Siderurgia adia investimento de R$ 11 bilhões em Minas

CSN em Congonhas fica para 2020; tombamento da serra Casa de Pedra pode inviabilizar o projeto

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Projeto de preservação do perfil da montanha tramita na Câmara de Congonhas

Bruno Porto – Do Hoje em Dia

A CSN vai empurrar para 2020 o prazo para conclusão dos investimentos de R$ 11 bilhões prometidos para os municípios de Congonhas e Arcos, em Minas Gerais, antes previstos para 2013. Há exatos quatro anos, em 28 de outubro de 2007, o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, assinaram protocolo de intenções em que a empresa se comprometia a instalar nos dois municípios um pacote de empreendimentos nos setores de mineração e siderurgia. A promessa era gerar cerca de 15 mil empregos.

Nenhum dos projetos divulgados saiu do papel e a empresa agora faz nova promessa. A assessoria de imprensa da CSN informou que a siderúrgica negocia com o governo mineiro a atualização do cronograma dos investimentos e um aditivo. Nos termos da negociação, o aporte passaria para R$ 12 bilhões, e 20 mil empregos seriam gerados.

Um novo obstáculo, porém, pode frustrar os planos da companhia. Em paralelo à negociação entre governo estadual e empresa, a Câmara Municipal de Congonhas iniciará na próxima segunda-feira (31) a tramitação do Projeto de Lei (PL) 027/2008, de iniciativa popular, que vai delimitar a área de tombamento da Serra de Casa de Pedra, onde está a Mina de Casa de Pedra, operada pela empresa. Se o PL for aprovado, a expansão da mina, já comunicada ao mercado pela companhia, será inviabilizada.

De acordo com o presidente da Câmara dos Vereadores de Congonhas, Edilon Ferreira Leite, o projeto tem prazo máximo de 30 dias para passar pelas quatro comissões permanentes da Casa. Desta forma, a previsão é que ele seja votado ou na reunião do dia 22 ou do dia 29 de novembro em primeiro turno, e até 6 de dezembro em segundo turno. O recesso da Casa começa dia 20 de dezembro. O projeto tomba as vertentes da serra que estão de frente para a cidade e impede qualquer alteração na silhueta da serra, que integra o conjunto arquitetônico de Bom Jesus dos Matozinhos, fazendo fundo aos 12 profetas esculpidos por Aleijadinho.

A CSN, segundo o presidente da Câmara, propôs a preservação de uma outra área como contrapartida a exploração de minério de ferro na Serra de Casa de Pedra. Também apresentou estudos de impacto ambiental referentes a poeira e aos recursos hídricos com a expansão da atividade mineradora. A assessoria de imprensa da companhia confirmou que mantém negociações com a Prefeitura e a Câmara. “A CSN quer minerar na Serra toda e o projeto impede que isso seja feito. É nesse sentido que os vereadores vão votar. Se aceitam ou não a mineração na Serra”, disse Edilon Ferreira.

No que se refere ao pacote total de investimentos, que vai além da mineração, a CSN informou, via assessoria, que uma usina siderúrgica será erguida em Congonhas, com uma capacidade de produção de 1 milhão de toneladas de aço por ano. No plano original, divulgado há quatro anos, a planta teria condições de produzir 4,5 milhões de toneladas. Os investimentos em mineração estão em curso, de acordo com a assessoria de imprensa, e a produção vai atingir 50 milhões de toneladas anuais “nos próximos anos”. No protocolo de intenções firmado com o governo de Minas, a produção chegaria a 55 milhões de toneladas. A CSN também não faz mais menção ao investimento em uma central de beneficiamento e distribuição de aço, que em 2007 integrava o pacote de investimentos e consumiria R$ 20 milhões.

Enviada por Ricardo Álvares.

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