Graziele Bezerra, Rádio Nacional da Amazônia
Pelo menos 300 garimpeiros foram desligados da mineradora Colossus, que há seis anos se juntou à cooperativa de garimpeiros da Serra Pelada para implantar a exploração mecanizada do ouro no sudeste do Pará.
Muitos foram passar o recesso de fim de ano com as famílias e ao voltar ao trabalho foram pegos de surpresa, como relata o garimpeiro Antônio Milhomem: “Desde que a empresa Colossus se instalou em serra pelada todo ano acontece demissões e férias coletivas… neste ano nós pensávamos que ia ser do mesmo jeito …. ela fez foi anunciar uma suposta falência…”
Milhomem não acredita na falência da mineradora. Na opinião dele a Colossus está reagindo contra o pedido de revisão ou nulidade do contrato firmado com cooperativa do garimpeiros, que atualmente prevê 75 por cento dos lucros para a mineradora e apenas 25 por cento para os trabalhadores.
O garimpeiro garante que a revisão no contrato traria benefícios àqueles atualmente estão sem emprego e sem expectativa de quando voltarão ao trabalho: “Renda? É a Lei do Muricy, cada qual faça por si. Salve-se quem puder. Quem tem comércio vive de comércio, quem tem algum meio de vida, vive. Quem é aposentado, vive de aposentadoria. E quem não é aposentado e tem família e tem gente estudando vive do bolsa família. E quem não tem nem uma coisa nem a outra, vai de pior a pior.”
Nesta quarta-feira, uma comissão de deputados federais e estaduais esteve em Serra Pelada para acompanhar de perto a atual situação do projeto, que prevê a extração de ouro de forma mecanizada.
Os parlamentares aproveitaram para ouvir as queixas dos trabalhadores e discutir a situação dos empregados demitidos. O deputado Arnaldo Jordy esteve com dirigentes da empresa que alegam que a mineradora entrou em crise por falta de investidores.”A empresa está numa situação de dificuldade, porque seus investidores se retraíram”.
O deputado acredita que a contratação de outra mineradora é a única chance de reverter o quadro dos desempregados.
A equipe de reportagem tentou contato com o escritório da mineradora canadense, em São Paulo, mas ninguém atendeu às nossas ligações.