Equador – Entidades indígenas condenam repressão policial em Paquisha

Adital – A resistência e defesa à Pachamama por parte dos povos originários no Equador vêm criando consciência na população e, muita gente, especialmente da região sul do Equador, tem manifestado que defenderá seus direitos, inclusive com sua vida, caso necessário.

Ontem (15), desde as 6h, na ponte de Paquisha, na província de Zamora, Chinchipe, deu-se o primeiro enfrentamento com a força pública. 500 policiais pretendiam cruzar a ponte com a finalidade de chegar a Cunguimi e desalojar os mineiros artesanais. Os moradores da zona resistiram frente à força pública e, como consequência, quatro pessoas ficaram feridas.

Edgar Chimbo, ferido a bala, está com uma de suas pernas destroçadas; Lauro Lozano, Segundo Salinas e Ramiro Parra, todos eles feridos por bombas lacrimogêneas, recebem atenção médica na cidade de Paquisha.


A Confederação Kichwa do Equador (Ecuarunari) e a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) condenam este fato e denunciam ao mundo como atua o presidente Rafael Correa, somente com a vontade de explorar a mineração em grande escala e entregá-la a empresas transnacionais, como a Kinrros-Aurelian e ECSA, que buscam levar a riqueza do país: cobre, ouro, prata, entre outras da zona.

Assim mesmo, as autoridades, como o prefeito provincial de Zamora Chinchipe, Salvador Quishpe, o presidente da Federação Provincial da Nacionalidade Kichwa Saraguro (Zamaskijat), José Guamán, e outros líderes, denunciaram que, há dois dias, têm-se mobilizado à zona a Força Pública por volta de uns 1.500 efetivos, entre policiais e militares, com a finalidade de desalojar à força os mineiros pequenos e artesanais da província que, por centenas de anos, vêm trabalhando na zona para o sustento de suas famílias.

Com a finalidade de reforçar a resistência e a luta, representantes de Conaie e Ecuarunari se deslocaram até Zamora Chinchipe e, junto com os mineiros artesanais, pequenos mineiros e o povo, faz cumprir os mandatos dos dias 5 e 12 de setembro que se tomaram nas Assembleias realizadas em Yacuambi e Nangaritza de rechaçar de forma rotunda a exploração mineira de grande escala, a expulsão das empresas transnacionais que estão operando na zona e declarar a zona desde La Paz até chegar a “zona não mineira e estratégica para a soberania alimentar”, igual a outras zonas da província.

As organizações ainda afirmam que, de agora em diante, qualquer coisa que passe na zona é de absoluta responsabilidade do governo nacional de Rafael Correa.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=50962

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.