O jornal El País e um exemplo de manipulação neocolonial

Análise crítica do discurso da máfia midiática espanhola sobre a vitória de Hugo Chávez.

Por Jair de Souza

É muito comum encontrar gente progressista que, ao falar sobre os meios de comunicação de seu país, consideram-nos os piores do mundo, afirmando que não há, e nem pode haver, outros tão sórdidos, tão manipuladores, tão parcializados, tão elitistas e antipovo, como os de seu país.

Aqui no Brasil, também nos deparamos com muita frequência com este tipo de opinião. Basta acompanhar por algum tempo a publicação de artigos e comentários em nossos blogs progressistas para constatar que a revista Veja, os órgãos da Rede Globo, a Folha de São Paulo, o Estadão, a Rede Bandeirantes , etc., são apresentados como o supra-sumo do que há de pior no jornalismo mundial.

Não há como negar, temos uma escória midiática de causar inveja. Mas, que tão pior seria ela em comparação com a máfia midiática argentina? Será que o grupo Clarín e seus mais de 400 meios se comportam na Argentina com mais ética e honestidade que os nossos? Difícil acreditar nisso quando analisamos o que fazem a toda hora na tentativa de impedir que o governo eleito pela maioria do povo possa conduzir o país sem estar submetido a seus ditames. E o povo equatoriano poderá aceitar que o grupo Universo e os demais meios de comunicação privados de lá são menos insidiosos e golpistas? E o povo boliviano, o povo chileno, o povo colombiano, etc.? (mais…)

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Fato inédito em Rondônia: dois indígenas conseguiram se eleger vereadores

Pela primeira vez na história, dois indígenas conseguiram se eleger vereadores em Guajará Mirim, Rondônia. São eles NHAM-PÁ ORO WIN da Aldeia de São Luiz, situada nas cabeceiras do Rio Pakáas Novas (Terra Indígena Uru Eu Aw Aw). Foi eleito pelo PSB com 2,74% das intenções de votos, ou seja, o ele foi o mais votado do município com 569 votos.

E o terceiro mais votado de Guajará Mirim, ARÃO do povo ORO WARI, da Área Indígena do Lages,– apresentado pelo partido do PTB. Foi eleito obtendo 2,66% e vai para o legislativo municipal com 552 votos.

Este fato inédito em Rondônia abre espaço para novos desafios que possam fortalecer a união dos indígenas e obter maior representatividade política na defesa dos seus direitos. Guajará Mirim escolheu por prefeito o Dr. Dúlcio, do PT. Saiba mais dos indígenas Oro Win e Wari (a continuação).

De difícil acesso, com quatro dias de viagem de barco desde Guajará Mirim, a Aldeia de São Luiz era um antigo seringal, onde os remanescentes Oro Win, após sofrer uma massacre do seringalistas, foram forçados a trabalhar por quase vinte anos, antes de ir morar com os Wari, no Rio Negro Ocaia. (mais…)

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15 anos de equívocos do setor elétrico

Heitor Scalambrini Costa*

Na seqüência de equívocos da política energética implementada nos últimos 15 anos, se constatam reflexos altamente indesejáveis para o país, e claro para sua população. As conseqüências mais evidentes foram à crise do desabastecimento em 2001/2002 resultando no racionamento de energia elétrica, as questionadas opções escolhidas para a oferta da expansão do parque elétrico (termelétricas, usinas nucleares, e mega hidrelétricas na região Amazônica), a explosão tarifária e os sucessivos apagões e “apaguinhos” recorrentes em todas regiões do país.

O marco zero destas mudanças iniciou em 1995 com a reestruturação do setor elétrico através da aprovação da lei 8987 de 13 de fevereiro, que modificou o regime de concessão e permissão da prestação deste serviço público. O principio desta reforma foi de tratar este serviço como qualquer outro, prometendo criar um mercado competitivo no setor, tornando este bem estratégico, uma simples mercadoria sujeita as leis do mercado. Alegavam os idealizadores deste modelo mercantil que assim, atrairiam investimentos privados para o setor, melhorariam a eficiência dos serviços elétricos oferecidos, e como conseqüência haveria a diminuição do preço da energia. Bem, hoje se verifica o oposto destas pretensões, promessas e justificativas apresentadas para a aceitação da reforma. Iludiram o povo brasileiro.

O desabastecimento ocorrido no inicio do século XXI mostrou ao país que não se pode transferir ao mercado o planejamento deste setor, e nem subtrair investimentos realizados pelo próprio Estado. Esta malograda ação provocou o caos no setor da energia. No período de 9 meses (junho/2001 a fevereiro/2002), todos os setores da sociedade brasileira, uns mais e outros menos, foram obrigados a diminuir o consumo, resultando a redução das atividades econômicas, atingindo diretamente os empregos, investimentos e o bolso do cidadão. (mais…)

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Pedido de Apoio da Associação Espírita e de Cultos Afro-brasileiros de Petrolina/PE

Por Edivania Granja da Silva Oliveira*

Nesses últimos dias a nossa cidade (Petrolina/PE) foi tomada por uma discussão político-partidário sobre a Estátua Mãe D´Água, a qual resultou em agressões às religiões afro-brasileiras e a decisão do artista Lêdo Ivo em retirar a estátua.

Acredito que nós, cidadãos, professores, membros de Grupos de Pesquisa e militantes não podemos deixar de contribuir para a Educação das Relações Étnico-raciais, no combater ao preconceito e a discriminação e no apoio aos segmentos sociais que ainda sofrem com a falta de respeito e do reconhecimento da suas práticas culturais e religiosas, como é o caso dos Povos de Terreiros da nossa região, que produziram a Carta Aberta (abaixo) em protesto sobre a posição de alguns representantes da sociedade petrolinense e no pedido da permanência da estátua.

A Associação Espírita e de Cultos Afro-brasileiros irá solicitar ao Ministério Público as devidas providências com relação ao discurso proferido pelo Vereador Osinaldo Souza, no último dia 27/09, na Plenária da Câmara de Vereadores, apoiado pela Vereadora Ana Télia. Leiam trechos do discurso:

“A Bíblia diz que existe um só Deus e um só senhor. Eu notei que os dias em Petrolina agora estão mais tristes, quando eu passo ali na orla que eu olho para a estátua que fizeram a Iemanjá, eu digo: o que é que está acontecendo em Petrolina? Iemanjá na Umbanda significa a deusa das águas. Isso é uma blasfêmia contra Deus, porque a própria Bíblia Sagrada diz que só existe um Deus”, bradava o vereador Osinaldo Souza agarrado a Bíblia enquanto discursava na tribuna da Câmara Municipal. (mais…)

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Dourados reconduz dois terços da Câmara e elege indígena


Reserva indígena de Dourados elege o primeiro representante na CâmaraFoto: Google Imagens

por  Redação Douranews

Dois terços da atual composição da Câmara de Vereadores de Dourados permanece nas funções a partir dessas eleições. A totalização final dos votos das eleições realizadas neste domingo (7), confirmou a reeleição de oito vereadores. Ficam de fora, dentre os atuais, Albino Mendes (PR), Walter Hora (PPS), Gino Ferreira (DEM) e Cemar Arnal (PDT).

Desses, apenas Gino havia sido eleito em 2008, os demais eram suplentes dos eleitos e que acabaram presos e depois tiveram os mandatos cassados por conta da operação “Uragano” (furacão, em italiano) da Polícia Federal.

Dos novatos, já que a futura composição da Câmara passa a ser de 19 vereadores, a surpresa é a eleição do primeiro vereador indígena de Dourados, Aguilera, pelo PSDC, com 1.419 votos. A coligação que apoiou o prefeito Murilo Zauith elegeu 15 dos novos vereadores; dos demais concorrentes a prefeito, bloco que apoiou Delane Borges fez dois (Virginia Magrini e Aguilera) e a candidata derrotada acabou elegendo outros dois (o companheiro de rádio, Nelson Sudário e o pastor Cirilo). (mais…)

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BA – Seminário: “Relações de Gênero nas Religiões de Matriz Africana”

A Superintendência de Políticas para as Mulheres – SPM  da cidade do Salvador convida para o Seminário: “Relações de Gênero nas Religiões de Matriz Africana” com o objetivo de contextualizar como se dão as relações de gênero nestes espaços e suas implicações.

Data: 17 de outubro de 2012 (quarta-feira)
Horário: 13h as 18h
Local: Espaço Cultural da Barroquinha
Informações: (71) 2108-7300 / 7309 / 7310

Obs: Não haverá inscrição prévia. Vagas preenchidas de acordo com a capacidade do local.

Enviada por Diosmar Filho.

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Em Belo Horizonte, derrota eleitoral, mas ganho político

Artigo semanal de Frei Gilvander(1) para Combate ao Racismo Ambiental

Na Bíblia, o Evangelho de Lucas (Lc 13,1-5) narra que algumas pessoas faziam festa, porque o governador Pilatos tinha ordenado o massacre de dezenas de galileus que lutavam em Jerusalém contra a excessiva carga tributária, o endividamento e a privatização da saúde nas mãos dos sacerdotes. Fazendo análise da conjuntura com olhar crítico e criativo, Jesus de Nazaré alerta de forma enfática: “Se vocês não se converterem, morrerão todos do mesmo modo.” (Lc 13,3.5). Jesus recorda que além das ações repressoras de Pilatos, outros 18 galileus tinham morrido em “acidente” de trabalho (crime anunciado) na construção da Torre de Siloé, uma grande obra que interessava a poucos.

Essa passagem bíblica veio à minha mente ao saber da reeleição de Márcio Lacerda para prefeito de Belo Horizonte, cidade campeã em assassinato de moradores de rua, 67 em 15 meses. Lacerda foi reeleito no 1º turno com 52,69% dos votos válidos. Houve 19% de abstenção, 9% de nulos e 6% de votos brancos. Assim, Lacerda venceu com apenas 36% dos votos da população, pois 64% optaram por outros candidatos ou por nenhum. Votaram em Patrus (PT) 40,8%, em Maria da Consolação (PSOL) 4,25%, em Vanessa Portugal (PSTU) 1,55% e em menor percentual em outros candidatos. Assim Lacerda venceu no primeiro turno por 2,6% a mais de votos do que a soma das demais candidaturas.

Concordo 100% com Túlio Viana, ao avaliar: “Belo Horizonte paga o preço de 4 anos sem oposição ao prefeito Márcio Lacerda. Ao PT que só decidiu lançar candidatura própria porque foi rejeitado por Lacerda aos 45min do segundo tempo, só resta agora fazer uma oposição decente e tentar retomar daqui a 4 anos a prefeitura que Pimentel deu de presente à direita. De bom mesmo nesta história toda ficou o movimento FORA LACERDA que deu um show nestas eleições municipais, mostrando a força da sociedade civil e de uma juventude politizada para além das cartilhas partidárias. Vida longa ao FORA LACERDA!” (mais…)

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Polícia Federal acusa Petrobras de poluir o oceano

Investigação descobre que a empresa despeja no mar, sem tratamento, resíduos tóxicos – dejetos da exploração do petróleo

Diego Escosteguy com Marcelo Rocha, Murilo Ramos e Leandro Loyola

Na tarde de 30 de agosto de 2011, três botes da Polícia Federal (PF) deixaram a Marina da Glória, no Rio de Janeiro, rumo à Refinaria de Duque de Caxias, a Reduc, a quarta maior da Petrobras. Os botes singravam as águas do Rio Iguaçu quando, súbito, depararam com boias laranja impedindo a passagem. A água escurecida reluzia óleo. O rio estava tomado por uma língua negra de poluição, que se espalhava pela Baía de Guanabara – perto dali, ela tinha profundidade de 2 palmos. “Parece uma privada!”, disse um agente da PF. Os policiais retiraram as boias, esperaram a maré subir e chegaram às margens da Reduc, onde funcionários aguardavam-nos. A PF, comandada pelo delegado Fábio Scliar, chefe da Divisão de Crimes Ambientais no Rio de Janeiro, investigava por que a Petrobras descartava poluentes diretamente nas águas do Iguaçu e na vegetação da área. Era o início de um processo criminal que culminou, há dois meses, no indiciamento de dois gerentes da Petrobras por crime de poluição – e na descoberta, segundo a PF e o Ministério Público Federal, da negligência da Petrobras ao descartar o principal subproduto poluente da extração do petróleo, a “água negra”.

A blitz na Petrobras começara às 7 horas daquele dia, quando peritos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão subordinado ao governo do Rio, sobrevoaram de helicóptero a Reduc e constataram a mancha de óleo. Três horas depois, os peritos visitaram a refinaria. Percorreram, acompanhados de funcionários da Petrobras, as margens do rio. Perto de um dos pontos onde eles haviam avistado as manchas de óleo, uma placa dizia: “Interditada”. Os gerentes da Petrobras insistiram que os fiscais não atravessassem a área, embora não explicassem por quê. Os fiscais foram assim mesmo. Encontraram uma operação de emergência da Petrobras, montada para retirar a poluição do local – e, segundo o MP, encobrir o crime. Havia caminhões de sucção de óleo, barreiras, funcionários correndo para lá e para cá. “Presenciamos as tentativas, a todo o custo, de conter a grande quantidade de óleo ainda retido ali”, escreveram os peritos. “Os funcionários que nos atenderam negaram até a derradeira descoberta do vazamento.” (mais…)

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“Vamos fazer a maior luta da nossa história para exigir a condenação dos crimes em MG”

Por José Coutinho Júnior, Da Página do MST

No dia 20 de novembro de 2004, cinco trabalhadores sem terra foram brutalmente assassinados, e mais vinte ficaram feridos após a invasão do acampamento Terra Prometida, no município mineiro de Felisburgo, pelo latifundiário Adriano Chafik Luedy e seus jagunços.

Após oito anos do massacre, cujos responsáveis ainda não foram julgados, a violência no campo em Minas Gerais permanece: em uma manifestação dos quilombolas, que reivindicam uma área em Varzelândia, cuja posse já foi decretada, um jagunço assassinou um quilombola com um tiro nas costas.

De acordo com Afonso Henrique de Miranda Teixeira, coordenador das promotorias agrárias de Minas e membro da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, “a causa principal da violência é a não realização da Reforma Agrária, que já é uma violência em si. Sem ela é que temos a eclosão dos conflitos. Se concebemos que os conflitos agrários se dão por causa da terra, o maior responsável pela violência é o governo ao não realizar a Reforma Agrária”.

A violência no campo ocorre de três maneiras distintas: por meio da contratação de jagunços e pistoleiros pelos fazendeiros, pela formação de milícias armadas, com policiais militares a serviço do agronegócio e dos fazendeiros, e por meio do Judiciário, que tem assinado mandados de despejo com regularidade.  (mais…)

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