Após acordo com Judiciário, famílias desocupam prédio da Urbel em BH

Moradores de ocupações urbanas fizeram ato em homenagem às vítimas da tragédia na avenida Pedro I (Foto: Facebook/Reprodução)
Moradores de ocupações urbanas fizeram ato em homenagem às vítimas da tragédia na avenida Pedro I (Foto: Facebook/Reprodução)

por Thaís Mota – Minas Livre

Moradores deixaram o prédio público pacificamente e seguiram em passeata até a sede da PBH onde fizeram um ato em homenagem às vítimas da queda do viaduto

Após dois dias de ocupação, o juiz da 1ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal, Magid Nauef Láuar determinou a reintegração de posse da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel). O prédio foi invadido na última quarta-feira (2) por moradores de ocupações urbanas da capital mineira.

A liminar de reintegração de posse é fruto de um acordo entre o judiciário e as famílias das ocupações. Uma das condições para que os moradores deixassem o prédio da Urbel era a retomada da mesa de negociações com representantes do Governo de Minas, Prefeitura de Belo Horizonte e Governo Federal.

Segundo o assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT), frei Gilvander Luís Moreira, uma reunião foi marcada com o secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, e outros representantes do Estado e do Executivo municipal e federal para o dia 17 de julho. Além disso, um encontro com representantes do poder público municipal também deve acontecer no dia 10 para discutir exclusivamente a implantação de infraestrutura nas ocupações.

“Hoje, como parte do acordo, o juiz informou que vai recomendar à prefeitura a garantia de infraestrutura necessária às moradias nas ocupações urbanas. Além disso, conseguimos junto ao Ministério Público o compromisso de requerer judicialmente todos os direitos do povo das ocupações, direitos esses que vêm sendo negados pela Prefeitura e pelo prefeito Marcio Lacerda”.

As famílias de sete ocupações urbanas da capital e da região metropolitana reivindicavam a regularização fundiária das ocupações com a instalação de redes de energia, água e esgoto. Eles lutam ainda pelo fim dos despejos forçados em BH e pela instituição de uma política habitacional que garanta moradia a toda a população e a conclusão das obras de construção do Hospital do Barreiro.

Na última quarta-feira, eles ocuparam o prédio da Urbel e da Advocacia Geral do Estado (AGE) como forma de pressionar o governo a retomar as negociações com a população. Além disso, eles montaram um acampamento em frente à PBH. O prédio da AGE foi desocupado na noite de quinta-feira e o acampamento na PBH desmontado nesta sexta.

Protesto

Após a desocupação do prédio da Urbel nesta sexta-feira, os manifestantes fizeram um protesto na região da Savassi, onde centenas de torcedores acompanhavam o jogo da Seleção Brasileira contra a Colômbia.

Em seguida, eles realizaram uma passeata até a sede da Prefeitura de BH e fizeram uma assembleia e um ato em solidariedade às vítimas do viaduto que desabou na última quinta-feira matando duas pessoas na avenida Pedro I.

Segundo frei Gilvander, este foi um dos protestos mais importantes realizados pelas ocupações. “Essa foi uma luta que planejamos conjuntamente e que contribuiu para aumentar a unidade entre os moradores. Além disso, conquistamos mais visibilidade na imprensa e aumentamos o desgaste político do prefeito Marcio Lacerda.

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