João Henrique do Vale
Duas delas conseguiram deixar o local e procuraram a Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte e o Centro Nacional de Direitos Humanos da População em Situação de Rua. As instituições acionaram a polícia.
De acordo com a Polícia Militar, os dois andarilhos contaram que eram obrigados a trabalhar e eram alimentados apenas com pão e ração animal. “Percebemos no local que os moradores de rua viviam presos em uma situação degradante”, afirma o Soldado Oswaldo Sena Nascimento. Com medo, a dupla não queria denunciar a situação, mas foi convencida pelos integrantes da pastoral. “Eles estavam receosos porque foram ameaçados”, completa o militar.
A mulher presa não quis se identificar. “Ela aparenta ter uns 49 anos. Não quis dizer nada, apenas que não se lembrava como chamava a mãe e o pai. Queria apenas atrapalhar o nosso trabalho”, conta o soldado.
Outras três pessoas foram encontradas no sítio. A suspeita informou que são todos filhos dela e que têm problemas mentais. “Um deles foi reconhecido como morador de rua pela dupla que fugiu, mas ele concordou com o que a mulher falou. Talvez estivesse com medo”, explica Oswaldo Nascimento.
As vítimas e a mulher foram encaminhadas para a Delegacia de São Joaquim de Bicas para prestarem depoimento.
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2011/10/14/interna_gerais,256039/moradores-de-rua-sao-encontrados-em-abrigo-em-situacao-analoga-a-escravidao.shtml