Manifesto da Poesia Pau-Brasil, por Oswald de Andrade

[Primeiro texto de uma série sobre a obra de Oswald de Andrade e sua atualidade, a ser publicada até outubro, quando se completam 60 anos da morte do escritor e pensador. Saiba mais aqui]

Outras Palavras | Imagem: Theodore de Bry, “Cena de Canibalismo” 1592

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Há 90 anos, surgia documento que, ao questionar “discurso do colonizador”, abriria caminho para a Antropofagia. Eis o texto de Oswald de Andrade:

A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.

O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança. (mais…)

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Oswald de Andrade, 60

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Outras Palavras lança série de textos para celebrar escritor cuja obra parece cada vez mais atual, na Cultura e Política

Por Theotonio de Paiva, em Outras Palavras 
Imagem: Anita Malfatti: “Oswald de Andrade”, 1925

Num mês de março, há exatos 90 anos (em 18/3), Oswald de Andrade publicou o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, no antigo jornal Correio da Manhã. Em 22 de outubro, completa-se outro aniversário redondo: 60 anos da morte do próprio Oswald. Ao publicar, hoje, o manifesto de 1924, Outras Palavras lança um espaço de discussão sobre a experiência modernista, em seus diálogos profundos e tensos com a modernidade e o que dela se esperava.

Sabemos que o Modernismo continua a suscitar uma vasta pesquisa e reflexões do mais alto nível, na academia e fora dela. Acreditamos que esse material precisa ganhar um espaço ainda maior de reconhecimento e celebração, sobretudo junto às novas gerações. Nesse sentido, gostaríamos de ver alguns dos seus grandes temas – arte moderna, antropofagia cultural, projeto de nação, liberdade de criação artística – chegando até às ruas, às escolas. (mais…)

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50 anos de Golpe: Novos dados sobre caso Rubens Paiva no 3 a 1

O 3 a 1 de 26 de março faz parte da programação especial da TV Brasil sobre o golpe de 64 e discute o legado, as controvérsias e as novas descobertas da Comissão da Verdade sobre o período autoritário no Brasil. Presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous revela novas pistas à TV Brasil sobre o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura, um dos casos mais emblemáticos do trabalho da comissão. Rubens Paiva está a ponto de ter sua morte esclarecida graças aos depoimentos colhidos pela organização. Um dos mistérios por ser revelado, no entanto, era o destino dado ao corpo do político. (mais…)

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Os Camargos: Falta de indícios oculta vestígio de negros

Os Camargos - casarão (Copy)

Grande parte do conhecimento do povo afrobrasileiro deve-se aos relatos orais, passados de geração em geração

Por Daniela Jacinto, em Cruzeiro do Sul

Documentos queimados, invasões de territórios, expulsões, ameaças. Os negros sabiam da dificuldade que enfrentariam ao serem proprietários de terras, mas quando ganhavam um pedacinho de chão de seu “sinhô” ou mesmo conseguiam comprar parte de terras que pertenciam a seus donos, faziam o que estava ao seu alcance para garantir esses direitos às futuras gerações. Com o tempo, os vestígios de suas histórias foram sendo apagados, as senzalas destruídas, algumas prefeituras, câmaras e cartórios sofreram incêndios e assim grande parte do conhecimento do povo afrobrasileiro deve-se aos relatos orais, passados de geração em geração.

Vivem, ainda nos dias de hoje, marcados e com medo.  (mais…)

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Para ganhador de prêmio Nobel, cheias no Norte e secas no Sudeste estão conectadas

Para Philip Fearnside, as cheias no rio Madeira e o baixo nível do sistema Cantareira estão conectados. Foto: Luciano Schmitz
Para Philip Fearnside, as cheias no rio Madeira e o baixo nível do sistema Cantareira estão conectados. Foto: Luciano Schmitz

Por Leão Serva, de Manaus, na Folha/UOL

Você sabia que um cientista ganhador do Prêmio Nobel mora e ensina no Brasil? Talvez pense que ele é paparicado e ouvido em todas as questões relativas a seu campo de pesquisas. Pois saiba que não, muito pelo contrário. O Nobel radicado no Brasil é tratado como uma batata quente pelo establishment porque, há cerca de 40 anos radicado na Amazônia, é uma voz que clama no deserto (verde), alertando para a rápida destruição da floresta e suas graves consequências.

Philip Fearnside, 66, cientista especializado em climatologia baseado em Manaus, vem há décadas advertindo sobre o risco crescente de catástrofes climáticas, em estudos sempre recebidos com frieza pelas autoridades brasileiras e com ciclotimia pela imprensa local.

Sentado ao fundo de sua sala no campus do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Inpa, em Manaus, Fearnside parece encoberto por um dilúvio de livros, pastas e documentos soltos que abarrotam as estantes até o teto fazendo-o parecer pequeno, apesar de seus mais de 1,95m de altura. Ele me manda entrar ainda de costas para a porta e, quando se volta para me cumprimentar, o efeito de enchente é aumentado por seu imenso bigode, que faz lembrar o de Friedrich Nietzsche (ele diz que o autor de “Assim Falou Zaratustra” não o inspirou).

Daquela sala que parece uma biblioteca babélica, Fearnside dispara os estudos que fizeram dele um dos dois cientistas mais citados do mundo em termos de aquecimento global, segundo levantamento da Thomson-ISI, que mede produção científica. A consistência de suas pesquisas o levou para o IPCC, o painel de cientistas de todo o mundo reunidos pela ONU para estudar os efeitos das mudanças climáticas no planeta. Nos próximos dias, o IPCC divulgará mais um relatório de acompanhamento dos impactos dessas mudanças. Foi no painel que Fearnside ganhou o Nobel da Paz em 2007, ao lado dos outros cientistas do IPCC, pelo trabalho do grupo ao alertar sobre os riscos do aquecimento global. (mais…)

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Polícia desmantela rede que explorava sexualmente mulheres africanas e prende brasileiros

Dez pessoas -três brasileiras, quatro nigerianas, duas marroquinas e uma malinense- foram detidas e seis vítimas foram libertadas

AFP – Agence France-Presse

A polícia espanhola anunciou neste sábado o desmantelamento de uma rede, que incluía brasileiros, que introduzia ilegalmente na Espanha mulheres africanas grávidas ou com crianças muito jovens para explorá-las sexualmente, mantendo-as trancadas em péssimas condições de higiene.

Dez pessoas -três brasileiras, quatro nigerianas, duas marroquinas e uma malinense- foram detidas e seis vítimas foram libertadas em uma operação que permitiu “desarticular uma organização criminosa (…) que se dedicava ao tráfico de mulheres da África Subsaariana”, disse a polícia em um comunicado.

Capturadas em seus países de origem, principalmente Nigéria, as vítimas eram levadas para a costa do Marrocos. As mulheres chegavam ao solo espanhol cruzando o estreito de Gibraltar em barcos frágeis, conhecido na Espanha como “pateras”. “Para garantir que as autoridades espanholas não as devolveriam aos seus países de origem ao interceptar os barcos em que elas chegavam, a organização privilegiava mulheres grávidas ou acompanhadas por crianças muito jovens”, explicou a polícia. “Em alguns casos, os membros da rede entregavam crianças às mulheres para que se passassem por suas mães para atravessar o Estreito de Gibraltar”, acrescentou. (mais…)

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MG – Passarela de pedestres pública é fechada por shopping para evitar rolezinho

Alterosa – Uma passarela que liga o bairro Santa Margarida à estação BHBus, no Barreiro, está sendo fechada todo sábado. A denúncia é de uma moradora da região, que mandou um email para o Jornal da Alterosa. Segundo ela, o shopping colocou um portão no local para impedir os chamados rolezinhos. Mas isso é ilegal, já que a passarela é pública. Assista:

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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Outras Alynes: Grávida morre após ter alta de hospital em Ribeirão Preto

Giovanna
Giovanna foi definida pela família mãe, esposa e filha carinhosa. Foto: Arquivo pessoal / Divulgação

Por Emanuelle Goes, em População Negra e Saúde

“A última coisa que ela me disse foi: socorro, mãe”, conta Luzia Pereira Martinelli, mãe de Giovanna Gabriela Martinelli, 28 anos. A telefonista, grávida de oito meses morreu na sexta-feira da semana passada, depois de ter dado entrada com pressão alta na maternidade Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto, e posteriormente liberada pelo médico de plantão. A Polícia Civil investiga o caso como homicídio culposo e instaurou inquérito, na quarta-feira, para ouvir os envolvidos.

Luzia conta que a filha estava em tratamento para controlar a pressão alta que surgiu durante a segunda gravidez e que seguia à risca o pré-natal. “No dia em que aconteceu eu estava no mercado e senti que precisava ligar para saber se ela estava bem. Quando liguei minha neta disse que ela estava passando mal”, conta a mãe, angustiada por relembrar a agonia da filha.

Mesmo diante da recusa de Giovanna, Luzia foi até a casa da filha e viu que ela precisava ser levada para o hospital. Uma ambulância foi chamada. A pressão de Giovanna estava 17 por 10 e ela sentia dores na região da barriga. A pressão é considerada normal quando fica entre 12 por 8 e 13 por 9.

“Cruzamos com um médico no corredor quando chegamos. Pedi para ele atender minha filha que não estava bem e achei que ela estivesse tendo o bebê. Ele me disse que o plantão dele tinha terminado e que havia muitos médicos ali dentro que poderiam atender a Giovanna”, relembra. (mais…)

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Documentos americanos podem esclarecer fatos sobre o golpe de 64

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Por Mariana Jungmann, Repórter da Agência Brasil. Edição: José Romildo

Carta enviada pelo presidente do Senado Federal do Brasil, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao presidente do Senado dos Estados Unidos, Joe Biden, é a mais recente tentativa do Estado brasileiro de ter acesso a documentos da Central de Inteligência Americana (CIA) sobre os anos que antecederam o golpe militar de 1964. Pela Constituição americana, o vice-presidente dos Estados Unidos acumula o cargo com o exercício da função de presidente do Senado.

Na carta, Renan Calheiros se baseia no “longo histórico de relações bilaterais” entre o Brasil e os Estados Unidos para solicitar a liberação de documentos sigilosos relativos às violações de direitos humanos e liberdades democráticas ocorridas no Brasil entre os anos de 1964 e 1988. O presidente do Senado brasileiro pede ainda Biden que colabore “no sentido de apoiar a luta pelos direitos humanos no Brasil e o resgate histórico de um período nebuloso de supressão das liberdades democráticas em nosso país”.

Calheiros diz ainda que, “a despeito do retorno à normalidade democrática no Brasil, ainda restam muitos episódios referentes ao golpe de 1964 que precisam ser esclarecidos, vítimas a serem reconhecidas e danos a serem reparados”. Para isso, ele considera essencial a colaboração das instituições norte-americanas no sentido de facilitar o acesso a dados e informações que possam ter sob seu controle a respeito desse período. Além disso, Renan comunica ao presidente do Senado americano que uma comissão de senadores brasileiros será designada para ir aos Estados Unidos tratar do assunto pessoalmente com representantes do Congresso americano. (mais…)

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Central de captação de água é instalada, mas não funciona em SE

CBN Foz

Moradores de cinco povoados do município de Poço Redondo, região do Alto Sertão de Sergipe, continuam sem ter água encanada nas suas casas, apesar de morarem às margens do Rio São Francisco. No povoado Todos Iguais, cerca de 200 famílias nunca tiveram abastecimento de água potável. Inclusive algumas residências têm até torneiras.

A solução estava por vir com a instalação de reservatórios e uma estação de tratamentos para captação de água que foi construído a cerca de dois anos para atender uma média de 2 mil famílias, mas a estrutura nunca funcionou. O mato tomou conta dos reservatórios e no ponto onde a água devia ser captada a ferrugem predomina.

A obra custou mais de um milhão, oriundos do Projeto Água Para Todos, do Governo Federal.  Companhia do Vale do São Francisco explicou o não funcionamento da central de captação e admitiu o atraso de um ano na integra devido a falta da rede elétrica.

“A Energisa apresentou um orçamento que nós não concordamos e somente agora, em janeiro do corrente ano, houve um entendimento por parte da Energisa aceitando aqueles recursos que foram depositados pela Codevasf”, [disse o] superintendente da Codevasf, Paulo Viana.

A garantia é que agora a água chegue às casas até meados de abril. E a Energisa disse que somente recebeu o pagamento no mês passado, e que a sua parte será concluída até o início de abril.

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