“Encontrada caixa de remédio que estava com um dos três desaparecidos no Sul do AM”

Policiais federais fazem uma série de buscas, dentro da reserva Tenharim Marmelo, Foto: Avener Prado
Policiais federais fazem uma série de buscas, dentro da reserva Tenharim Marmelo, Foto: Avener Prado

Por Yndira Assayag, em Em Tempo

Com novos achados, avançam as investigações sobre os três homens desaparecidos no sul do Amazonas desde o dia 16 de dezembro, em uma área da reserva indígena Tenharim-Marmelos, na BR-230 (Transamazônica). Na manhã desta segunda-feira (6), durante entrevista à rádio Tiradentes, o prefeito de Humaitá, José Cidinei Lobo do Nascimento (PMDB), informou que anteontem (5) homens da força-tarefa que atua no caso levaram, para o devido reconhecimento de familiares, uma caixa de medicamentos que estava na bolsa de Luciano Ferreira Freire.

O material foi achado na área onde também foram localizados, na noite de sexta-feira (3), destroços de um veículo que pode ser o mesmo em que viajavam Luciano e os dois outros desaparecidos, Steff Pinheiro de Souza e Aldeney Ribeiro Salvador. A informação foi confirmada pela esposa de Luciano, Adriana Santos, que mora em Humaitá. “A caixa de remédio, na verdade, pertence ao nosso filho”, contou ela ao EM TEMPO.

Ontem, o delegado da Polícia Federal responsável pelas investigações do caso, Alexandre Alves, já havia confirmado haver pistas, mas se limitou a dizer que as buscas continuam na área em que os três foram avistados pela última vez. Entre as peças já encontradas nas buscas estão um farol e parte de um chassi de um carro da marca Volkswagen, além de garrafas pets com digitais e um facão.

Além da Polícia Federal, a operação conta com o apoio da Força Nacional de Segurança e do Exército. Em Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus), mais de 200 homens da Polícia Militar do Estado trabalham na preservação da ordem.

Sem atenção

Segundo ‘Dedei Lobo’, como é conhecido o prefeito de Humaitá, até o momento o município não recebeu do governo federal nenhuma ajuda no tocante à situação dos índios que habitam a região.

Desde que o prédio e veículos da Fundação Nacional do Índio (Funai) foram incendiados, dia 25 de dezembro, durante protesto da população devido à falta de informação, os indígenas ficaram sem atendimento e assistência à saúde.

“Nossa equipe de saúde está tentando falar com o pessoal da Funai, mas não estamos tendo retorno”, comentou, temendo que a ‘conta’ de tudo isso sobre para a prefeitura.

“Se o governo não fizer a parte dele, com certeza vai sobrar para a prefeitura e para as pessoas do município que, em última análise, são quem paga a conta sem perceber”.

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