Ação do poder público municipal de BH cerceia o convívio da população no espaço público
Maíra Gomes, de Belo Horizonte (MG)
Quem não se lembra de já ter se sentado em um banco de uma praça com uma boa companhia, para um bate-papo? Ou na leitura de um livro, ou quem sabe apenas para apreciar a vista? Vale lembrar também das grandes manifestações políticas, onde o povo se reunia nas praças para debater e demonstrar sua insatisfação. Este tem sido desde sempre um espaço público de grande importância na vida social das cidades. Assim também as ruas, que acabam se tornando extensão das residências, comportando jogos de futebol, brincadeiras infantis e prolongadas conversas com vizinhos que trazem suas cadeiras e tira-gosto.
Em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, a gestão municipal parece ter outra opinião sobre estes locais. Cada vez mais se vê praças cercadas, são aprovados decretos limitando o uso dos espaços públicos, e o poder privado sempre presente nas decisões e destinos destes.
A praça Rui Barbosa, conhecida como Praça da Estação, fica no centro de Belo Horizonte. O antigo ponto de trem deu lugar hoje a uma estação de metrô. Dali, saem ônibus para diversas localizações da cidade e seu entorno, além de comumente servir como ponto de ônibus de turismo e excursões. O fluxo de pessoas que circulam na Praça é imenso. Deve-se, portanto, imaginar que este é um espaço de efervescência cultural, com artistas de rua em suas apresentações, artesãos expondo seus trabalhos, religiosos fazendo suas pregações e outras práticas culturais. Mas não. Não é o que se vê. (mais…)