A verdade dos fatos para iluminar o breu dos crimes da ditadura

A escuridão de nossa história recente que a Comissão da Verdade precisa iluminar. A trilha da liberdade e do Estado democrático e transparente exige que a verdade dos fatos seja conhecida por todos os brasileiros

O Brasil e as novas gerações merecem a verdade, afirma presidenta Dilma

Blog do Planalto

A presidenta Dilma Rousseff afirmou anteontem (16), no Palácio do Planalto, ao dar posse aos integrantes da Comissão da Verdade, que o Brasil e as novas gerações merecem a verdade. Segundo Dilma, a comissão, que terá prazo de dois anos para apurar violações aos direitos humanos ocorridas no período entre 1946 e 1988, que inclui a ditadura militar (1964-1985), não será pautada pelo revanchismo e pelo ódio.

“O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia. É como se disséssemos que, se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo, pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la.”

Segundo a presidenta, a criação da Comissão da Verdade não foi movida pelo desejo de reescrever a história. Para Dilma, a instalação da comissão é a celebração da transparência da verdade de uma nação que vem trilhando seu caminho na democracia.

“Ao instalar a Comissão da Verdade não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu, mas nos move a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem camuflagens, sem vetos e sem proibições”.

Dilma afirmou que os sete integrantes da Comissão da Verdade – Cláudio Fonteles, Gilson Dipp, José Carlos Dias, João Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro e Rosa Maria Cardoso da Cunha – foram escolhidos pela competência e pela capacidade de entender a dimensão do trabalho que vão executar.

“Ao convidar os sete brasileiros que aqui estão e que integrarão a Comissão da Verdade, não fui movida por critérios pessoais nem por avaliações subjetivas. Escolhi um grupo plural de cidadãos, de cidadãs, de reconhecida sabedoria e competência. Sensatos, ponderados, preocupados com a justiça e o equilíbrio e, acima de tudo, capazes de entender a dimensão do trabalho que vão executar. Trabalho que vão executar – faço questão de dizer – com toda a liberdade, sem qualquer interferência do governo, mas com todo apoio que de necessitarem”, disse a presidenta.

Na cerimônia, a presidenta também falou sobre a Lei de Acesso à Informação, que passou a vigorar junto com a Comissão da Verdade.

“A nova lei representa um grande aprimoramento institucional para o Brasil, expressão da transparência do Estado, garantia básica de segurança e proteção para o cidadão. Por essa lei, nunca mais os dados relativos à violações de direitos humanos poderão ser reservados, secretos ou ultrassecretos”.

http://www.palavrasdiversas.com/2012/05/verdade-dos-fatos-para-iluminar-o-breu.html

Enviada por José Carlos.

Comments (1)

  1. Esta, talvez, tenha sido a matéria mais clara sobre a questão da abertura dos arquivos da ditadura, tida pela Folha de São Paulo -beneficiária de todas as artimanhas ditatoriais,junto ao Estado,e panfletários deste rincão, afora – como “Dita-Mole”. Até mesmo, fora dos ditos arquivos,interessados em saber sobre a real história, estão se informando. Porém, os fatos que lhe estão sendo expostos não correspondem a uma realidade. Os “reaças” continuarão com seus argumentos. Estes, infelizmente, encampados por essa mídia, interessada em esconder seu passado (senão presente), ainda proliferam. Um dia (o túnel tem fim )essa moçada (coitados formados em universidades sem o mínimo de informação política)terá poder de separar o que lhes ensinam (?) e a obrigação de seus patrões com, principalmente, interesses político/monetário.

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