Adital – O ditador José Efraín Ríos Montt, que governou a Guatemala entre 1982 e 1983 e foi condenado por genocídio e crimes de guerra, pode estar perto de ficar livre das acusações. Isso porque a Corte Constitucional apoiou, na última quarta-feira, 24 de outubro, a retroatividade da anistia geral adotada no país em 1986, o que abre precedente para a libertação do general de 87 anos. A notícia gerou críticas vindas de organizações de direitos humanos de dentro e fora do país.
A Anistia Internacional (AI) afirma que uma eventual anistia de Ríos Montt seria uma “farsa judicial”. Em comunicado, Sebastián Elgueta, investigador para a Guatemala da AI, alerta: “Essa nova evolução é alarmante. Se confirmado, o país terá retrocedido várias décadas. As anistias nunca podem ser aplicadas ao genocídio e aos crimes contra a humanidade”, manifesta, acrescentando que a decisão beneficiará também outros condenados por desaparecimentos forçados, violência sexual, tortura e assassinatos.
Nesse contexto, a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) está solicitando aos parlamentos dos 28 Estados da União Europeia que não ratifiquem o Acordo de Associação União Europeia – América Central. Em comunicado, a FIDH manifesta sua consternação ante a decisão judicial e questiona a independência e imparcialidade da Corte Constitucional. (mais…)