Não ao PL proposto pela Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio! Assine o Manifesto por uma Formação Humana Integral

Manifesto por uma Formação Humana Integral – Não ao retrocesso no Ensino Médio

Para: Presidência da República, Ministério da Educação, Câmara dos Deputados e Conselho Nacional de Educação

As propostas de reformulação do ensino médio em tramitação na Câmara dos Deputados apresentam sérios equívocos e inconsistências. Parte da orientação dessas propostas deriva de uma visão catastrófica dessa modalidade de ensino, infelizmente compartilhada por muitos educadores e gestores da educação, para os quais expressões como “crise”, “fracasso”, “falta de identidade” têm sido as mais utilizadas para caracterizar o ensino médio brasileiro. Esse tipo de afirmação, que sempre recebe boa acolhida na mídia, ajuda a construir uma imagem de inutilidade do ensino médio, que em nada contribui para um debate construtivo. É lamentável que a Câmara dos Deputados vá pelo mesmo caminho.

De fato, o ensino médio é atualmente a etapa mais problemática da escolarização, a que tem mostrado maiores dificuldades em cumprir suas atribuições e garantir o direito à educação para todos os brasileiros, como previsto na Constituição Federal. As explicações para isso dependem do ideário, concepções e interesses de quem as formula. Vão desde a deficiência na infraestrutura até atributos negativos nos estudantes, passando pela escassez de recursos, a falta de professores capacitados, as propostas pedagógicas inadequadas etc, etc. Independente da pertinência, ou não, destas justificativas (e algumas realmente são procedentes), poucas vezes se considera a história de desigualdades sociais do Brasil e o projeto de sociedade excludente que está na raiz da nossa formação como país. E esses fatores são, de fato, determinantes na educação, em particular no ensino médio, como etapa decisiva da trajetória individual e da reprodução social.

Não obstante, a educação brasileira tem registrado alguns poucos avanços (fruto de lutas que vem sendo travadas desde os anos 70) e que agora estão sob ameaça de retrocesso. A Comissão Especial da Câmara Federal sobre reformulação do ensino médio não considera esses avanços, não parte das experiências adquiridas, não preserva conquistas, preferindo adotar uma visão negativa e desqualificadora dessa etapa do ensino, como se fosse necessário começar tudo do zero. (mais…)

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Depoimento de Damiana, cacique Guarani Kaiowá ameaçada por pistoleiros

Por Delírio Verde

Dreyfuss, Bunge, Raizen são algumas das empresas na lista de transnacionais que exploram as terras indígenas dos Kaiowá Guarani já demarcadas ou em processo de demarcação no estado do Mato Grosso do Sul plantando cana-de-açúcar.

Na luta por um destes territórios há mais de duas décadas, a cacica Damiana Cabanha, de 73 anos, resiste com sua família em um acampamento na entrada da fazenda de onde foi expulsa. Por sete vezes, Damiana e seus familiares tentaram retornar à terra Apykai, onde se encontram enterrados seus antepassados, mas foram expulsos pela justiça ou por pistoleiros. Neste período, a cacica conta que seis parentes seus foram mortos atropelados na rodovia, envenenados por agrotóxico ou em emboscada de pistoleiros. (mais…)

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Comunidade Guarani Kaiowá mais ameaçada enfrenta nova reintegração de posse

Depoimento da Cacique Damiana
Imagem capturada de vídeo de Oriel Benites, de setembro de 2013

Por Ruy Sposati, em Cimi

A comunidade Guarani Kaiowá mais ameaçada do momento, o tekoha Apyka’i, no município de Dourados (MS), poderá enfrentar mais uma reintegração de posse.

Uma nova manobra judicial garantiu que uma decisão – já cumprida – da Justiça Federal de 2009, em favor do Cássio Guilherme Bonilha Tecchio, proprietário da Fazenda Serrana, fosse, mais uma vez, utilizada contra os indígenas.

Agora, os Kaiowá tem 30 dias para sair do local, onde estão acampados desde setembro de 2012.  O prazo para o despejo passa a contar a partir desta segunda-feira, 27. A liderança da comunidade, Damiana, reafirma que os indígenas não sairão da terra. (mais…)

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Conjuntura nacional, seus reflexos e consequências para a população negra e o Movimento Negro no Brasil

Isto é África, mas a foto bem que poderia ser aqui, essa é uma cena cotidiana nas periferias e em todas as regiões brasileira, podendo ser uma criança negra, indígena ou mesmo branca...
Isto é África, mas a foto bem que poderia ser aqui, essa é uma cena cotidiana nas periferias e em todas as regiões brasileira, podendo ser uma criança negra, indígena ou mesmo branca…

Por Reginaldo Bispo*

O extermínio da juventude negra avança, de forma indiscriminada, sem atenção de qualquer setor do estado, da mídia ou da sociedade. Quase nada foi feito, pelo governo, para cumprir o direito constitucional de titulação dos territórios quilombolas e indígenas, bem como em relação a reforma agraria. Em 20 anos de governos do PSDB e do PT, apenas 20 ou 21 territórios quilombolas foram titulados pelo governo federal. A maioria pequenos quilombos urbanos. Todo ano, retorna ao tesouro as verbas destinadas as titulações, o que faz com que elas sejam reduzidas no orçamento seguinte, ano após ano, provocando insegurança na vida dos quilombolas e indígenas, frente aos ataques e a violência do latifúndio e do agro negocio, devido apoio do governo a esses últimos.

O racismo religioso e o crescimento do setor evangélico no Congresso, tem proporcionado situações bizarras, com o surgimento de “traficantes de cristo” que ameaçam, invadem e expulsam candomblecistas e umbandistas de suas casas de culto no Rio de Janeiro; Em Salvador os “baleiros de cristo”, vendedores de bala, agitadores em ônibus, membros das igrejas pentecostais e vendedores de “acarajé de cristo”, ligados a igreja universal.

Enquanto reivindicamos um estado laico, plurirracial e multicultural, eles defendem o oposto, um estado confessional e fundamentalista, opressor contra todos os que não pertencem a sua religião, os que não sejam como eles os “escolhidos por Deus”.  O pior, é que se aliam ao que há de pior e mais reacionário no pais, os seguimentos políticos e econômicos capitalistas, os políticos corruptos, aos partidos de direita, aos latifundiários da UDR-Ruralistas, aos homofôbicos e racistas, contrários aos quilombolas, indígenas, ambientalistas, à reforma agraria, e os pequenos agricultores familiares. (mais…)

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Indígenas protocolam reivindicações no Ministério Público Federal, em RR

Indígenas estão acampados embaixo de cajueiro (Foto: Natacha Portal/ G1)
Indígenas estão acampados embaixo de cajueiro (Foto: Natacha Portal/ G1)

Retirados do prédio da Secretaria, eles estão embaixo de cajueiro. Segundo secretário, índios não o procuraram em nenhum momento.

Por Natacha Portal, do G1 RR

Os indígenas que estão acampados desde o dia 17 de janeiro na Secretaria Estadual do Índio (SEI) protocolaram na tarde desta segunda-feira (27), no Ministério Público Federal (MPF), uma série de reivindicações em nome do Movimento por Política Justa e Solidária (MPJUS), Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (Sodiur), Associação dos Povos Indígenas de Roraima (Apir), Associação Estadual Indígena Kuwaikîrî de Boa Vista e Associação dos Povos Indígenas da Terra de São Marcos (APITSM).

Entre as dez reivindicações que fazem parte da pauta dos indígenas, constam que a indicação de nomes para os cargos de secretário titular, secretário-adjunto, diretores e chefes de divisão deve ser feita pelas organizações e associações indígenas e que seja realizada a entrega imediata dos materiais adquiridos pela Secretaria para as comunidades. (mais…)

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Redução de Terra Indígena não é alternativa para solução de conflitos fundiários

Cimi-40anosO Conselho Indigenista Missionário manifesta preocupação diante da possibilidade de haver “redução” dos limites da Terra Indígena Mato Preto, no estado do Rio Grande do Sul.

Em reunião realizada no dia 23 de janeiro, nas dependências do Ministério Público Federal, no município de Erechim, a comunidade indígena que ocupa uma pequena parcela dos 4.230 hectares declarados tradicionais do povo Guarani Chiripá e Mbya, apresentou pedido para que a referida área seja reduzida. A justificativa apresentada pelos Guarani, foi a de que não suportam mais as condições precárias a que estão expostos no acampamento em que vivem, há cerca de 12 anos, à margem da via férrea sob concessão da América Latina Logística (ALL), próximo à rodovia BR 153.

Em nenhum momento os Guarani questionaram as provas técnico-científicas contundentes que embasam o procedimento administrativo e justificam a emissão da  portaria declaratória número 2.222, pelo Ministro da Justiça, no dia 21 de setembro de 2012.

Além da comprovada morosidade do governo federal na condução do procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas, deputados ruralistas do Rio Grande do Sul têm feito discursos anti-indígenas agressivos e inflamatórios, não hesitando em criminosamente incentivar a fazendeiros e agricultores a pegarem em armas e declararem guerra contra os indígenas naquele estado.

O Conselho Indigenista Missionário manifesta compreensão e respeito ao pedido feito pelos Guarani. No entanto, entende que uma solução efetiva não será alcançada com a redução da terra tradicional do povo e sim pelo cumprimento do dispositivo constitucional, com a agilização do procedimento de demarcação em curso, a conseqüente indenização e reassentamento dos não-indígenas e a efetivação da posse da terra por parte dos Guarani. (mais…)

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Fazendeiros têm até sexta para entregar 640 mil à Justiça; dinheiro será fiscalizado por indígenas

adolescentes indígenas

Por Ruy Sposati, de Campo Grande, no Cimi

Começa a correr nesta segunda-feira, 27, o prazo estabelecido pela Justiça Federal para que fazendeiros entreguem à Justiça o valor total arrecadado em leilão para financiar ações contra indígenas no Mato Grosso do Sul. Segundo a decisão, o montante angariado no chamado Leilão da Resistência deve ser depositado em juízo e só poderá ser utilizado com a aprovação dos indígenas e do Ministério Público Federal (MPF).

Convocado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) e Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), com o apoio da bancada ruralista do Congresso Nacional, o leilão foi realizado no dia 7 de dezembro, em Campo Grande, com a presença da senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Katia Abreu (PMDB-TO) além de parlamentares da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).

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Organizações apoiam retorno da polícia à TI Marãiwatsédé (MT) para retirada de invasores

cacique damião
Cacique Damião

Confira a nota pública assinada pelo ISA, Cimi, Opan e Greenpeace em apoio ao retorno das forças policiais à Terra Indígena Marãiwatsédé, no nordeste do Mato Grosso. Dias depois da saída dos agentes de segurança, a área foi novamente invadida por não índios

Nota pública – Organizações da sociedade civil apoiam retorno de forças policiais à Terra Indígena Marãiwatsédé para retirada de invasores

Há exatamente um ano terminava a operação de desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso. Ela resultou de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), órgão máximo da Justiça brasileira, que determinou a retirada de todos os não índios da área. Lamentavelmente, no aniversário da emblemática retomada do território xavante após 20 anos de batalhas judiciais pelo direito de ocupar suas áreas tradicionais, uma nova invasão, orquestrada localmente, acaba de acontecer. De acordo com os Xavante, um grupo de pelo menos 50 pessoas invadiu a localidade conhecida como Posto da Mata, no interior da terra indígena, expulsando servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) que ali trabalhavam. Na manhã de domingo (26/1), o cacique Damião Paridzané foi perseguido quando tentava se aproximar do local.

Apesar da presença da Força Nacional de Segurança ao longo do ano de 2013, diversos grupos foram flagrados pelos policiais e pelos Xavante em rondas pela Terra Indígena Marãiwatsédé, fragilizada mesmo após a desintrusão em virtude da existência de estradas que cortam a área – fato este que facilita as invasões. Entretanto, o que se viu no episódio que se iniciou neste fim de semana foi uma ação articulada de tentativa de reinvasão, o que constitui um crime e atentado contra a decisão da última instância do Poder Judiciário brasileiro. (mais…)

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Campanha denuncia manobras contra combate à escravidão

destaque-camisa-403x606 Campanha alerta para ações de parlamentares ruralistas que condicionam aprovação da PEC do Trabalho Escravo a mudanças na legislação que podem descaracterizar o que é escravidão

Por Repórter Brasil, Comissão Pastoral da Terra e Walk Free

Durante a Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, que acontece de 27 de janeiro a 3 de fevereiro, a Repórter Brasil, a Comissão Pastoral da Terra e a Walk Free, junto com diferentes organizações de todo o país, preparam uma campanha para chamar a atenção para as tentativas de se enfraquecer o combate a esta prática. No Congresso Nacional, parlamentares ligados à Bancada Ruralista vêm tentando alterar a legislação para descaracterizar o que é trabalho escravo. No final do ano passado, tais congressistas condicionaram a aprovação no Senado Federal da Proposta de Emenda Constitucional 57A/99, a PEC do Trabalho Escravo, à mudança na definição do conceito do que é escravidão.  (mais…)

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