En pie de lucha, el magisterio indígena de la Montaña

Los profesores indígenas de la Montaña de Guerrero vislumbran la necesidad no sólo de mejoras laborales y económicas, sino también de proyectos educativos con una perspectiva desde las comunidades

Jaime García Leyva – Desinformémonos
Kahua Sisiki*

Guerrero, México. Son los maestros y maestras indígenas quienes fungen como representantes comunitarios, autoridades, líderes de organizaciones sociales, gestores de actividades y luchas sociales. Profesores que en distintos momentos se han enfrentado a los caciques regionales y los poderes gubernamentales en turno. En la Montaña de Guerrero la fundación de colonias, la toma tierras, la construcción de escuelas, los esfuerzos por impulsar proyectos de revalorización de la lengua materna, la lucha por el territorio, por los servicios básicos y otras demandas tiene como actor social estratégico a los profesores bilingües. No es comprensible la historia regional contemporánea sin abordar a los maestros como actor principal junto a la población de las comunidades con las que caminan hombro con hombro. Son mujeres y hombres con los más bajos salarios y que impulsan su labor docente en las condiciones más adversas, en los lugares del olvido y en las regiones donde la sobrevivencia de la población es también una forma de resistir dignamente ante la indolencia de las autoridades. (mais…)

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Uma cidade para o Capital: algumas palavras sobre o caso “Aldeia Maracanã”

Marco Pestana – Blog Convergência

Durante dias, evitei escrever sobre os acontecimentos envolvendo a Aldeia Maracanã, não porque não tivesse uma posição acerca do processo, mas porque julgava – e ainda julgo – que outros, mais presentes nessa luta, poderiam ter mais informações e sintetizá-las de forma mais contundente e esclarecedora. Mas, agora, os episódios que têm se sucedido desde sexta-feira tornaram qualquer intervenção – mesmo que limitada, como essa – incontornável.

Continuo achando que outros podem escrever com muito mais propriedade sobre a luta específica dos índios da Aldeia Maracanã (respondendo aos questionamentos toscos acerca de seu direito de ali permanecerem e às afirmações preconceituosas de que “lugar de índio é na floresta”, ou de que “índio não pode usar calça jeans”, etc), mas acho que esse embate também nos diz muito sobre processos mais amplos atualmente em curso no Rio de Janeiro. Sinceramente, acho difícil de lembrar outro evento que tenha condensado tantos elementos do tenebroso quadro político-social que enfrentamos hoje, como os seguintes:

– o processo de privatização, hierarquização segregação e elitização do espaço urbano da cidade: retirados de uma das áreas que têm experimentado maior valorização pelos agentes do mercado imobiliário nos últimos anos (a região da Grande Tijuca), os índios foram deslocados para Jacarepaguá, uma área bem mais distante do centro nervoso da cidade. Assim toda a sociabilidade que constituíram ao longo de anos pela ocupação (e não invasão) daquele espaço ocioso – a despeito da falta evidente de infraestrutura e serviços – foi totalmente desconsiderada, em favor de mais um empreendimento que vai valorizar a região; (mais…)

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John, um negro da terra, por José Ribamar Bessa Freire

Por José Ribamar Bessa Freire

Ele nasceu, em 1956, nos Estados Unidos. Era americano. Portanto tinha, inapelavelmente, que se chamar William ou John. Ficou John. Mas por ser filho de português, seu destino era ser registrado como Manuel ou Joaquim. Acabou herdando o Manuel do pai. E foi com esse nome composto – John Manuel – que veio de mala, cuia e Machado para o Brasil, onde criou raízes, filhos, livros e deixou marcas.

Aqui deu aulas, palestras e conferências, organizou eventos, iniciou estudantes na pesquisa, formou mestres e doutores, fez discípulos, vasculhou arquivos, pesquisou, escreveu, publicou, amou e foi amado, apaixonou-se pela história indígena e abrasileirou-se tanto que se transfigurou em negro da terra, termo consagrado em um de seus livros sobre índios e bandeirantes.

Foi ironicamente na Rodovia Bandeirantes, em Campinas, na terça-feira, que um táxi desgovernado chocou o carro dirigido por John, eliminando um dos expoentes da história indígena. Ele morreu no local, aos 56 anos, no auge de sua vida intelectual, vítima da guerra absurda do trânsito, que no Brasil mata anualmente mais do que qualquer guerra civil. Na última quinta-feira, 28 de março, depois de velado no salão da biblioteca, na Unicamp, foi levado para o Crematório na Vila Alpina, em São Paulo. (mais…)

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Para Chauí, ditadura iniciou devastação física e pedagógica da escola pública

"Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, se ia ser preso, se ia ser morto. Não sabia". (Foto: Gerardo Lazzari/ Sindicato dos Bancários)

Por Paulo Donizetti de Souza, Rede Brasil Atual

São Paulo – Violência repressiva, privatização e a reforma universitária que fez uma educação voltada à fabricação de mão-de-obra, são, na opinião da filósofa Marilena Chauí, professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, as cicatrizes da ditadura no ensino universitário do país. Chauí relembrou as duras passagens do período e afirma não mais acreditar na escola como espaço de  formação de pensamento crítico dos cidadãos, mas sim em outras formas de agrupamento, como nos movimentos sociais, movimentos populares, ONGs e em grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos.

Chauí, que “fechou as portas para a mídia” e diz não conceder entrevistas desde 2003, falou à Rede Brasil Atual após palestra feita no lançamento da escola 28 de de Agosto, iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo que elogiou por projetar cursos de administração que resgatem conteúdos críticos e humanistas dos quais o meio universitário contemporâneo hoje se ressente. (mais…)

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