Moradores de Barra do Riacho vão às ruas de Vitória pedir a construção de casas

Lívia Francez

Os moradores desalojados do loteamento Nova Esperança, localizado no distrito de Barra do Riacho, em Aracruz (norte do Estado), realizaram um protesto em Vitória, nesta quinta-feira (17), para lembrar que nesta sexta-feira (18) faz um ano da desocupação truculenta na comunidade, que foi arrasada pelo Batalhão de Missões Especiais (BME). Os moradores ainda passaram meses “morando” na quadra de esportes do distrito até que a prefeitura formalizasse os contratos de aluguel social das famílias desalojadas.

A manifestação teve início no Palácio Anchieta, no Centro da Capital. Depois os moradores se dirigiram em passeata ao Tribunal de Justiça do Estado (TJES).

Os manifestantes trouxeram para Vitória dois caixões, simbolizando a morte de dois moradores de Nova Esperança que perderam suas vidas em decorrência da ação violenta da polícia. A cozinheira Santa Peçanha sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) depois de passar mal ao ver sua casa sendo destruída, foi hospitalizada e morreu no dia 19 de maio de 2011, um dia após a desocupação. Já o aposentado Sebastião Moura, de 68 anos, morreu no dia 19 de junho de ano passado em decorrência de uma pneumonia provocada pela intensa friagem que castigava a quadra de esportes em que ele estava abrigado com as outras famílias que não tinham para onde ir depois da desocupação.

Depois da ação truculenta, as famílias foram cadastradas para o recebimento do aluguel social e posterior recebimento das casas que deveriam estar sendo construídas pela prefeitura com verba do governo federal no terreno onde estava erguido o loteamento Nova Esperança. As obras, no entanto, nem foram iniciadas por conta de uma disputa judicial entre a empresa vencedora do processo de licitação, a Construtora Arpa e Serviços Ltda. e a Estrutural Construtora e Incorporadora, que perdeu o certame.

Enquanto as construtoras interpõem recursos, a Arpa pela permanência à frente das obras e a Estrutural questionando ao resultado da licitação, as famílias permanecem sem prazo para o recebimento das casas. No terreno em que estava erguido o loteamento Nova Esperança vão ser construídas 450 casas para serem entregues às famílias desalojadas e a outras que estejam cadastradas no programa federal de habitação Minha Casa, Minha Vida.

http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=66832

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