Marco Aurélio Weissheimer
Um grupo de mais de 50 entidades do movimento ambientalista entregou ao superintendente do Ibama/RS, João Pessoa, um manifesto contra a construção da usina hidrelétrica de Pai Querê, na bacia do rio Pelotas, fronteira entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O manifesto defende que a obra “não é ambientalmente viável pelos graves danos ambientais e culturais não compensáveis e não mitigáveis que trará à macrorregião afetada”. O projeto de pai Querê, dizem ainda as entidades, carrega uma herança que não pode ser esquecida: “está à montante da hidrelétrica de Barra Grande, cujas falhas no licenciamento ambiental foram judicialmente reconhecidas e geraram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que redesenhou tudo que deveria acontecer na região rio acima”.
O documento elaborado pelas entidades ambientalistas aponta os seguintes problemas no projeto de Pai Querê que prevê o alagamento de uma área de 6,2 mil hectares de Mata Atlântica:
“Onde hoje se cogita esta nova hidrelétrica deveria ser implantado um corredor ecológico interligando os Parques Nacionais da Serra Geral e de São Joaquim ao que restou de florestas na calha do rio Pelotas, proposta feira pelo próprio Ministério do Meio Ambiente”.
“Avaliações ambientais integradas da bacia hidrográfica dos rios Uruguai-Pelotas determinaram que não podemos conectar um lago artificial no outro ao longo dos rios e que é necessário manter áreas inalteradas, justamente o contrário do que está acontecendo no rio Pelotas.
O projeto está em fase de licenciamento, sob a responsabilidade do Ibama em Brasília. “O que perderemos em Pai Querê, se a licença for emitida, é imensamente maior do que o que ganharemos em energia ou em benefícios sociais pontuais. Dessa forma, apoiados na fundamentação técnica já incorporada ao processo, as instituições, movimentos e fóruns colegiados signatários desse manifesto solicitam que a licença ambiental da hidrelétrica de Pai Querê seja negada”, conclui o documento.
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http://rsurgente.opsblog.org/2012/10/19/manifesto-pede-ao-ibama-que-nao-conceda-licenca-ambiental-para-usina-de-pai-quere/