AM – Manifesto exige punição de militares pelas mortes de mais de dois mil indígenas durante a ditadura

No mínimo curiosa a total omissão quanto à participação, à mesa, da liderança indígena Ivanildo Tenharim (de camisa vermelha, inclusive, entre Alfredo Wagner e Júlio Araújo). Sequer seu nome foi mencionado na matéria, embora ele tenha inclusive feito um importante pronunciamento (ver AQUI). Pelo visto, as coisas mudam, mas nem tanto. A invisibilidade, pelo menos, continua… (Tania Pacheco)

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Debate realizado na Ufam discutiu as consequências do autoritarismo promovido durante a ditadura militar na Amazônia (Lucas Silva )

Representantes de organizações da sociedade civil, dos Ministérios Públicos Federal (MPF-AM) e do Trabalho (MPT-AM), do Comitê do Direito à Verdade, Memória e Justiça do Amazonas, lideranças indígenas e partidos políticos exigem a responsabilização dos homicídios cometidos pelos militares contra mais de 2 mil índios na Amazônia durante o Golpe Militar de 1964.

Janaína Andrade, A Crítica

No debate “Amazônia contra o autoritarismo: 50 anos depois”, realizado nesta sexta-feira (28) no auditório da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), os representantes das entidades assinaram um manifesto contra o autoritarismo instalado pela ditadura militar. A responsabilização dos mandantes e executores dos crimes cometidos contra os indígenas é um dos cinco itens exigidos pelo manifesto. (mais…)

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Organizadora do “Eu não mereço ser estuprada” recebe ameaças de estupro, por Leonardo Sakamoto

Por Leonardo Sakamoto

A jornalista e escritora Nana Queiroz (28) é a responsável pela campanha “Eu não mereço ser estuprada”, que inundou as redes sociais nesta sexta, como uma resposta aos resultados de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Ele revelou que 65,1% da população concorda total ou parcialmente que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e 58,5% concordam total ou parcialmente que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.

A campanha pediu que mulheres fotografassem a si mesmas, da cintura para cima, nuas ou não, reafirmando – com cartazes ou escrito em seu próprio corpo – que não merecem serem estupradas e circulassem as imagens pelas redes sociais com hashtags como #EuNãoMereçoSerEstuprada.

Pedi para Nana um texto sobre os resultados até agora. Se por um lado, há um engajamento crescente e uma vontade de muita gente de não mais aguentar em silêncio, de outro a constatação de que quando se tenta mudar essa realidade, o contra-ataque machista – vindo de homens e mulheres – é aterrador.

Verdadeiras e falsas coragens, por Nana Queiroz

Acordei de uma noite mal dormida e perturbada. Adormeci ao som das notificações de meu Facebook e acordei com elas. Desde que começou o protesto online “Eu Não Mereço Ser Estuprada”, nesta sexta, às 20h, recebi incontáveis ofensas. Homens me escreveram dizendo que me estuprariam se me encontrassem na rua, outros, que eu “preciso mesmo é de um negão de 50 cm” ou “uma bela louça para lavar”. Se ainda duvidava um pouco da verdade por trás da pesquisa do Ipea, segundo a qual 65% dos brasileiros acreditam que mulheres que mostram o corpo merecem ser atacadas, hoje acredito nela totalmente. Senti na pele a fúria revelada pela pesquisa. (mais…)

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MAB ocupa Ministério de Minas e Energia e pressiona governo

FOTO MABMME (Copy)Secretário-executivo garantiu que Política Nacional de Direitos sai até maio e se comprometeu em agilizar o programa Luz para Todos. Entretanto, negou intervir junto às hidrelétricas em Rondônia e considerou satisfatório leilão de Três Irmãos

MAB

Após uma série de protestos simultâneos ocorridos em cinco capitais durante esta semana, atingidos por barragens ocuparam, nesta sexta-feira (28), o Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília, para pressionar por encaminhamentos aos pontos de reivindicações.

Integrantes da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) foram recebidos pelo secretário-executivo do Ministério, Márcio Zimmermann, ao qual foi apresentado um ofício com seis pautas prioritárias que nortearam a reunião. (mais…)

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Pare a TKCSA e a Farsa da ‘Audiência Pública”: Licença para Matar, NÃO!

tkcsa audiencia publicaPor Alexandre Pessoa

A audiência pública no dia 27 foi vergonhosa a ponto do promotor público reclamar de uma funcionária da TKCSA, dentre várias, que estava incitando as pessoas a vaiarem o tempo todo. Alguns moradores e pescadores se inscreveram para falar, mas diante das intimidações e da presença de milícia no local deixaram de falar com medo. Esse fato foi denunciado durante as falas.

Daqui a 10 dias será decidido se o TAC será novamente adiado ou se a TKCSA terá a licença definitiva mesmo sem o cumprimento do TAC, mesmo sem auditoria em saúde, o que seria uma violação de direito!

Precisamos agir e mais do que usar o facebook falando sobre a ditadura passada, que é importante, mas é fundamental compartilharmos as violações de direitos que estão OCORRENDO HOJE!

NÃO A LICENÇA DE OPERAÇÃO DA TKCSA!
EM DEFESA DA SAÚDE AMBIENTAL DE SANTA CRUZ!
EM DEFESA DA SAÚDE DO TRABALHADORES DA SIDERÚRGICA!
SANTA CRUZ MERECE RESPEITO!

Entenda o caso clicando na matéria abaixo:

Governo do Rio cria farsa para favorecer a TKCSA

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‘Temos a impressão de que a chamada transição democrática não vai acabar nunca’

zelicGabriel Brito e Paulo Silva Junior, Correio da Cidadania

O Brasil se reencontra com sua história e, mesmo a contragosto, faz cada vez mais exames críticos de seu passado, ainda repleto de fatos desconhecidos da sociedade, como exemplificam diversos trabalhos divulgados da Comissão da Verdade. Na “descomemoração” deste infeliz cinquentenário, entrevistamos Marcelo Zelic, diretor do Grupo Tortura Nunca Mais, um dos mais perseverantes movimentos por justiça e reparação que o país conheceu.

“A transição, parece, continua acontecendo. Temos a impressão de que ela não vai acabar nunca. No momento, temos trabalhado a questão da “justiça de transição”, para ver se viramos a página do período da ditadura e conseguimos tocar adiante a construção da democracia, tirando da frente a herança do regime militar, que perdura até hoje”, diz Zelic, também colaborador das Comissões da Verdade Nacional e Estadual (em SP).

Na conversa, o entrevistado desmistifica a boataria que alguns setores espalham a respeito de “perigos golpistas” nos dias de hoje. Primeiro porque, como explica, a direita já desenvolveu outros mecanismos de assalto ao poder, menos violentos e mais eficientes. Em segundo lugar, porque aventar o velho fantasma parece também do interesse de grupos atualmente incrustados no poder, ainda depositários de um passado de lutas e fibra política. (mais…)

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AP – Barragem da hidrelétrica de Santo Antônio se rompe em Laranjal do Jari

Local onde aconteceu o alagamento na Hidrelétrica de Santo Antônio (Foto: Francisco Pilha/ Arquivo Pessoal)
Local onde aconteceu o alagamento na Hidrelétrica de Santo Antônio. Foto: Francisco Pilha, Arquivo Pessoal

Acidente aconteceu por volta de 2h da madrugada deste sábado, 29. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros foram acionados para buscas no local.

John Pacheco, do G1 AP

O Corpo de Bombeiros do Amapá informou que por volta de 2h deste sábado (29) houve o rompimento de uma braçadeira da construção da barragem secundária da Hidrelétrica de Santo Antônio, no município de Laranjal do Jari, a 265 quilômetros de Macapá. Ainda de acordo com os bombeiros, quatro pessoas que trabalhavam no local na hora do acidente estão desaparecidas.

A barragem rompida é feita de aterro e é necessária para o desvio das águas do Rio Jari. A força da água também danificou um guindaste usado na construção da obra no município. Houve a solicitação da equipe de mergulhadores do Comando Geral dos Bombeiros em Macapá, que já se deslocou para a cidade. (mais…)

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Hidrelétrica Santo Antônio do Jari: energia para produzir celulose no coração da Amazônia, por Telma Monteiro

Foto aérea da fábrica de celulose às margens do Jari (Wikipédia) - Fonte: Observatório Ambiental
Foto aérea da fábrica de celulose às margens do Jari (Wikipédia) – Fonte: Observatório Ambiental

A barragem da UHE Santo Antônio do Jari rompeu hoje (29) no município de Laranjal do Jari, no Amapá. Há vítimas e ainda não se tem ideia das implicações ambientais do acidente. É importante conhecer a história desse projeto desde sua concepção. Publiquei o artigo em 2008 e o reproduzo agora, atualizado. Estudos da Aneel projetam a construção de mais três hidrelétricas no rio Jari. 

Rio Jari: energia para celulose


Por Telma Monteiro

Jari é uma variação da palavra indígena airi. Significa “rio da castanha”. O rio Jari é afluente na margem esquerda do rio Amazonas e limita os estados do Pará e Amapá.

O município de Laranjal do Jari (Amapá) tem aproximadamente 37 mil habitantes às margens do rio e que vivem em palafitas de até dois andares. Laranjal do Jari já foi a campeã em prostituição infantil. A hidrelétrica no rio Jari acabaria com a exuberante Cachoeira de Santo Antônio e só beneficiaria a empresa Jari Celulose e sua indústria poluente de papel.

Famílias extrativistas da Reserva do Cajari insistem que é possível um desenvolvimento sustentado utilizando a floresta de maneira equilibrada e sem necessidade de se construir uma hidrelétrica no rio Jari. (mais…)

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Polícia no campus da UFSC e a reação conservadora, por Elaine Tavares

ufsc.ocupada (1) (Copy)Elaine Tavares – Palavras Insurgentes

Desde os anos 80 a cidade de Florianópolis vive ondas de crescimento e migração, sem ser acompanhada por um  bom Plano Diretor que organize o processo. Uma boa porcentagem de migração é de gente rica, cansada da vida nas megalópolis, com degradação e violência. Assim, essas pessoas endinheiradas buscam recantos bucólicos na linda “ilha da Magia”, antes Desterro, para fugir das situações criadas justamente pela acumulação de capital por parte de uns poucos. Mas, uma outra parte das migrações é composta por gente que busca um lugar onde melhorar a vida. São famílias que saem do interior do Estado de Santa Catarina, ou de outras regiões do país, nas quais o emprego não se apresenta como alternativa para garantir a existência. Com as propagandas em rede nacional de que aqui é o melhor dos mundos, a europa brasileira, as pessoas são atraídas e vêm em busca da vida digna. Todo esse movimento fez com que a cidade crescesse para todos os lados. Aos ricos, estão reservados os melhores lugares, próximo às praias ou nas regiões centrais. Os empobrecidos ocupam áreas de risco, os morros, ou vão se espalhando pela periferia.

A região da Trindade, onde hoje está a Universidade Federal de Santa Catarina, nos anos 60, quando a instituição foi criada, nada mais era do que uma grande fazenda. Vazio urbano, espaço pronto para ser ocupado em nome do progresso. A construção da sede da UFSC fez com os terrenos se valorizassem e, logo, o entorno foi sendo tomado por prédios que viriam a abrigar os estudantes que começavam a chegar. Mas, não foi só a classe média e alta que fincaram suas bases ao redor da UFSC. Também os empobrecidos vieram, ocupando os morros que cercam a universidade, afinal, ali, a vida e o comércio começaram a vicejar. Nada diferente do processo de crescimento de todas as grandes cidades. Centros ricos e bem cuidados, periferia degradada. Um existindo por conta do outro, conectados na lógica da dependência e da superexploração. (mais…)

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Marco Civil da Internet é considerado vitória na democratização da comunicação

Reprodução site Adital
Reprodução site Adital

Marcela Belchior, Adital

Após vitória referencial na Câmara dos Deputados, a discussão e votação do Marco Civil da Internet seguem agora para apreciação no Senado Federal. Um novo capítulo de negociação política se abre, já que a próxima etapa prevê possibilidade de mudança no texto e até a rejeição ao projeto. A expectativa geral, entretanto, é que o Senado promova uma boa receptividade à necessidade de regulação do uso das redes.

O Projeto de Lei nº 226/11 foi aprovado no último dia 25 de março com a maioria dos votos das bancadas partidárias na Câmara dos Deputados. O PPS foi a única legenda que votou contra o Marco. Depois de meses de intensa mobilização da sociedade civil e articulações políticas por parte do governo federal, o texto aprovado estabelece princípios, garantias, direitos e deveres, apoiado no seguinte tripé: neutralidade de rede, liberdade de expressão e privacidade, pontos reivindicados pelos setores dos movimentos sociais, que colaboraram para sua concepção. (mais…)

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Em jornada de lutas, mulheres Sem Terra Ocupam latifúndio na BA

mulheres bahiaDa Página do MST

Mais de 1200 mulheres do MST do extremo sul da Bahia ocuparam na nesta sexta feira (28/03) a fazenda JU, de mais de dois mil hectares, situada no município de Prado. Essa ação dá continuidade à jornada de luta das mulheres Sem Terra que neste ano traz como lema “Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela Reforma Agrária Popular”.

A dirigente do MST Eliane Kai afirma que a ação denuncia o descaso pelo qual centenas de ex-trabalhadores da Fazenda conhecida como JU estão vivendo, devido ao fechamento das atividades há mais de oito meses, o que ocasionou a demissão de centenas de pessoas sem que se realizasse os acertos trabalhistas de direitos.

A empresa contava com um efetivo de 240 funcionários fixos, e em épocas de colheita do café chegava a contratar até 800 pessoas. Ex funcionários afirmam que a empresa vinha em um ciclo de atrasos de salários e não cumpria as leis trabalhistas, como assinar a carteira de muitos deles.

A fazenda está Instalada no Município de Prado, e há 25 anos é de propriedade de uma família de São Paulo que possui investimentos em outros estados. Seus latifúndios na Bahia são compostos pelas atividades agrícolas de mamão, pecuária e café em extensos monocultivos com alto uso de agrotóxicos, prática essa que envenena a terra, os alimentos e coloca em riscos trabalhadores e população em geral. (mais…)

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