Povo Indígena Xokleng inicia mapeamento histórico-cultural do seu território

Foto: Funai
Foto: Funai

Funai – Os Xokleng da Terra Indígena (TI) Ibirama, localizada em Santa Catarina, sob orientação do Projeto Cartografia Social e com apoio do Projeto GATI, estão iniciando um processo de mapeamento histórico-cultural do seu território tradicional. A fim de planejar os primeiros passos da ação, foi realizado nos dias 14 e 15 de março, na Escola La Klãnõ (aldeia Figueira), um encontro preparatório para os iniciar os trabalhos de campo e definir marco conceitual da proposta.

O Projeto GATI estava representado pela sua consultora regional Rosa Villanueva e pelo coordenador de PGTAs (Planos de Gestão Ambiental e Territorial), Ney Maciel. A iniciativa está sendo orientada por professores do grupo de pesquisa “Identidades Coletivas e Conflitos Territoriais do Sul do Brasil”, da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), e coordenada por alunos Xokleng do curso de Licenciatura Intercultural Indígena da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O mapeamento tem como referencia o projeto “Novas Cartografias Sociais”, que articula, em todo o país, processos de pesquisa e mapeamentos protagonizados por populações tradicionais. (mais…)

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RO – Incra anuncia demarcação e assistência técnica na fazenda Santa Elina, onde ocorreu o Massacre em Corumbiara

acampamento sta elina
Imagem: CPT/RO

 Comunicação do Incra/RO, em CPT/RO

A superintendência do Incra em Rondônia anunciou a realização de serviços como demarcação de lotes e assistência técnica à agricultura familiar nos assentamentos criados na fazenda Santa Elina, onde ocorreu em agosto de 1995 o Massacre em Corumbiara. Foram criados na fazenda os projetos de assentamento: Maranatá, Maranatá 2, Zé Bentão, Alzira Monteiro, Renato Natan e Alberico Carvalho, para  673 famílias de trabalhadores rurais.

De acordo com o anúncio feito no local pelo superintendente do órgão, Luís Flávio Carvalho Ribeiro, na quarta-feira (26), a demarcação dos lotes ocorrerá nos assentamentos Alzira Monteiro, Maranatá 2 e Alberico Carvalho, através da celebração de termo de cooperação com o Governo do Estado e o Programa Terra Legal. Além de conter a ocupação irregular dos lotes, a demarcação busca também fomentar a sustentabilidade socioeconômica e ambiental e promover a recuperação natural de áreas degradadas.

A assistência técnica vai abranger todos os novos assentamentos para possibilitar maior qualidade à produção agrícola e melhorar a comercialização. Os serviços serão iniciados ainda nesse semestre. Está em campo uma equipe do Incra, com cinco servidores para acompanhar os trabalhos anunciados e realizar as fiscalizações ocupacionais das parcelas. (mais…)

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A jogada ruralista para fatiar o latifúndio

Só quem passou os últimos anos recluso em um mosteiro tibetano não sabe que no Brasil aconteceu um debate sanguíneo envolvendo quem ama muito a floresta e quem ama muito a produção, embora nenhum dos lados gostasse desta polarização. Depois de muita discussão sobre a importância das matas ciliares (que ladeiam os rios como se fossem cílios e evitam erosão e deslizamentos), e muito Google para decifrar as diferenças entre apicuns e manguezais, o Código Florestal ficou pronto. Passou pela Câmara e Senado, recebeu os vetos presidenciais e virou a Lei n° 12.651

Daniela Chiaretti – Valor

Ninguém ficou contente, mas foi o resultado político possível diante do cipoal de questões técnicas, interesses econômicos, estudos científicos e visões de mundo distintas. Isso foi em maio de 2012. Dois anos depois, as decisões estão sendo implementadas e está todo mundo tocando a vida? Nada. O Cadastro Ambiental Rural, um instrumento que tanto ambientalistas quanto produtores rurais querem que funcione e é considerado a coluna vertebral do Código, não foi lançado até hoje. O atraso trava tudo. É espantoso.

O registro eletrônico que atende pela sigla CAR serve para identificar o proprietário e a área de propriedade rural, mostrar quem tem passivo ambiental e quem está cheio de ativos florestais. O Ministério do Meio Ambiente trabalhou meses neste instrumento. Criou um sistema nacional, o Sicar, que permite a qualquer produtor baixar o aplicativo no computador, preencher as informações sobre o imóvel e seus limites e indicar nas imagens de satélite onde ficam a Reserva Legal e as Áreas de Proteção Permanente. É um processo de declaração de matas (ou da falta delas) muito parecido ao do Imposto de Renda. O arquivo é depois enviado às secretarias estaduais que analisam os dados. Quem desmatou o que não podia terá 20 anos para consertar o estrago. Se em cada palmo da terra há grãos plantados e não há espaço para nenhuma árvore, pode-se compensar a dívida procurando outra propriedade no mesmo Estado e bioma que tenha ativos, e pagar para que as florestas do vizinho sejam mantidas em pé. Tudo lindo, tudo pronto há meses, mas nada funcionando. “O CAR é o eixo condutor do Código. Tudo é baseado em quem fez o cadastro, da liberação de créditos a incentivos econômicos”, diz Roberto Smeraldi, diretor de políticas da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira. “Sem ele é impossível implementar o resto da lei” continua. Por quê, então, o troço não decola? “É um atraso político”, diz o ambientalista. (mais…)

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Como policiais acusados de crimes continuam nas ruas?

Corporativismo, controles deficientes, alterações de cenas de crime e morosidade das Justiças militar e civil são alguns dos fatores apontados por especialistas ouvidos pela BBC Brasil para explicar como policiais militares acusados de crimes continuam a patrulhar as ruas das cidades brasileiras

BBC Brasil

Um dos casos mais recentes é o assassinato da auxiliar de serviços gerais Cláudia Silva Ferreira, que foi baleada durante uma operação policial no morro da Congonha, no Rio de Janeiro, e arrastada no asfalto por 350 metros presa ao porta-malas de um carro da polícia que deveria levá-la ao hospital.

Três policiais militares foram acusados de participação no crime – mas respondem ao processo em liberdade devido a uma decisão judicial. Dois deles já respondiam a 16 processos por homicídios. Eles são o subtenente Rodney Miguel Arcanjo (três processos) e o colega de mesma patente Adir Serrano Machado (13 casos).

Casos como esse despertam o debate sobre deixar ou não policiais acusados de crimes livres enquanto o episódio não é totalmente esclarecido. As polícias militares do Rio de Janeiro e de São Paulo afirmaram que muitos policiais, mesmo suspeitos de crimes graves, continuam trabalhando nas corporações porque só podem ser definitivamente expulsos da corporação após o fim do processo judicial ou de investigação interna. (mais…)

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Hoje é daqueles dias em que sinto uma vergonha enorme por ser homem, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que 42,7% da população concorda totalmente que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e 22,4% concordam parcialmente com a afirmação. E 35,3% concordam totalmente que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. Outros 23,2% concordam parcialmente.

Quem se assustou com isso não conhece o país em que vive.

Vou reproduzir um comentário que já havia feito aqui:

Para uma parcela considerável da sociedade, não se enquadram na categoria de “vagabundas” apenas mães e avós, que dormem o sono das santas católicas, enquanto quem é “da vida” povoa as ruas e a madrugada.

Porque “mulher de bem” cuida da família, não sai sozinha ou à noite, não aceitaria nunca colocar um vestido acima do joelho e deixar as costas de fora, não bebe, fuma ou tem vícios detestáveis, não ama apenas por uma noite e não ri em público, escancarando os dentes a quem quer que seja. (mais…)

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Maioria acredita que mulher tem responsabilidade em casos de estupro, diz Ipea

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil*

Pesquisa divulgada ontem (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que 58,5% dos entrevistados concordaram totalmente ou parcialmente com a frase “Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. Em relação a essa pergunta, 35,3% concordaram totalmente, 23,2% parcialmente, 30,3% discordaram totalmente, 7,6% discordaram parcialmente e 2,6% se declararam neutros.

“Por trás da afirmação, está a noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais; então, as mulheres que os provocam é que deveriam saber se comportar, e não os estupradores. A violência parece surgir, aqui, também, como uma correção. A mulher merece e deve ser estuprada para aprender a se comportar”, dizem os pesquisadores.

Os pesquisadores também perguntaram “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”: 42,7% concordaram totalmente com a afirmação, 22,4% parcialmente; e 24% discordaram totalmente e 8,4% parcialmente.

“O acesso dos homens aos corpos das mulheres é livre se elas não impuserem barreiras , como se comportar e se vestir ‘adequadamente'”, concluíram os pesquisadores. (mais…)

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Atuação da polícia brasileira em protestos é tema de audiência

Brasília - Estado brasileiro deverá responder a questionamentos sobre 200 casos de violência policial Antonio Cruz/Arquivo Agência Brasil
Brasília – Estado brasileiro deverá responder a questionamentos sobre 200 casos de violência policial Antonio Cruz/Arquivo Agência Brasil

Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos promove hoje (28) audiência pública sobre a atuação do Estado nas manifestações de rua ocorridas em junho do ano passado. Na reunião, em Washington, nos Estados Unidos, o Estado brasileiro deverá responder a questionamentos sobre 200 casos de violência policial, criminalização dos manifestantes, leis de exceção e repressão a jornalistas e a advogados, de acordo com a Conectas, uma das organizações não governamentais (ONG) que solicitou a reunião.

Deverá ser abordada ainda a possível aprovação de uma série de leis endurecendo a repressão às manifestações, sob a alegação de conter a violência. Nos estados de Pernambuco e do Rio de Janeiro, por exemplo, foram editadas legislações proibindo o uso de máscaras durante os protestos.

Documento divulgado pela Conectas diz que, desde junho de 2013, foram contabilizadas em torno de nove mortes e mais de 1.700 detenções no contexto das manifestações”. O documento lembra que pelo menos duas pessoas ficaram cegas durante os protestos, incluindo um repórter fotográfico. (mais…)

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Sancionada lei que dificulta fechamento de escolas rurais e quilombolas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff sancionou lei que dificulta o fechamento de escolas rurais, indígenas e quilombolas. A Lei 12.960, de 27 de março, altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para fazer constar exigência de manifestação de órgão normativo – como os conselhos municipais de Educação – do sistema de ensino para o fechamento desse tipo de escola. A lei foi publicada hoje (28) no Diário Oficial da União.

Além de exigir que o órgão normativo opine sobre o fechamento da unidade de ensino nessas áreas, a lei estabelece que a comunidade escolar deverá ser ouvida e a Secretaria de Educação do estado deverá justificar a necessidade de encerramento das atividades da escola.

O projeto é de autoria do Executivo e ao justificar a proposta o então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, destacou que nos últimos cinco anos foram fechadas mais de 13 mil escolas do campo.  Segundo ele, decisões tomadas sem consulta causam transtornos à população rural que deixa de ser atendida ou passa a demandar serviços de transporte escolar.

Em fevereiro, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ocuparam o saguão da portaria principal do Ministério da Educação por duas horas para protestar contra o fechamento de escolas no campo.

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Racismo e extermínio: dominicanos caçam, matam e expulsam haitianos

2014_03_haitianos_expatriados_foto_josue_michel_garrAdriana Santiago – Adital

Uma verdadeira caçada humana com requintes de perversidade está acontecendo na República Dominicana. Esta semana, uma discussão entre o haitiano conhecido como Tikiki e o dominicano Cheling Betre, que foi vice-prefeito da cidade de Las Maltas, na República Dominicana, desencadeou uma caçada que provocou incêndios e mortes, incluindo a decapitação de uma criança.

Uma discussão acalorada sobre o pagamento de um serviço a menor ao haitiano Tikiki, que deveria receber 1.000 pesos e só lhe foi pago 450 por Betre, culminou com o político sacando uma arma e disparando contra o haitiano que revidou simultaneamente com um golpe de facão. Ambos feridos, foram socorridos, mas o vice-prefeito morreu no dia seguinte, na quarta-feira, 19 de março. Desde então, os haitianos estão sendo caçados naquela região. Relatos dos refugiados dão conta de uma mãe que fugiu com seu bebê, foi alcançada e o bebê decapitado na sua presença.

A xenofobia dos dominicanos perdeu o controle depois da publicação da decisão racista do Tribunal Constitucional Dominicano, a TC 168/13, que expatriou, em outubro do ano passado, haitianos e seus descendentes. Episódios violentos têm acontecido cada vez com mais frequência contra os cerca de 210 mil haitianos e seus descentes atingidos pela decisão retroativa, que alcança, indiscriminadamente, milhares de pessoas nascidas naquele país e retiraram-lhes a nacionalidade dominicana a que têm direito. Uma caçada insana que vai de encontro a todos os tratados internacionais e que pode se tornar equivalente do que o holocausto dos judeus pelos nazistas. (mais…)

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SEPPIR lança Edital para implementação do Sistema de Promoção da Igualdade Racial

Propostas podem ser inseridas no Siconv até 25 de abril de 2014, com foco no fortalecimento institucional e apoio a políticas voltadas para a juventude negra

SEPPIR – Visando à implementação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade (Sinapir), a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR), lançou ontem (27/03) a Chamada Pública N° 01/2014. Até 25 de abril, Estados e Municípios poderão apresentar propostas pelo Sistema de Convênios do Governo Federal (www.convenios.gov.br).

As propostas deverão contemplar duas áreas temáticas: Fortalecimento institucional de Órgãos, Conselhos, Ouvidorias Permanentes e Fóruns voltados para a Promoção da Igualdade Racial; e Apoio às políticas transversais e de ações afirmativas voltadas à juventude negra. Para a primeira área temática serão disponibilizados R$ 2.746.398,00, divididos em recursos de capital e custeio. Para a segunda área temática, serão disponibilizados R$ 400.000,00, exclusivamente para custeio.

Estados e Municípios deverão atentar para a necessidade de que todas as propostas estejam em conformidade com o “Manual de Orientação para Celebração de Convênios com Entidades Públicas”, disponibilizado pela SEPPIR/PR no Portal dos Convênios (www.convenios.gov.br). As propostas serão avaliadas segundo a qualidade técnica e a situação social da população negra da localidade onde a ação será implementada. A previsão é de que no dia 11 de junho todas as propostas já tenham sido avaliadas, possibilitando a celebração dos convênios. (mais…)

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