Delegado da PF é acusado de matar indígena no Mato Grosso

Ruy Sposati*

Viu as dragas e as balsas pegando fogo, enquanto sobrevoava o rio Teles Pires. Uma bomba passa ao lado do avião, à direita. No campo de visão de V., não havia indígenas. O bimotor desce – a pista de pouso não fora destruída. Havia rastros de sangue no chão, marcas de bala nos telhados e nas paredes. Espalhados pelo caminho, restos de cartuchos, munições e carcaças de bombas. Todas as casas estavam com as portas arrombadas. (mais…)

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Moradores entram em confronto com a PM após morte de jovem em BH

Leandro Couri/EM/D.A.Press

Estado de Minas

Moradores do Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, voltaram a enfrentar a Polícia Militar (PM) após mais um assassinato no local. Os militares foram responsabilizados pela morte de um jovem de 24 anos na tarde desta segunda-feira. Um ônibus foi incendiado e um cinegrafista acabou atingido por um tiro de bala de borracha.

A versão da Polícia Militar sobre o caso é diferente. Segundo a corporação, desde a manhã desta segunda-feira os militares receberam uma denúncia via o 181 dizendo que homens armados estariam andando pela Avenida Mangabeira da Serra com Rua da Água. Uma viatura passou pelo local durante a tarde e deparou com os suspeitos. Houve troca de tiros e o jovem foi atingido na cabeça.

Já os moradores afirmam que os militares invadiram o aglomerado atirando, à procura de homens que haviam praticado uma saidinha de banco no Bairro Santa Efigênia e fugido para a região. A versão não foi confirmada pela corporação. (mais…)

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Ataque covarde de pistoleiros contra famílias que ocupavam a Fazenda Beirada, MG

Nota da Liga dos Camponeses Pobres (LCP)

Manga, 23 de novembro de 2012.

Ataque covarde de pistoleiros contra famílias que ocupavam a Fazenda Beirada

Criminosos!

Cabral e seu bando de pistoleiros atacaram as famílias camponesas que ocuparam a Beirada na noite do dia 22 de novembro.

Canalhas!

Cabral foi até a ocupação com sua caminhonete, disse ser o “dono” da Beirada e ameaçou as famílias.

Os pistoleiros foram reconhecidos pelos camponeses e são velhos conhecidos do povo de Manga: Frederico Alencar, Ulisses Alencar, Guilherme (funcionário da fazenda), Arnaldo (de Três Rios), Adalto (funcionário da Didimag), Afonso (da Boa Vista), Dico (da Boa Vista), Marcos (da Nova Brasília), Bira e Fábio (procurados por latrocínio no posto de combustíveis Ypiranga em Manga), Isaías, Rogério Cabral, Toinzinho (da Nova Brasília). Todos armados pelo latifúndio para manter as terras da Beirada no atraso, completamente improdutivas, e o povo na miséria. (mais…)

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Comissão do MPF se reúne com OAB/MS para discutir situação de indígenas

Na quarta-feira (28), a Comissão do MPF (Ministério Público Federal) que está no Estado para analisar denúncias de violação dos direitos dos povos indígenas Guarani Kaiowá se encontra com a Comissão Permanente de Assuntos Indígenas (Copai) da OAB/MS, na sede da Seccional. A audiência faz parte dos compromissos dos procuradores em Mato Grosso do Sul e foi agendada a pedido da vice-procuradora-geral da República Deborah Duprat (foto ao lado), coordenadora da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF.

Para a presidente da Copai, Sámia Roges Jordy Barbieri, a vinda da Comissão do MPF é uma oportunidade única. “Se eles estão vindo é para resolver. Isso mostra que o Estado não conseguiu cumprir com seu objetivo, mas que a União é parceira. A visita dá um ânimo a luta pelos direitos dos povos indígenas”, comentou.
A audiência ocorre no auditório da OAB/MS às 14h, e é aberta a toda a sociedade. Lideranças indígenas participarão da reunião para expor a realidade do Estado. A Comissão do MPF desembarcou em Campo Grande nesta segunda-feira (26) onde se reúne com a superintendência da Polícia Federal agora à tarde.
Ainda hoje, a vice-procuradora-geral da República segue, em companhia de outros cinco procuradores, para Amambai. Na terça, serão realizadas visitas aos acampamentos de Ipoí e Arroio Korá, em Paranhos, e Pyelito Kue, em Iguatemi. (mais…)

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Conservadores da UDR e TFP Promovem Repressão na UNESP

“Quem não se movimenta não sente as correntes que os prende”

Centro Acadêmico de Serviço Social

Em 28 de agosto de 2012, vieram a Franca a convite do CIVI (curso de introdução à vida intelectual), grupo conservador da Unesp que tem como sua principal referência Olavo de Carvalho e com o apoio da direção do campus, Dom Bertrand, herdeiro da família real brasileira, líder da UDR (União Democrática Ruralista), movimento que prega abertamente que os grandes latifundiários brasileiros organizem milícias para atacar os movimentos sociais e camponeses que lutam pela reforma Agrária, além de fazer uma defesa fervorosa contra as comunidades quilombolas no interior do País e o jornalista Sepúlveda, membro do grupo Tradição, Família e Propriedade (TFP), entidade homofóbica e machista, inimiga número um dos direitos humanos e defensora saudosa do regime militar. Ambos ganharam notoriedade realizando uma campanha fervorosa contra a aprovação de uma emenda constitucional para punir os fazendeiros que se utilizam de trabalho escravo ainda hoje no Brasil.

No dia da palestra, o movimento estudantil, que já possui uma importante tradição de lutar lado a lado dos trabalhadores da cidade, mostra que continua ao lado deles, dos sem terra que lutam por reforma agrária, dos quilombolas, das mulheres, dos negros e dos homossexuais não se seduziram pelo falso discurso de “liberdade de expressão” defendido pelos conservadores. Um ato de mais 200 pessoas rechaçou a presença de ambos na universidade pública e a palestra foi cancelada. (mais…)

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Alerta: más de 40 patrullas mantienen sitiado Vícam, en el Valle del Yaqui

“Consideramos una burla contra el pueblo de México que Felipe Calderón haya venido a Sonora a inaugurar el acueducto Independencia, pues tenemos amparos que señalan que se debe detener su construcción”, señala desde Sonora Mario Luna, autoridad tradicional yaqui.

México. Un clima de tensión se vive en la ciudad de Vícam, Sonora, que desde la madrugada de ayer se encuentra sitiada por 40 patrullas con cerca de 150 elementos de la policía federal y estatal. El pueblo fue rodeado luego de que la tribu yaqui anunció que se manifestaría en la carretera internacional contra la presencia del presidente Felipe Calderón Hinojosa en Sonora, para “inaugurar” el acueducto Independencia.

“No podíamos pasar por alto esta situación y decidimos bloquear la carretera internacional. El gobierno respondió enviando policías a todas las entradas de Vícam Estación, y desde la madrugada de ayer ha estado el pueblo sitiado por elementos de la policía federal y de la policía estatal investigadora”, explica Mario Luna, autoridad tradicional de la tribu yaqui, en entrevista con Desinformémonos.

A pesar de la intimidación del Estado,  “nos manifestamos de forma pacífica en la carretera alrededor de 800 personas y estamos invitando a la gente a que no caiga en actitudes provocadoras. Hasta el momento no ha habido ningún enfrentamiento”, detalla Luna desde Sonora. (mais…)

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Código Florestal: estratégia para virar o jogo

José Eli da Veiga vê possibilidade de reverter, em 2014, o estrago produzido pelo Congresso Nacional este ano. Para tanto, adverte: é preciso definir novas estratégias para diálogo com a opinião pública

Por José Eli da Veiga*, no Pagina22

A Lei no 12.651/12, que revogou o Novo Código Florestal de 1965, poderá ser tão prejudicial ao futuro do Brasil quanto foi a Lei de Terras de 1850. Por isso, é fundamental tirar lições do processo sociopolítico que engendrou resultado tão absurdo, o que certamente exigirá sistemático esforço analítico coletivo em 2013.

Para que a causa do desenvolvimento sustentável possa avançar, urge que uma coalizão de organizações socioambientais tome a iniciativa de propor a constituição de um grupo de reflexão composto de analistas de quatro segmentos: o científico, o jurídico, o empresarial e o do Terceiro Setor. São esses os quatro vetores-chave dos quais depende a preparação de um possível e desejável resgate em 2014.

Das muitas perguntas que certamente entrarão nos termos de referência para o trabalho de um grupo com esse perfil, há ao menos duas que já merecem prévio destaque: a) o que fazer para melhorar o entendimento público sobre o estratégico papel da biodiversidade e b) o que fazer para desconstruir a profunda confusão cognitiva dominante entre produção agroalimentar e propriedade fundiária?

Nos três anos de tramitação legislativa da proposta de revogação do Novo Código Florestal, nada ficou mais evidente do que a ampla, geral e irrestrita ignorância sobre o papel da biodiversidade para os interesses de longo prazo, tanto da sociedade brasileira em seu conjunto como, com ainda mais razão, dos empreendedores em agronegócios. (mais…)

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Celebrando a diferença

Por Yvonne Maggie

No século passado coordenei um projeto de pesquisa que visava coletar e analisar os eventos produzidos no País para “criticar”, “repensar”,  “comemorar” ou “negar” o Centenário da Abolição.  A coleta foi por uma equipe composta de antropólogas, estudantes, fotógrafos, equipes de vídeo e TV e muitos bolsistas do Programa de Iniciação Científica do Laboratório de Pesquisa Social da UFRJ. O conjunto desse material encontra-se hoje na Coleção Abolição do Acervo do Programa Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ instituição parceira da empreitada. O material digitalizado pode ser acessado com um clique aqui

Para analisar o material coletado em 1988 há 24 anos, organizei o Catálogo Abolição no qual procurei descrever o que se falou e como se falou sobre as relações raciais e sobre as cores no Brasil cem anos após a Abolição. Classifiquei  os eventos e procurei identificar de um lado os organizadores e de outro os temas  recorrentes. O que mais saltou aos olhos foi o fato de a quantidade esmagadora dos temas versar sobre o que então era chamado de cultura negra ou africana. De todos os lados e em todos os sentidos, tanto os movimentos negros,  as igrejas,  setores acadêmicos,  segmentos populares e particulares de todas as “raças/cores” quanto  o Estado escolheram a cultura negra para pensar o negro cem anos depois da Abolição.

Ao contrário do ano do centenário, neste último dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, dia de Zumbi dos Palmares, as comemorações não se espalharam pelas ruas, praças, salas de aula ou bares e comunidades como em 1988. Não houve a “Marcha contra a Farsa da Abolição” que no dia 11 de maio daquele ano levou centenas de pessoas às ruas do centro da cidade e foi violentamente reprimida por ter tido a ousadia de passar diante do busto de Caxias em frente ao Ministério da Guerra. As comemorações de Zumbi em 2012 tiveram um ar, digamos, mais chapa branca.

Na véspera, dia 19, no Ministério da Cultura, a ministra Marta Suplicy lançou editais, em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, voltados a produtores e criadores negros em cerimônia realizada no belíssimo Museu Afro Brasil, em São Paulo. Na ocasião disse a ministra: “A parte mais forte e enraizada da nossa cultura vem da cultura africana. Nós temos que preservar isso e tornar mais visível”. (mais…)

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Profeta Amós – conspirador e subversivo, por Gilvander Luís Moreira*

Profeta Amós, conspirador e subversivo?

A Bíblia respira profecia (Parte 3)

Gilvander Luís Moreira[1]

2.4 – Profeta Amós, a luta contra a injustiça social.

Provavelmente as composições mais antigas do livro do profeta Amós (Am 1-6; 7-9) datam de meados do século VIII a.C., e surgiram como literatura de protesto e resistência. “O acento principal da mensagem de Amós está na crítica social e no anúncio de um juízo iminente de Deus na história, bem como na tênue, mas clara exigência do restabelecimento da justiça como alicerce das relações sociais”[2].

Amós é um profeta precursor, radical, exemplar e paradigmático. A profecia de Amós é, em certo modo, um divisor de águas na história da profecia no sentido de que instaura um novo jeito de ser profeta.

O livro de Amós está organizado em duas grandes unidades literárias: I) Am 1-6: Palavras e II) Am 7-9: Visões. (mais…)

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Manifestação dos Moradores da Resex Verde Para Sempre: “Agora queremos celebrar nosso contrato com o Governo” (Edilene Duarte – líder do CDS/comunidade Juçara)

Fonte: Arquivo CDS. Reunião dos representantes da Isolux e comunitários na manifestação

Agostinho Tenório*

Dia 20 de novembro de 2012, às 06h00, líderes de 20 comunidades da Reserva Extrativista Verde para Sempre, iniciaram a paralisação das obras de implantação das torres para transmissão de energia elétrica pelo interior da Unidade de Conservação Verde para Sempre.

No primeiro dia as lideranças interditaram os acessos à obra, apreenderam todos os maquinários: caminhões, caçambas, retroescavadeiras, carregadeiras e outras máquinas e equipamentos que estavam às margens do Rio Aquiqui, a cerca de 8km da cidade de Porto de Moz.

O pátio onde os equipamentos estavam depositados estava composto por grande quantidade de sarafo de madeira serrada, e permitia acesso a um ramal aberto e aterrado com o mesmo material. No entanto, esse tipo de operação não estava previsto no plano de operação licenciado pelos órgãos ambientais, ou seja, a construção de acesso com pó e sarafo de madeira configura crime e/ou infração ambiental.

No final da manhã do primeiro dia, representantes da ISOLUX, empresa responsável pela construção das linhas de transmissão, procuraram os manifestantes para negociações. Os lideres reafirmaram a necessidade de paralisação da obra por duas rações principais: os impactos sociais e ambientais provocados estão afetando substancialmente a vida dos moradores ribeirinhos; e a obra foi licenciada sem a construção e aprovação dos instrumentos de gestão da Resex – enquanto para os moradores não é permito acessar crédito para melhoramento das cadeias produtivas já existentes, por exemplo. (mais…)

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