Representantes indígenas de Roraima participam da X Assembleia da COIAB na aldeia Umutina em Mato Grosso

coiabAssessoria de Comunicação – CIR

Diante do cenário político preocupante em que passa o movimento indígena em todo país, as estratégias são fortalecidas por meios de intensas discussões e articulações entre os povos indígenas, indigenistas, movimentos sociais e os parceiros, que de forma resistente buscam defender os direitos garantidos na Constituição Federal de 1988 e regulamentados na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Um direito historicamente ameaçado, desrespeitado e tratado pelo Estado Brasileiro com manobras e estratégias políticas, visando atender interesses econômicos de parlamentares latifundiários e grandes empresários do país.

Com esse cenário crítico, mas resistente, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) vai reunir lideranças das 45 organizações indígenas que compõem o Conselho Deliberativo e Fiscal da COIAB (CONDEF), em sua X Assembleia Geral e I Encontro dos Povos Indígenas do Mato Grosso, no período de 26 a 29 de agosto, na aldeia Umutina, município de Barra do Bugre, em Mato Grosso (MT).

Para contribuir com as discussões, sobretudo com as deliberações necessárias para o fortalecimento e união das organizações indígenas da Amazônia Brasileira foi confirmada a participação de cinco lideranças indígenas de Roraima. Participam do evento, os representantes do Conselho Indígena de Roraima (CIR), o Coordenador Geral Mário Nicácio Wapichana, a Secretária do Movimento de Mulheres Indígenas de Roraima Telma Marques Taurepang, a Assessora Jurídica Joênia Wapichana, a Assessora de Comunicação Mayra Celina Wapichana e a pajé Mariana Mota Macuxi, da região do Surumu, Terra Indígena Raposa Serra do Sol. (mais…)

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Desafios da transposição: meta do investimento é levar água para 2,7 milhões paraibanos

Canal de transposição
Canal de transposição

REMA Brasil – “O começo das obras da transposição parecia um sonho realizado para todo mundo daqui, mas até agora só trouxe prejuízo”. A afirmação é da agricultora Maria das Dores Batista, desapropriada da comunidade Boa Vista, próxima ao município de São José de Piranhas, no Sertão da Paraíba – distante 500 km de João Pessoa. Ela é dona de uma das 300 casas desapropriadas no Estado por causa das obras no lote 7 da transposição do Rio São Francisco, que atualmente está parada e será a última a ficar pronta, em dezembro de 2015, segundo o cronograma do Ministério da Integração Nacional.

Há cinco anos, o pai da agricultora recebeu uma indenização, mas hoje a família ainda não pode cultivar os alimentos que eram o sustento da casa onde moram seis pessoas. “Enquanto a obra não fica pronta, a gente não tem como plantar. Antes já era difícil, agora é impossível. O jeito é viver da aposentadoria do meu marido”, lamentou Maria das Dores, sinalizando pouca confiança quanto ao prosseguimento das obras.

A desconfiança em relação à transposição é justificável, já que desde a época do Império a obra é cogitada no Brasil, mas nunca saiu do papel. Desta vez, o cenário pode mudar e o poder público garante que a partir de 2015 o sertanejo conseguirá conviver melhor com a seca. É possível ver as obras do Governo Federal avançando, mesmo que a passos curtos, e alcançando 45% da execução, enquanto os Estados se preparam com as obras complementares para que a água da transposição chegue às residências. (mais…)

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Acesso ao aborto seguro é destaque no Consenso de Montevidéu

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Adital – Representantes dos 38 governos latino-americanos e caribenhos, de 24 organismos regionais e internacionais, além de 260 organizações não governamentais acordaram garantir a oferta de serviços seguros e de qualidade nos casos de aborto nos países onde essa intervenção é legalizada, e também incentivar os demais Estados a avançar na modificação de leis e políticas públicas sobre a interrupção voluntária de gestações que impliquem riscos para a vida e a saúde de mulheres e adolescentes. Essas decisões mais liberais no que diz respeito ao aborto foram tomadas durante a Primeira Reunião da Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento, realizada pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), neste mês de agosto, no Uruguai. (mais…)

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Queremos tudo: as jornadas de junho e a constituição selvagem da multidão

“O movimento de junho assinala que a nova composição social do Brasil é um terreno de luta aberto como alternativa radical, entre a sua homologação dentro dos valores exauridos do capital global, e a formação selvagem da nova composição do trabalho metropolitano”. O comentário é de Giuseppe Cocco e Bruno Cava em artigo publicado pelo sítio uninomade. Eis o artigo

IHU On-Line – No momento em que escrevemos, o movimento sensacional de junho no Brasil parece passar por uma fase ambivalente, que pode ser definida por três características: refluxo, difusão e deslocamento.

Refluxo: terminaram as mobilizações maciças com centenas de milhares de pessoas, que aconteciam pelo menos duas vezes por semana (geralmente às segundas e quintas), ou quando dos jogos da Copa das Confederações. Isto não significa que a fase das megamanifestações tenha acabado. O estado de mobilização se mantém, como uma latência sempre à espreita dos poderes constituídos. Qualquer coisa de fundamental na percepção mudou: os governos reconhecem nas manifestações um poder formidável, ao mesmo tempo em que os governantes são obrigados a negociar, transigir e sondar lideranças, sem saber muito o que fazer com a novidade. As mobilizações anunciadas para o 7 de setembro serão um termômetro importante do nível de massificação do movimento.

Difusão: o movimento multiplica as formas de vida: protestos, assembleias e ocupações dos palácios e câmaras, inclusive em cidades menores. É um processo envolvendo todo o país, contendo todo o arco de reivindicações existentes. Sem, contudo, perder a centralidade da questão dos transportes coletivos. Os protestos criaram uma situação revolucionária, na medida em que imediatamente reforçam e requalificam as lutas, as reivindicações e os movimentos que já existiam. Estamos no tempo de um próprio e genuíno Kairós: é aqui e agora que os muitos fazem valer plataformas de luta até pouco tempo bloqueadas, tais como: o direito à cidade, a legalização do aborto, a mobilidade urbana ou a luta contra o terror policialesco, usado como método sistemático de regulação da pobreza. (mais…)

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Maioria das mulheres se cala diante das agressões

No Brasil, fontes oficiais estimam que uma mulher seja agredida a cada 15 segundos; 243 por hora. De janeiro a dezembro de 2012, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) processou 732.468 registros, num total de 3.058.392 atendimentos. Destes, 88.685 são casos de violência – dez a cada hora. Metade se refere a risco de morte, 39% a espancamentos e 2% a estupros.

Apesar dos números em progressão – as queixas formalizadas através do Ligue 180 registraram aumento de 1.600% entre 2006 e 2012 e os relatos de violência cresceram 700% no mesmo período -, os esforços do governo para descortinar e acabar com a saga da violência doméstica no Brasil ainda esbarram no fato de que em apenas 4% dos casos as vítimas ou pessoas que convivem com elas procuram o serviço de proteção da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM-PR). Num país onde quatro em cada dez admitem ter sofrido algum tipo de agressão física, segundo pesquisa realizada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, a maioria ainda prefere se calar.

Marleine Cohen – Valor

Medo do agressor, vergonha, culpa: por mais que a Lei Maria da Penha, em vigor desde 2006, tenha aberto caminho para ajudar as vítimas a quebrar o silêncio, o fato é que o Brasil ainda ostenta a sétima posição no ranking mundial de maior número de homicídios de mulheres. (mais…)

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Crise na Comissão da Verdade ameaça relatório sobre repressão

A etapa final da Comissão Nacional da Verdade será carregada de tensão. Ativistas temem que o agravamento da crise interna entre os cinco integrantes do grupo prejudique a conclusão do relatório sobre violações de direitos humanos durante a ditadura militar. As primeiras reuniões para discutir o formato do documento devem ocorrer no fim de setembro

Roldão Arruda – O Estado de S.Paulo

A questão é que o clima de tensão chegou a tal ponto que alguns dos responsáveis pela elaboração do relatório final já não se falam. Também têm sido comuns as trocas de palavras ásperas durante as reuniões semanais da comissão.

A crise tem desgastado tanto os trabalhos que o advogado criminalista José Carlos Dias, que vinha se recusando seguidamente a aceitar a coordenação do grupo, feita em sistema de rodízio com trocas a cada três meses, voltou atrás. Após ouvir os apelos dos colegas, deve assumir o cargo nesta semana, sucedendo a também advogada criminalista Rosa Maria Cardoso da Cunha, que defendeu a presidente Dilma Rousseff nos anos de chumbo.

Dias dialoga com todos os integrantes do grupo e a sua indicação é uma tentativa de apaziguamento interno. A própria maneira como foi indicado, porém, revela a quantas andam as tensões. A informação de que ele seria o próximo coordenador foi divulgada pela imprensa após ter sido avalizada por três membros: o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, a psicanalista Maria Rita Kehl e o jurista José Paulo Cavalcanti Filho. A atual coordenadora soube pelos jornais que o nome de seu sucessor já estava definido. (mais…)

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Um novo blog no ar e sua primeira matéria: “Tupinambás da Serra do Padeiro atacados a tiros”

Terra Indígena Tupinambá de Olivença, Bahia é o nome do blog que está sendo lançado hoje por Daniela Fernandes Alarcon. O fato de ter feito sua pesquisa de mestrado na Universidade de Brasília tendo por tema as retomadas na Serra do Padeiro levou-a a um comprometimento com as lutas, que ela agora traduz nesse apoio sob a forma de espaço para “alavancar uma campanha pela conclusão do processo de demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença”. Junho com o bl0g entra no ar, aliás, um abaixo-assinado online que pode ser acessado clicando AQUI. Abaixo republicamos seu primeiro post, mas vale conhecer o blog. Há belas fotos, inclusive! Parabéns aos Tupinambá de Olivença, que ganham assim mais um instrumento em apoio à reconquista de seus direitos. (Tania Pacheco)

Mulher Tupinambá

Por Daniela Fernandes Alarcon, em Terra Indígena Tupinambá de Olivença, Bahia

Ao tardar em concluir o processo de demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença – onde vivem cerca de 4.700 indígenas, em mais de 20 comunidades, entre as quais a Serra do Padeiro –, o Estado brasileiro contribui para o agravamento do conflito na região

Com o objetivo de frear a escalada de violência desencadeada por indivíduos e grupos contrários ao reconhecimento dos direitos territoriais do povo indígena Tupinambá, no sul o estado da Bahia, a Força Nacional de Segurança estabeleceu no último dia 20 de agosto uma base de operação na cidade de Buerarema. A previsão de permanência dos policiais na região é de 90 dias, prorrogáveis. Entretanto, apesar da presença policial, no sábado (24 de agosto), indígenas que vivem na zona urbana de Buerarema tiveram suas casas e bens pessoais incendiados por não-índios, em represália à mobilização indígena em defesa de seu território. Além disso, os Tupinambás denunciam que na sexta-feira (23) parte de sua produção agrícola (farinha de mandioca) foi roubada e que comerciantes não-indígenas que os apoiam estão sendo agredidos e suas lojas, atacadas. (mais…)

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Etnomapeamento nas terras indígenas de Roraima será apresentado em Conferência Global na Indonésia

Imagem3CIR Projetos – As experiências de etnomapeamento nas terras indígenas de Roraima serão apresentadas na Conferência Global de Mapeamento Participativo dos Povos Indígenas, que acontece de 25 a 27 de agosto, no Lago Toba, Sumatra, na Indonésia. O jovem indígena da etnia Macuxi, técnico em Sistema de Informação Geográfica do Conselho Indígena de Roraima (CIR) Genisvan André e o Agente Territorial e Ambiental Indígena José Davi Manduca, da etnia Wapichana, Terra Indígena Jacamim, representam o Brasil no evento global.

O evento global foi uma necessidade de realização que se observou, sendo que há dez anos a atividade não é promovida, por isso a Fundação Tebtebba, parceira do CIR, se propôs a realização em 2013 com o objetivo de reunir os praticantes de sistemas de informação geográfica de diferentes lugares do mundo, para que possam aprender as lições e contribuir com futuros mecanismos geográficos semelhantes.

A Conferência vai debater dois pontos fundamentais que tratam do mapeamento em terras indígenas, como fatores importantes ao planejamento e monitoramento político e ambiental dos povos indígenas. Será discutido o mapeamento como representação visual de dados geográficos ou de informação e mapas comunitários como representações gráficas de dados, os dois são incorporados em grandes sistemas de informação das comunidades sobre condições sociais e ecológicas existentes nos territórios indígenas. (mais…)

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“Corem diante desta negra, doutores! Ela tem o que os senhores perderam”

natasha

Uma observação: temos recebido diversos comentários, inclusive de médic@s, com opiniões as mais diversas sobre esta questão. Vi este post de Fernando Brito na manhã de domingo e fiquei em dúvida quanto a publicá-lo, na medida em que há nele uma certa ‘generalização’ com a qual não concordo. Tenho vários amigos médicos a quem respeito e cuja dignidade conheço. Mas também sei de outros que decididamente merecem a frase do título e até mais. Podemos dizer que isso acontece em relação a toda e qualquer profissão, e é verdade. O problema é que não entregamos as nossas saúdes e vidas, nem a das pessoas que amamos, a qualquer profissional. Para esses casos, procuramos os médicos. E é fundamental que possamos neles confiar. Por tudo isso, é mais que válida a indignação de Fernando Brito.  (Tania Pacheco)

Por Fernando Brito, em Tijolaço

“Somos médicos por vocação, não nos interessa um salário, fazemos por amor”, afirmou Nelson Rodrigues, 45.

“Nossa motivação é a solidariedade”, assegurou Milagros Cardenas Lopes, 61.

“Viemos para ajudar, colaborar, complementar com os médicos brasileiros”, destacou Cardenas em resposta à suspeita de trabalho escravo. “O salário é suficiente”, complementou Natasha Romero Sanches, 44.

Poucas frases, mas que soam  como se estivessem sendo ditas por seres de outro planeta no Brasil que vivemos. (mais…)

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