Povo Tupinambá do Acuipe (Olivença) resiste bravamente às ações de “Reintegrações” de Posse e não se cala

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Por Casé Angatu – 

É Tupã no céu
Índio na Terra
Bora vê quem pode mais!”

Anteontem (03/08/2013) fomos com outros indígenas do Syryhba apresentar nosso apoio e participar da luta dos nossos Parentes Indígenas do Acuipe. Conversamos com a Comunidade Indígena e Cacique Val. 

As três tentativas de “reintegrações” (invasões) não deram certo em decorrência da força e inteligência dos indígenas locais e de seu Cacique. Seriam várias famílias, incluindo crianças e anciões, que ficariam sem seu território em nome da propriedade privada de um estrangeiro italiano (Primaver Emprendimentos). O absurdo é tanto que numa das áreas onde ocorreriam as expulsões funcionam uma unidade da Escola Estadual Indígena Tupinambá de Olivença e Posto de Saúde.

É revoltante como o estado, sua (in)justiça e os que dizem cumprirem suas ordens tratam os Povos Indígenas. Após 513 anos as invasões de terras indígenas continuam.

Existe o receio que novamente os policiais voltem para cumprir estas e outras ordens de expulsões e invasões. Por isto e em resposta as estas ações a Comunidade Indígena não ficará quieta. Duas destas respostas ajudamos a redigir: uma Carta ao Governador do Estado da Bahia Jacques Wagner e outra Carta ao Ministério Público Federal, Prefeitura de Ilhéus, AGU, FUNAI, Justiça e Procuradoria Federa.

Na Carta ao Governador exige-se audiência imediata para também exigir dele e dos outros órgãos acima citados: que os acordos feitos evitando novas “reintegrações” de posse ocorra até o julgamento final do Relatório de Demarcação do Território Tupinambá publicado em 2009. Um acordo tratado entre a Comunidade Indígena Tupinambá de Olivença, FUNAI, Ministério Público Federal, Procuradoria e Policia Federal. Ou seja, as atuais reintegrações ilegais demonstram quem não cumpre os acordos neste país.

Exige-se também, entre outras coisas, o fim da criminalização, perseguições e mortes de indígenas por parte da policia e proprietários rurais. Exige-se ainda apoio na luta contra a (PLP) 227/2012, Portaria 303/2012 da AGU, PEC 215/2000 (entre outras), o código florestal e o sucateamento que sofre a FUNAI.

Porém, as respostas que estão sendo dadas pela Comunidade Indígena Tupinambá vão para além das cartas. Este é um POVO de luta, resistente à 513 anos e formado por Abas e Cunhãs Atãs (Guerreiros e Guerreiras).

Por isto reiteramos a necessidade de seu apoio à Luta do Povo Tupinambá de Olivença. Novamente apresentamos o convite para todos participarem entre os dias 24 – 29 de setembro de 2013 da da V Trajetória (Seminário) Índio Caboclo Marcelino: Histórias, Culturas e Lutas dos Povos Indígenas do Brasil e América Latina e da XIII Caminhada Tupinambá em Memória aos Mártires do Massacre do Rio Cururupe e à Caboclo Marcelino que ocorre aqui em Olivença.

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