Um documento que pode comprovar que a Polícia Militar de Minas Gerais foi orientada a deixar vândalos livres durante os protestos realizados na região central de Belo Horizonte na noite dessa terça-feira (18) foi divulgado na internet. A publicação foi feita nas redes sociais e, rapidamente, foi compartilhada.
O material é um registro de chamada da polícia, em que abaixo da anotação da ação dos vândalo na agência do Banco do Itaú localizada na rua Vinte e um de Abril, no Centro, há uma mensagem de que o comandante do 1º Batalhão, tenente-coronel Baião, ordenou a não intervenção na manifestação até que outra ordem fosse dada. A instituição financeira que foi citada no documento foi invadida por três homens nessa terça e o trio tentou furtar vários móveis e outros objetos do local.
Além desse banco, uma agência do Banco do Brasil da Afonso Pena e uma loja da Vivo instaladas na mesma região também foram alvo de outros nove criminosos, que quebraram vitrines, atearam fogo e ainda tentaram furtar esses locais. Outros jovens também mudaram o foco dos protestos dessa terça ao jogarem pedras e até cuspirem no prédio da Prefeitura de Belo Horizonte. Assim como, o relógio instalado na Praça da Liberdade para fazer a contagem regressiva para a Copa foi quebrado e as instalações do Museu da Vale bastante danificadas.
Em entrevista à repórter Laura Lima, da TV Alterosa, nesta quarta-feira (19), o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da comunicação da Polícia Militar, foi questionado sobre o vazamento do documento, mas afirmou desconhecer a existência do mesmo. A única explicação dada sobre a demora da aturação da polícia no ato dessa terça foi que os policiais acompanhavam os casos por meio de um sistema de videomonitoramento e, por isso, levaram mais tempo para acionar o Batalhão de Choque.
Apesar da demora de atendimento, os policiais conseguiram prender doze responsáveis pelas cenas de depredação no centro da capital mineira. Desses homens conduzidos pela polícia, 80% tem passagem pela polícia, segundo o chefe do 1º Departamento de Polícia Civil, Anderson Alcântara. O perfil dos outros 20% dos conduzidos ainda está sendo analisado pelas polícias. Os principais crimes já cometidos pelo detidos são furto, roubo e tráfico de drogas.
Advogados organizam representação contra o governador Anastasia
Alguns advogados mineiros estão estudando a possibilidade de entrar com uma representação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governador de Minas, Antonio Anastasia. Segundo o advogado Marco Aurélio Corrêa, a ação contra o Estado deverá ser por omissão.
De acordo com o defensor, o governo foi omisso no caso dos policiais que negligenciaram socorro a um jovem que caiu de um viaduto na última segunda-feira (17). Além disso, a Polícia Militar não impediu as depredações na Praça 7 nessa terça-feira (18). “A ação será contra o Anastasia porque ele é o chefe da Polícia Civil e da PM”, afirmou.
Ainda conforme o advogado, na manifestação da última segunda-feira a polícia utilizou um “planejamento militar estratégico”. “Eles fizeram um cerco e atacaram covardemente onde não tinha rota de fuga para os manifestantes”, denunciou.
A iniciativa é de um grupo de advogados criminalistas que inscritos no cadastro desenvolvido por Marco Aurélio na internet. O objetivo é formar um banco de de defensores interessados em impetrar pedidos de habeas corpus em favor de manifestantes detidos durante os protestos na capital mineira.
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Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.