Comunidades indígenas da Floresta Amazônica recebem mutirões de saúde

A ação pretende realizar 250 cirurgias e mais de dois mil atendimentos entre as comunidades até o próximo sábado (4)

 CenárioMT

Cerca de 52 mil indígenas do Alto Rio Solimões e Vale do Javari, municípios da Floresta Amazônica, serão atendidos por um hospital de campanha com centro cirúrgico e equipamentos modernos instalado, até o próximo sábado (4). A ação pretende realizar 250 cirurgias e mais de dois mil atendimentos entre o período. O mutirão é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e a organização sem fins lucrativos Expedicionários da Saúde.

Em nove dias, 22 médicos de diversas especialidades vão realizar cirurgias de cataratas, pterígios, hérnias, além de intervenções ortopédicas, ginecológicas e plásticas restauradoras para reparar lesões deformantes, defeitos congênitos ou adquiridos.

“O grande esforço do Ministério da Saúde é levar a saúde mais perto dos povos indígenas, nas aldeias. Para isso, nós construímos várias parcerias – com o Ministério da Defesa, para a grande campanha de vacinação, tanto da gripe quanto das outras vacinas, e parcerias com médicos voluntários e organizações não governamentais para mutirões de cirurgias, de exame e de atendimento aos povos indígenas”, afirmou o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Todos os 47.185 habitantes das 274 aldeias do Alto Rio Solimões e os 4.955 habitantes das 105 aldeias do Vale do Javari passaram por triagem. O mutirão complementa os atendimentos realizados pelo Ministério da Saúde às populações indígenas assistidas pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) da região.

Os atendimentos serão feitos por cinco cirurgiões gerais, cinco oftalmologistas, cinco anestesiologistas, dois clínicos gerais, dois pediatras, dois ginecologistas, um ortopedista. Além dos médicos, quatro odontólogos, uma farmacêutica e dez enfermeiras. Haverá também uma equipe de logística e apoio, composta por 12 voluntários.

Infraestrutura

A infraestrutura para o mutirão é composta por tendas com isolamento térmico, ar condicionado, monitores cardíacos, tubos de oxigênio para emergências, bisturis elétricos, aventais e campos cirúrgicos descartáveis, bem como instrumentos esterilizados. Além disso, os sete municípios da região disponibilizaram 16 embarcações para transporte dos pacientes até o hospital de campanha e uma equipe de 110 profissionais multidisciplinares de saúde indígena para dar o suporte ao mutirão.

Profissionais

Qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Expedicionários da Saúde foi criada em 2002, quando um grupo de amigos, formado por médicos e executivos, em viagem ao Pico da Neblina (AM) tiveram a oportunidade de conhecer uma aldeia Yanomami. A partir de então, surgiu a ideia de usar a experiência profissional deles para melhorar a qualidade de vida da população indígena daquela região.

O grupo realiza um serviço complementar aos programas existentes de atendimento à saúde indígena e regiões isoladas, levando medicina especializada.

Esta é a 25ª expedição do gênero que o grupo realiza desde a sua fundação, no ano de 2002. Desde então, a instituição já realizou mais de 3.087 cirurgias e 18.055 consultas, passando por vários municípios e comunidades. Em 2012, a ação dos expedicionários aconteceu na terra indígena Raposa Serra do Sol em Roraima. A prioridade é sempre para áreas indígenas de difícil acesso.

Ambulatório de Saúde Indígena

Outra ação destinada à saúde de indígenas no Brasil é o Ambulatório de Saúde Indígena, localizado no Hospital Universitário de Brasília (HUB), inaugurado na última quarta-feira (24).

O Ambulatório é parte de um projeto mais amplo de promoção da atenção integral à saúde indígena no HUB e é fruto de uma parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

O ambulatório funcionará inicialmente às segundas, quartas e sextas, atendendo os indígenas referenciados pela Casai de Brasília, bem como estudantes indígenas da Universidade de Brasília (UnB) que necessitem de assistência médica. A direção do hospital está estudando um modelo de acompanhamento por parte de estudantes indígenas em formação, ou recém-formados, para garantir mais qualidade na assistência, na medida em que ajudarão aos demais profissionais a compreenderem as especificidades de cada etnia.

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