Projetos de irrigação fracassados perpetuaram a seca no Maranhão

Salangô e Tabuleiro de São Bernardo torraram, juntos, R$ 300 milhões, mas sofrimento do sertanejo maranhense com a seca prossegue

Por Oswaldo Viviani

Dois projetos de irrigação fracassados – o Salangô e o Tabuleiro de São Bernardo –, que entre meados da década de 1980 e início dos anos 2000 torraram, juntos, quase R$ 300 milhões de recursos públicos federais, têm grande responsabilidade pela seca que hoje castiga o homem do campo no Maranhão. O estado vive a pior estiagem das últimas três décadas. Sem água, o gado definha e morre, o mesmo ocorrendo com as plantações. E os seres humanos só resistem na terra árida se pagarem por água potável.

Tudo seria diferente se os projetos Salangô e Tabuleiro de São Bernardo dessem certo. Duas das regiões maranhenses mais atingidas pela seca atualmente – Médio Mearim e Baixo Parnaíba – seriam beneficiadas diretamente pelos projetos de irrigação, o que alcançaria ao menos 14 municípios: São Mateus (onde o Salangô foi implantado), Bacabal, Alto Alegre do Maranhão, Coroatá, Matões do Norte, Arari, Pirapemas, Magalhães de Almeida (Tabuleiro de São Bernardo), Santana do Maranhão, Araioses, São Bernardo, Tutóia, Santa Quitéria e Paulino Neves. (mais…)

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CE – “Do Poço da Draga vem o apelo: a casa da dona Alzira está afundando”… E o Acquario do sr. governador, vai bem?

Postado por Júlia Lopes

Do Poço da Draga vem o apelo: a casa da dona Alzira está afundando. As paredes começaram a rachar pelo desnível do solo e os móveis estão tortos. Ela não ocupa mais todos os cômodos da casa – se restringe, agora, à sala e ao primeiro quarto, mais distantes que estão da cozinha e do banheiro, onde o piso cedeu. A pia da pequena área de serviço não se sustenta mais na parede. Caiu no chão. Por solidariedade dos moradores, um buraco dentro da cozinha “que cabia um homem todinho de braço pra cima”, foi fechado com areia. Mas não dá conta do problema – a casa foi construída em cima de um córrego. (mais…)

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Número de denúncias de violação dos direitos humanos cresce 77% em 2012

Thais Leitão, Repórter da Agência Brasil

Brasília – O número de denúncias de violações de direitos humanos, feitas por meio do Disque 100, alcançou 155.336 de janeiro a novembro deste ano. Os registros representam aumento de 77% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram registradas 87.764 denúncias. Ao todo, considerando também as ligações com pedidos de orientações e de informações, foram feitos, de janeiro a novembro de 2012, 234.839 atendimentos.

Os dados foram divulgados hoje (10) pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, responsável pelo serviço, para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, o aumento nos números ocorreu porque a população percebeu que o serviço é confiável. “Se a população não percebesse que há resultados e que a rede de acolhimento e de encaminhamento está melhorando, não continuaria denunciando por meio do serviço”, disse. (mais…)

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Brasil: 64 anos de descumprimento da Declaração dos Direitos Humanos

A Declaração dos Direitos Humanos completa hoje 64 anos, e os direitos humanos continuam a ser desrespeitados na maioria absoluta dos países do mundo, se é que em algum (o que duvido) o são plenamente.

Latuff diz muito com essa charge angustiante. E, se imaginarmos o homem no pau-de-arara com um cocar ou com a pele negra, ou se em lugar de um homem for uma mulher, ele estará ainda mais lamentavelmente perto de retratar a verdade do dia a dia neste nosso incrível País!

A frase de Alípio Freire é perfeita: “Nós sobrevivemos ao pau-de-arara, mas o pau-de-arara também sobreviveu”. Eu acrescentaria: de diferentes formas e formatos, que vão da execução sumária à violência simbólica, que igualmente atinge, fere e muitas vezes mata!

Tania Pacheco

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Assentamento Milton Santos ocupa Secretaria da Presidente em São Paulo

As famílias do Assentamento Milton Santos localizado em Americana-SP ocuparam hoje pela manhã a Secretaria da Presidência da República localizada na Avenida Paulista em São Paulo e até agora permanecem no local. As famílias estão prestes a ser despejadas da área onde foram assentadas há 7 anos atrás pelo Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (INCRA) e onde construíram suas casas e trabalham na produção agrícola. As famílias reivindicam a desapropriação por interesse social do local, única medida legal que pode reverter o despejo.

A entrada das famílias na secretaria da presidente foi pacífica e o patrimônio público permanece intacto, sem qualquer espécie de dano material. Contudo, as famílias e organizações apoiadoras, que totalizam cerca de 120 pessoas, permanecem no prédio e o clima é de tensão. Parte das famílias estão no andar da secretaria e outra parte está sendo impedida de subir pela segurança. Uma comissão de 17 assentados acaba de subir para uma reunião de negociação. As famílias permanecerão no local até que sua solicitação seja negociada e atendida pelo governo federal. Fazemos um apelo para que todos e todas que apoiam a luta do pela permanência do Assentamento Milton Santos que se dirijam ao local. A secretaria está localizada na Avenida Paulista no prédio do Banco do Brasil, ao lado do Conjunto Nacional, em frente ao Metro Consolação.

Em julho as famílias foram informadas que havia uma reintegração de posse, concedida pela Justiça Federal, para o Sítio Boa Vista, área do Assentamento. A responsabilidade pela retirada das famílias era do INCRA e em caso de descumprimento da decisão o órgão deveria pagar uma multa diária de R$ 5.000,00. O pedido foi feito pelos antigos donos da propriedade, a família Abdalla, que haviam perdido a terra por dívidas pública com o INSS na década de 1970, mas a conseguiram de volta recentemente. (mais…)

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Jogos da memória – o Movimento Feminino pela Anistia no Ceará (1976-1979) – Ana Rita Fonteles

O livro reúne narrativas de 16 mulheres, na faixa de 50 aos 86 anos de idade que, em algum nível, tiveram envolvimento com o Movimento Feminino pela Anistia no Ceará. Traz ainda informações coletadas em diversas fontes como cartas, fotos, livros, documentos do MFPA e dos órgãos de repressão, além de material de artesanato elaborado pelos ex-presos políticos cearenses para as mulheres

A obra é resultado da tese de Doutorado da Profª Ana Rita Fonteles desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), entre os anos de 2005 e 2009.

 

Jogos da memória – o Movimento Feminino pela Anistia no Ceará (1976-1979)

Autora: Ana Rita Fonteles Duarte
Páginas: 302

No lançamento o livro será distribuído e o valor para venda posterior ainda será definido

Editora: Inesp

Enviada por Rodrigo de Medeiros Silva.

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I Festival de Artes Africanas e Afrodiaspóricas

O Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Minas Gerais, Campus Ouro Preto, e o NEAB/ UFOP convidam para a VI Semana da Cultura Afro-Brasileira e Africana e a III Semana da Consciência Negra da UFOP, como atividade integrante do “I Festival de Artes Afro-Diaspóricas”

O evento ocorre no período de 12 a 16 de dezembro de 2012.

Confira a programação abaixo.

12/12 (Quarta) – Abertura da Semana

16h

Exposição Desenhos -“África”

Curadoria: José Efigênio Pinto Coelho
Local: Galeria de Artes do IFMG Campus Ouro Preto
Exposição de posts do facebook sobre a questão negra
Curadoria: Laura Fernandes Rodrigues da Rocha – IFMG
Local: Hall da Administração do IFMG/Ouro Preto
Exposição de fotografias: Cabo Verde em Fotos
Curadoria: Ms. António Cruz (PEC/PG-UFOP)
Local: Corredor do ICHS (mais…)

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Posseiros fazem protesto contra ordem de despejo de terra indígena

Posseiros que vivem em Posto da Mata, em Alto Boa Vista (MT), realizam protesto, fazem vigília e prometem resistir à ação de despejo prevista para hoje nos três municípios que ficam na área da terra indígena Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso. Desde quarta, um grupo bloqueia o entroncamento da BR-158 com a MT-242, usadas para escoar produção agrícola.

A ordem de retirada determinada pela Justiça Federal será cumprida pela Polícia Federal e pela Força Nacional, que já estão no local. Segundo o IBGE, vivem em Marãiwatsédé 2.427 pessoas. Uma associação local diz que são 7.000.

Folha de S. Paulo

As famílias dos posseiros ainda esperam reverter na Justiça a ordem de retirada. Segundo moradores, o clima na área é de tristeza e tensão.

“A maioria [dos moradores] diz que vai morrer aqui dentro”, diz o churrasqueiro Ronaldo Damasceno, 30, que há 12 anos vive no local.

Ele diz que não vai enfrentar a polícia, mas que ficará em casa até o dia 16, quando oficiais de Justiça devem obrigá-lo a sair. Os posseiros não terão direito a indenização.

Os xavantes foram expulsos das suas terras na década de 1960 pelo governo militar e lutam na Justiça desde 1995 para voltar ao local.

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/516297-posseiros-fazem-protesto-contra-ordem-de-despejo-de-terra-indigena

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Carta de Belo Horizonte – Seminário Nacional “Forma de Matar, de Morrer e de Resistir: limites da resolução negociada dos conflitos ambientais e dos direitos humanos e difusos”

Os pesquisadores e pensadores signatários deste documento vêm, há mais de uma década, realizando rigorosas pesquisas que evidenciam, à exaustão, enorme volume e diversidade de situações empíricas em que populações, comunidades tradicionais, povos indígenas e classes populares em geral têm seus direitos ambientais, culturais, territoriais e humanos flagrantemente violados. Invariavelmente, os agentes dessa violação são os responsáveis pelos empreendimentos privados orientados para a acumulação de capital, tais como aqueles investidos no mercado imobiliário, na incineração de resíduos tóxicos, na produção de commodities agrícolas e minerais, na apropriação de recursos hídricos para geração de energia elétrica, para a pesca comercial, para o turismo elitizado, para os monocultivos irrigados etc.

Nesses processos, as práticas governamentais do Estado, orientadas por uma ideologia desenvolvimentista, gestada de modo prevalente no período dos governos autoritários do Brasil, têm desempenhado papel essencial, geralmente postando-se ao lado dos interesses predatórios e expropriadores do capital. As formas pelas quais o Estado, segundo esta perspectiva de governança, realiza esse papel são várias: por meio da concessão de licenciamentos ambientais, não raro mediante a desconsideração de pareceres técnicos e dos protestos das populações vilipendiadas; investindo recursos públicos na implementação ou rentabilidade de grandes projetos de infraestrutura (como estradas, ferrovias, portos, transposição de rios etc.); a criação de Unidades de Conservação e Proteção Integral, que expropriam populações locais; o uso da força das armas para realizar o deslocamento compulsório de populações urbanas (como nos violentos processos de “reintegração de posse” de terrenos urbanos ociosos, ocupados por populações de sem-teto, ou como na realização das obras de transposição do rio São Francisco etc.).

Outro aspecto importante da modernidade anômala que as frações do Estado teimam em reforçar, em suas políticas/programas equivocados/insuficientes, tem sido a naturalização do desbalanço dos direitos territoriais dos diferentes grupos sociais, o que enseja a desproteção continua dos lugares mais ameaçados, no campo e nas cidades, e redunda em expô-los a desastres recorrentes e cada vez mais catastróficos. O sofrimento social dos grupos mais ameaçados e efetivamente afetados nos desastres – no geral, com destaque aos empobrecidos da sociedade – se amplia quando há a associação das perdas humanas e materiais havidas à desumanização dos processos ditos “de remoção”, isto é, quando os lugares em contestação pelo ente público são ressignificados como “áreas de risco”, justificando com tal discurso a expulsão sumária de seus moradores e relegando-os a um futuro incerto. (mais…)

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