RN – Projeto do perímetro irrigado da chapada do Apodi. Um contrassenso. Entrevista especial com Antonio Nilton Bezerra Júnior

“Essa luta não é apenas dos camponeses e camponesas de Apodi. A luta em defesa da Chapada do Apodi se tornou uma luta nacional de todos aqueles e aquelas que defendem a dignidade das comunidades camponesas”, diz o sociólogo.

Na chapada do Apodi, localizada na divisa dos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará, há uma “disputa por dois modelos de agricultura”, diz Antonio Nilton Bezerra Júnior, da Comissão Pastoral da Terra de Mossoró à IHU On-Line. Um dos modelos está “enraizado” nas comunidades da região, e tem uma preocupação com a biodiversidade, a distribuição de renda e democratização da água e da terra. O outro, ao contrário, “provoca a concentração de terra, de água e de renda, que destrói a natureza, polui as águas e o solo, destrói a vida”.

Segundo Bezerra Júnior, a subsistência de milhares de famílias que trabalham com a agricultura e pecuária está ameaçada pelo projeto “Perímetro Irrigado de Apodi”, que prevê entregar as “terras da chapada do Apodi e a água da barragem de Santa Cruz, que tem capacidade de armazenar 600 milhões de metros cúbicos, a cinco grandes empresas da fruticultura irrigada”. Para ele, o projeto é inviável e o governo, apesar de reconhecer que “os perímetros irrigados do Nordeste não foram viáveis”, insiste na iniciativa. “Dados do próprio governo mostram que há no Nordeste mais de 140 mil hectares de terras em perímetro irrigados ociosos, sem funcionar”, argumenta. E dispara: “Querem transformar um território camponês produtor de alimentos saudáveis em uma zona de produção de frutas para exportação com base na utilização em grande escala de agrotóxicos. E, com isso, transformar uma pequena parcela da população local em mão de obra barata e em condições sub-humanas, características do agronegócio brasileiro”. (mais…)

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Ceensp debate conflitos de injustiça ambiental nesta quarta, 24/10

“O crescimento da economia mundial está provocando muitos conflitos nas áreas de extração de matéria-prima, de energia, de minérios e também de biomassa. São conflitos de injustiça ambiental. Não são conflitos entre capitalistas e trabalhadores, mas entre populações indígenas contra o aumento da produção de energia, por exemplo.” Esse será um dos assuntos abordados, no Centro de Estudos da ENSP de 24 de outubro, pelo especialista em Ecologia Política e Economia Ecológica da Universidade Autônoma de Barcelona Joan Martínez Alier. O evento, com o tema Uma maré de conflitos ambientais na América Latina e no mundo, é aberto a todos e não necessita de inscrição prévia. Quem não puder comparecer poderá acompanhar o evento via web, basta clicar AQUI.

Outra questão que será debatida pelo palestrante é o aumento do volume de exportação por países como o Brasil. “A América Latina e a África sempre foram fontes de riqueza para o resto do mundo. No caso do Brasil, tempos atrás exportava pau-brasil, café e borracha. Mas o volume de exportação nunca foi tão grande como agora, em virtude da demanda da China. O mesmo ocorre com a Argentina e o Peru”, afirmou. (mais…)

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Expansão da ferrovia Carajás aumentará impactos sobre povo Awá-Guajá

Cimi Regional Maranhão

Cerca de 500 pessoas participaram nesta terça-feira, 16, da 3ª Reunião Pública organizada pelo IBAMA e mineradora Vale em vista da duplicação da Estrada de Ferro Carajás, no Maranhão.

“O órgão ambiental e a empresa de mineração pretendem negociar os conflitos com mais de 100 comunidades ao longo de 900 quilômetros de trilhos somente em quatro reuniões públicas”, escreveu padre Dario, da organização Justiça nos Trilhos, presente no evento.

Em Alto Alegre do Pindaré (MA) estavam presentes líderes de comunidades e movimentos sociais vindos de cidades e povoados distantes. Traziam vários documentos. Entre eles uma carta aberta do Conselho Indigenista Missionário Regional Maranhão sobre a expansão da Estrada de Ferro Carajás e os impactos sobre o povo Awá-Guajá. Os documentos foram lidos na íntegra ou em versões resumidas.

Nos termos em que o encontro foi organizado, a representatividade dos povos indígenas não foi satisfatória: apenas seis índios Awá-Guajá, diante de uma população de mais de 400 indígenas dos povos Awá e Guajajara que vivem na Terra Indígena Caru, uma das terras atingidas. (mais…)

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Governador do Rio mantém disposição de desapropriar 100% de terreno de refinaria

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse ontem (22) que mantém a disposição de desapropriar 100% do terreno da Refinaria de Petróleo de Manguinhos, com objetivo de usar o terreno para construção de habitações populares, praças e parques. A empresa divulgou comunicado ao mercado propondo a venda de apenas 20% da área ao governo, ao valor de R$ 350 milhões, o que foi rebatido por Cabral. O governo do Rio alega que a refinaria deve cerca de R$ 600 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

“Não tem negociação, porque a refinaria tem que pagar os seus impostos. Nós vamos desapropriar totalmente, porque o que tem ali de tancagem é tudo fake [falso]. Não tem refinamento nenhum. Aquilo não existe, é falso. Não existe uma refinaria ali. Eles importam conteúdo internacional, que eles pagam inclusive os impostos, até porque não tem jeito, mas não pagam ICMS sobre isso. Tem distribuidora e não pagam ICMS.”

No comunicado ao mercado, veiculado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a empresa alegou que a venda de parte do terreno, próximo à Avenida Brasil, com 100 mil metros quadrados, permitiria a construção de moradias populares, como deseja o governo do estado. Além disso, essa seria a única parte do terreno que não tem o solo contaminado. (mais…)

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Chile: Intendente Molina se cierra al diálogo con Mapuche de Temucuicui

El intendente de la región de la Araucanía, Andrés Molina, rechazó conversar con una delegación de la Comunidad Autónoma Temucuicui que llegó hoy hasta la intendencia, en Temuco, para aclarar las graves acusaciones que había hecho la autoridad regional en su contra.

Por ADKIMVN

El intendente Molina, hace unos días comenzó una campaña de desprestigio de la comunidad de Temucuicui ante los medios de comunicación, acusándolos como “responsables de la violencia” en la zona de Ercilla, de estar “cerrados al diálogo” y que estarían viajando al extranjero a “vender” la causa Mapuche. Según él, esta sería la razón de no responder al llamado del gobierno de Piñera a integrarse al ADI Ercilla.

La delegación compuesta por autoridades tradicionales de la comunidad, el Lonko Victor Queipul, el Werken Jorge Huenchullan e integrantes de la comunidad, llegó con la intensión de aclarar estas acusaciones y dialogar con la autoridad regional para que se enterara de primera fuente cual es su visión sobre la situación de las comunidades y las razones de su rechazo al ADI Ercilla. (mais…)

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SP – Ato em Defesa dos Guarani-Kaiowás, 10/11, 13h, no MASP

É um tamanho genocídio o que vêm acontecendo ultimamente, com a vontade de aniquilação dos Guarani-Kaiowá. O homem, por sua vez, vem estragando a terra e o pouco do que é dela, ou o que há nela. A cada dia, morrem mais animais, arvores, ocupam-se terras, tudo em prol do tal “progresso”. Mas de progresso, não vemos nada, já que, pra isso, é preciso que pessoas sangrem e lutem, até morram pelo seu “Brasil”. É uma tremenda crueldade, tirar a terra de quem os pertence, tirar o direito dos nativos daqui. O homem branco está conseguindo terminar o que Cabral começou.

Ficar calado, e assistir de camarote esse genocídio, não é uma boa opção. Portanto, vamos a rua, gritar, levar faixas, protestar, bater o pé, pra que esse sistema inutil e desumano caia em si, e deixem para a terra o que é da terra.

Segue abaixo a carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil: (mais…)

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Pós-Afro convida para defesa de dissertação

Defesa de Dissertação:

Autor: Washington Santana de Jesus

Título: Rezadeiras/rezadores de preceito de São Francisco do Conde (BA):  Itinerários de fé e cura nas práticas etnomédicas.

Orientador: Prof. Dr. Livio Sansone (UFBA)

Banca Examinadora:
Profa Dra. Myrian Sepúlveda Santos(UERJ)
Profa.Dra. Miriam Rabelo (UFBA)
Prof. Dr. Fábio Batista Lima (UFBA)

26 de outubro de 2012,  15 horas
Auditório Milton Santos, CEAO

CEAO – Centro de Estudos Afro-Orientais

Pç. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho – CEP 40025-010. Salvador – Bahia – Brasil
Tel (0xx71) 3322-6742 / Fax (0xx71) 3322-8070 – E-mail: [email protected]

 www.ceao.ufba.br

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MS – 863 índios se suicidam… e quase ninguém viu

por Jornal da Gazeta

Nas últimas semanas, além do futebol de sempre, dois assuntos ocuparam as manchetes: o julgamento do chamado “mensalão” e, em São Paulo, o programa de combate a homofobia, grotescamente apelidado de “Kit Gay”. Quase nenhuma importância se deu a uma espécie de testamento de uma tribo indígena. Tribo com 43 mil sobreviventes.

A justiça federal decretou a expulsão de 170 índios na terra em que vivem atualmente. Isso no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul, à margem do Rio Hovy. Isso diante de silêncio quase absoluto da chamada Grande Mídia. (Eliane Brum trata do assunto no site da revista Época). Há duas semanas, numa dramática carta-testamento, os Kaiowá-Guarani informaram:

-Não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui, na margem do rio, quanto longe daqui. Concluímos que vamos morrer todos. Estamos sem assistência, isolados, cercados de pistoleiros, e resistimos até hoje. Comemos uma vez por dia. (mais…)

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México: Niñas indígenas mexicanas condenadas a vivir como adultas

Por Guadalupe Cruz Jaimes -* IPS/Cimac

MÉXICO – Desatendidas por el sector de la salud y sometidas por prácticas machistas, en México las adolescentes indígenas no tienen derecho a decidir sobre sus cuerpos, entre las realidades que las relegan y discriminan en materia de derechos.

Sin información en salud sexual y reproductiva, sin acceso a anticonceptivos y carentes de oportunidades educativas, además de padecer los “usos y costumbres” de sus pueblos que las tratan como objetos, las niñas indígenas de las comunidades rurales son obligadas a “asumir una vida adulta, siendo menores de edad”.

En México, según denuncias de defensoras de los derechos reproductivos, hay localidades indígenas donde los embarazos en adolescentes se han quintuplicado en tan solo un año.

Griselda Arroyo, líder de la Red por los Derechos Sexuales y Reproductivos (Ddeser) en el Valle del Mezquital, en el estado centro-oriental de Hidalgo, alerta que en la comunidad otomí de Capula los embarazos prematuros se dispararon cinco veces en menos de un año, al pasar de ocho gestaciones entre adolescentes de 12 a 18 años en 2011, a 40 casos hasta septiembre. (mais…)

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