A ditadura militar faz o país mergulhar em um dos momentos mais negros de sua história. Alheia a tudo isto, Zuzu Angel (Patrícia Pillar), uma estilista de modas, fica cada vez mais famosa no Brasil e no exterior. O desfile da sua coleção em Nova York consolidou sua carreira, que estava em ascensão. Paralelamente seu filho, Stuart (Daniel de Oliveira), ingressa na luta armada, que combatia as arbitrariedades dos militares. Resumindo: as diferenças ideológicas entre mãe e filho eram profundas. Ela uma empresária, ele lutando pela revolução socialista e Sônia (Leandra Leal), sua mulher, partilha das mesmas idéias. (mais…)
Confundido com um fotógrafo do exército, Evandro Teixeira, do Jornal do Brasil, entrou no Forte de Copacabana na madrugada do dia 1º de abril e fez imagens dos primeiros momentos do golpe de 1964
Quando os dois principais comandantes militares que articularam o golpe de 1964 decidiram que João Goulart, o Jango, não seria mais presidente da República, o Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi para onde eles rumaram para acompanhar os desdobramentos da decisão. O marechal Humberto de Alencar Castello Branco, por exemplo, chegou ao forte na madrugada do dia 1º de abril. Com tranquilidade, entrou pelo portão principal sem encontrar resistência. Mal sabia ele que, já dentro do forte e misturado aos militares presentes, estava um civil. Era o fotógrafo do Jornal do Brasil (JB) Evandro Teixeira, hoje com 79 anos, tido como um dos mais importantes profissionais da história do jornalismo brasileiro. Em entrevista ao Terra, Evandro contou o que viu naquela madrugada, cinco décadas atrás, e as experiências pelas quais passou como fotojornalista durante o regime militar. (mais…)
Mostra estreia em São Paulo nesta segunda-feira (31/3) e reúne 43 fotos de momentos e personagens históricos, apresentadas em ordem cronológica, clicadas por 33 fotógrafos, com mapas e textos de apoio, em português e inglês
Começa oficialmente na próxima segunda, 31/03, na Arena de Eventos do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a exposição Povos Indígenas no Brasil 1980/2013 – Retrospectiva em Imagens da Luta dos Povos Indígenas no Brasil por seus Direitos Coletivos. A mostra comemora os 30 anos do Apoio Norueguês aos Povos Indígenas no Brasil, os 25 anos da Constituição e os 20 anos do ISA. O projeto é uma realização da Embaixada da Noruega no Brasil e do ISA.
A exposição, que estreou em novembro do ano passado em Brasília, no Museu da República, contou com a presença de lideranças indígenas históricas como Marcos Terena, Ailton Krenak, o cacique kayapó Raoni Metuktire, Almir Suruí Paiter e Davi Yanomami. (mais…)
O regime militar brasileiro acabou há quase 30 anos, mas seu legado e seus fundamentos permanecem. E, em algumas situações, são resgatados com as tintas da democracia. Na Amazônia, a herança é mais evidente nas esferas das estruturas do poder criado para “desenvolver” a região, nos impactos ambientais causados por grandes obras sem estudo prévio e na violação dos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais. O alerta foi o teor do debate “Amazônia contra o autoritarismo – 50 anos depois”, promovido pelo Ministério Público Federal na sexta-feira (28), na Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
A sombra do regime militar também permanece na retomada de obras planejadas naquele período. O exemplo mais notório são as obras de usinas hidrelétricas, sendo que a mais emblemática é Belo Monte, projetada nos anos 70 e que foi desengavetada no governo Lula e executada no governo Dilma. A diferença é a consolidação de movimentos sociais que se fortaleceram para confrontar estes projetos. (mais…)
Desde de 2008, órgão tem atuado nas esferas cível e criminal para garantir a punição de agentes da repressão, o direito de reparação das vítimas e o acesso à memória e à verdade
Em 14 de maio de 2008, o Ministério Público Federal ajuizou uma ação civil pública contra dois ex-comandantes do Destacamento de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) do 2º Exército, em São Paulo. Na ação, o MPF pedia que os militares reformados Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel fossem responsabilizados civilmente por graves violações de direitos humanos ocorridas entre os anos de 1970 e 1976 no Doi-Codi, onde aconteceram mortes e desaparecimentos que marcaram a história do país, como a do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manoel Fiel Filho. A ação civil pública é um marco na atuação do órgão sobre o tema da justiça de transição, que trabalha sobre os princípios da verdade, justiça e reparação para alcançar o acesso a informações, a responsabilização de violadores de direitos humanos e a reparação das vítimas. Desde 1999, o MPF já acompanhava a identificação dos restos mortais de vítimas da repressão localizados em uma vala clandestina no cemitério de Perus, em São Paulo.
Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (IDH) analisou o caso Gomes Lund e outros vs. Brasil, que tratava da responsabilização do Estado brasileiro pela detenção arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de 70 pessoas resultante de operações do Exército para erradicar a Guerrilha do Araguaia. Entre outros pontos, a sentença determinou ao estado brasileiro a condução eficaz da investigação penal para esclarecer os fatos ocorridos durante a ditadura, para definir as correspondentes responsabilidades penais e para impor efetivamente as sanções penais cabíveis. Em 2011, foi criado, no âmbito da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF (criminal e controle externo da atividade policial), o Grupo de Trabalho Justiça de Transição (GTJT), com o objetivo de fornecer apoio jurídico e operacional aos procuradores da República para investigar e processar casos de graves violações a DH cometidas durante o regime militar e buscar fomentar ambiente propício para a reflexão sobre o tema e para a tomada de posições institucionais sobre a questão. (mais…)
O documentário inédito, em cinco episódios, conta com fatos documentais e narrativa de militares que resistiram à Ditadura e será exibido de hoje a sexta-feira, às 23h30 (hora de Brasília).
O Ministério Público Federal em Paracatu (MG) recorreu de sentenças proferidas pela Justiça Federal que negou pedidos de reparação a comunidades quilombolas em virtude da expansão de empreendimento minerário pertencente à empresa canadense Kinross Brasil Mineração S.A.
Segundo o MPF, a “Kinross acabou por expulsar, mediante uso abusivo do poder econômico, os integrantes das Comunidades Quilombolas Machadinho e Família dos Amaros de suas terras, pressuposto indissociável de sua sobrevivência e existência cultural. A nova barragem de rejeitos foi construída quase que inteiramente no território Machadinho, e os distúrbios e transtornos causados pelas obras acabaram por expulsar os remanescentes da Família dos Amaros do local. Sobraram, ainda, incontáveis arranhões e ataques a direitos existenciais da comunidade São Domingos, entre eles o direito à saúde e à preservação de seu modo de vida”. (mais…)
O corpo do líder do povo Akrãtikatêjê, tribo indígena da região de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do estado, foi enterrado no último domingo (30), dentro da própria aldeia a que ele pertencia, a Akraty. Payaré faleceu no último sábado, vítima de ataque cardíaco.
Líder do povo também conhecido como “Gavião da Montanha”, que integra o povo indígena Gavião, Payaré fazia tratamento de hemodiálise há cerca de cinco anos e morreu quando seguia de carro para a clínica onde fazia o tratamento.
Payaré também denunciava a falta de atenção à saúde indígena nas aldeias do sudeste do Pará.