MPs conseguem da Justiça Federal liminar que impede o Ibama de autorizar o aumento da cota de Santo Antônio sem ouvir comunidades

mPF na comunidadeDecisão liminar garante o direito de novas audiências públicas às populações afetadas pelo aumento da área alagada da hidrelétrica 

MPF RO

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MP/RO) obtiveram na Justiça Federal uma liminar que impede o Ibama de autorizar o aumento da cota do reservatório da Usina de Santo Antônio. A decisão judicial atendeu ao pedido dos MPs para que a elevação da área alagada só fosse permitida quando as comunidades afetadas tivessem oportunidade de participar de novas audiências públicas em suas localidades.

Em dezembro do ano passado, o MPF e o MP/RO questionaram na Justiça a falta de publicidade da audiência pública sobre a elevação da cota da usina de Santo Antônio. Entretanto, a Justiça negou o pedido e a audiência foi realizada no dia 18 de dezembro, em Porto Velho. (mais…)

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Mundurucu, conto de Beto Vianna*

índio-é-nós-horizontal-duplp-300x23Em Índio é Nós

No meio da mata virgem, nasceu Mundurucu. Seu grito de nascença foi tão esganiçado e esgoelado que a mãe (Mamãe Tupi, a mãe se chamava) previu que o neném recém-parido seria cria de dar tristeza: nem ia dar bom amante, nem bom caçador. Mamãe Tupi acertava no certo e errava no errado, porque o certo é que Mundurucu cresceu feio, fraco e franzino, ruim de namorar, de erguer o arco e ombrear-se com os primos no jogo do luta-luta. Mas o menino mostrou crescendo que tinha o dom de ser sabido e linguajeiro, de conhecer e assuntar as coisas do mundo, e assim compensava as alegrias faltantes com o excesso de outra.

Mundurucu cresceu e Mamãe Tupi pariu mais irmãzinhas e irmãozinhos pra ele. Lá pela décima segunda lua do ano de 1500 do Nosso Senhor, a oca bonita de Mundurucu estava cheia de gente. Viviam ali o irmão mais velho Sateré, a irmã mais velha Zoé, o irmão mais novo Urubu, a caçulinha Tupinambá, e, é claro, Mamãe Tupi, que gostava de todos os seus filhinhos mais do que a luz dos próprios olhos. Sateré era um caboclo valente, destro no arco, na rede e no anzol. Zoé era uma morena linda do queixo comprido. Urubu era um caboclo tagarela que só falava com as mãos (nunca com a boca) e todo mundo entendia o que Urubu falava usando as mãozinhas. Tupinambá era uma menininha arisca e briguenta que tinha o estranho hábito de comer os bonequinhos de barro que a Mamãe Tupi fazia pra ela brincar. (mais…)

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ABA lança edital do V Prêmio Claude Lévi-Strauss, referente a 2014

29 reunião da ABAA Associação Brasileira de Antropologia está lançando a quinta edição do Prêmio Lévi-Strauss. O Concurso é uma homenagem à contribuição de Claude Lévi-Strauss à Antropologia e visa estimular novas carreiras e dar visibilidade à produção original e de grande qualidade acadêmica de pesquisas desenvolvidas na graduação, em universidades brasileiras.

O Concurso é de âmbito nacional e os concorrentes podem se inscrever em duas modalidades:

(a) Melhor pôster de Iniciação Científica em Antropologia, inscrito, exposto e apresentado na 29ª Reunião Brasileira de Antropologia, que terá lugar em Natal (UFRN), entre 3 e 6 de agosto de 2014; ou

(b) Melhor artigo de recém-graduado, com resultado de pesquisa antropológica desenvolvida na graduação em universidades brasileiras.

Informações detalhadas podem ser encontradas da página da 29ª RBA (clique).

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