
Tania Pacheco* – Combate Racismo Ambiental
O comandante-geral do Exército na Amazônia, general Villas Bôas, o comandante do 54º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) de Humaitá, Antônio Prado (que abrigou cerca de 140 indígenas, durante os ataques do dia 25 de dezembro de 2012 e durante quase uma semana), e o procurador do Ministério Público do Amazonas, José Roque, se reuniram ontem à tarde com lideranças Tenharim, Jiahui e Matuí.
A ida à reserva teve como objetivo verificar a situação real dos indígenas, uma vez que denúncias feitas por eles quanto à falta de alimentos, remédios e cuidados de saúde levaram o Ministério Público Federal a expedir uma Recomendação à Funai, Sesai e Dsei de Porto Velho para que tomassem medidas no sentido de garantir os direitos dos três povos indígenas. Além desta, o MPF já havia expedido outra recomendação, anterior, referente principalmente à questão da segurança, uma vez que algumas aldeias chegaram a ser invadidas, e cabanas queimadas, no final do ano.
Segundo reportagem de Larissa Matarésio, publicada no G1 AM, durante a reunião o Cacique Aurélio Tenharim defendeu a necessidade do retorno da cobrança do pedágio, suspensa desde o ataque do dia 27, quando os casebres que serviam de postos foram destruídos e queimados:
“O governo não leva a sério as nossas necessidades. Enquanto não houver diálogo, não tem opção, o pedágio continua”, ressaltou.
A realidade é que não só para os Tenharim como para outros povos indígenas, Brasil afora, a falta de políticas públicas adequadas faz com que a cobrança de pedágios corresponda a uma compensação pelo uso e destruição de seus territórios, causando problemas vários, desde a fuga dos animais, assustados, até a destruição de roças, cemitérios e, principalmente, atropelamentos.
Ainda segundo a reportagem de Larissa Matarésio, o general Villas Bôas procurou explicar aos Tenharim que este não é o melhor momento para a cobrança recomeçar:
De acordo com o relato da repórter, as lideranças indígenas e seus visitantes não discutiram assuntos ligados ao desaparecimento de três moradores da região, que está sendo investigado desde o final de 2012.
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