No Piauí, uma das regiões que geram embates entre o governo e ambientalistas é a chamada Serra Vermelha, área de 120 mil hectares localizada no sul do Estado. Então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em 2006, havia solicitado a criação do Parque Nacional Serra Vermelha para proteger a região e acabar com a atividade carvoeira. A unidade de conservação, contudo, nunca saiu do papel.
Movimentos ambientalistas acionaram o Ministério Público Federal, que em 2011 ajuizou uma ação pedindo à Justiça que obrigue o Instituto Chico Mendes e o governo federal a abrir procedimento administrativo específico para a criação do parque. O processo segue em tramitação.
“Para esse partido (PSB) dizer que vai se aproximar das questões ambientais, o primeiro lugar em que tem que fazer isso é no Piauí”, afirma o diretor de políticas públicas da ONG SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani. Ele critica o fato de a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado não reconhecer a existência na região de mata atlântica, que é protegida por lei. “A situação está fora de controle, continuam detonando autorizações para carvoarias.”
“Todo o entorno ainda tem carvão, é uma terra de ninguém”, disse Tânia Martins, da Rede Ambiental do Piauí, que reúne entidades ambientalistas da região.
Condições
O secretário de Meio Ambiente, Dalton Melo Macambira, afirma que as licenças são um “instrumento precário”. “Quando damos é sobre determinadas condições. Se não cumprirem, suspendemos.”
De acordo com o secretário, em 2010 o governo federal ampliou a área de um parque nacional abrangendo também a Serra Vermelha. Segundo ele, mesmo com a pressão do agronegócio, o Piauí ainda preserva 80% de sua área.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Mayron Borges.