Por Fábio Chap
Eu queimo tua casa. Sumo com teus parentes ao achar que você sumiu com os meus. Roubo tua liberdade. Te levo ao choro e ao desespero. Até grávidas vivem dias de caça.
Risco o fósforo e me vingo do ‘disse que me disse que ele disse’. Uso o medo. É meu maior trunfo. Abuso. Isolo crianças, não poupo idosos. Planto discórdia e forjo sentimentos. Evoco o ódio e tenho todo o sistema ao meu favor. Adubo a terra com restos mortais e planto papel moeda.
Sou o inimigo do amor e sócio da guerra. Eu sou a parte caótica do que é. As cinzas do que era. Prazer, meu nome é Opressor do Bolso Cheio, propagador de miséria. Sorte é se eu deixar alguns deles vivos pra contar história. Ainda hoje tem terrorismo com hora marcada. Veja pelo lado bom: quem cair conhece Deus mais cedo.
Aliás, deixa eu pedir proteção antes de extinguir Tenharim: “Pai nosso que estais no céu; santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu (…)”
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Cley Medeiros.
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Não te conheço, Fábio Chap, mas você acaba de me fazer chorar!