Flávio Ilha
Do UOL, em Porto Alegre
A Comissão Nacional da Verdade (CNV), que recebeu nesta terça-feira (27) os documentos do Doi-Codi que estavam sob guarda do coronel reformado Julio Miguel Molina Dias, deverá aprofundar as investigações sobre o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva entre os dias 20 de janeiro e 4 de fevereiro de 1971.
Os documentos indicam que o desfecho do caso pode ter se dado duas semanas após Paiva ter dado entrada oficialmente no centro de detenção do órgão, no Rio de Janeiro.
No dia 4 de fevereiro, de acordo com um ofício escrito a mão e assinado por um militar, os documentos do carro do ex-deputado saíram da sede do Doi-Codi e foram supostamente entregues à família de Paiva.
O engenheiro, que havia sido cassado em 1964, foi depor no órgão dirigindo seu próprio carro. Nem o automóvel nem Paiva jamais foram encontrados.
O documento, que mostra a suposta devolução do carro, é um indício de que o caso foi dado por encerrado nessa data. “É claro que é um indício importante, mas é cedo afirmar que ele pode ter sido morto entre os dias 20 de janeiro e 4 de fevereiro daquele ano. Estamos apenas iniciando a investigação com mais esse fio condutor”, disse o coordenador da CNV, Cláudio Fontelles. (mais…)