à universidade: a questão racial no Brasil”, no auditório do Observatório Astronômico da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A promoção reuniu a Comissão de Acompanhamento e Avaliação da Implementação da Política de Cotas da UEPG; Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), Comissão Própria de Avaliação (CPA), Departamento e Colegiado do curso de Educação Física, com o objetivo de refletir sobre o comportamento da sociedade brasileira frente às questões raciais e também apresentar dados da política de cotas implantada pela UEPG em 2006.

O professor Luiz Carlos Ribeiro abriu as discussões fazendo um mapeamento histórico da temática do racismo no Brasil. Segundo ele, a questão racial no país tem início com a abolição da escravidão no final do século XIX. “Até então o racismo não era discutido como um problema social, porque os negros tinham o seu lugar na sociedade brasileira”, disse o professor, comentando que, com o fim da escravatura, tiveram início as discussões sobre o que fazer com o negro livre, surgindo aí a questão racial. Nesse contexto, ele cita a existência na época do que se chamou de “ciência racialista”, que colocava o negro como um sujeito geneticamente inferior ao homem branco. (mais…)

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