Inaugurada Escola Municipal Indígena Ignês Benedicto

A Prefeitura de Boa Vista inaugurou na comunidade do Milho, na manhã desta terça-feira (24), a Escola Municipal Indígena Ignês Benedicto. A solenidade encerrou a programação do Abril Indígena, com a presença de autoridades municipais e de moradores da comunidade.

A escola tem o mesmo padrão das demais unidades construídas pela Prefeitura, com salas de aulas, despensa, cozinha, banheiros masculinos, femininos e para deficientes físicos, pátio coberto, área administrativa e laboratório de informática. O plano pedagógico também é o mesmo desenvolvido nas escolas da Capital.

De acordo com o secretário municipal adjunto de educação e cultura, Airton Lima, a Prefeitura dobrou o número de unidades escolares na administração do prefeito Iradilson Sampaio.“Antes, eram apenas três escolas. Hoje são sete escolas e cinco anexos atendendo a 12 comunidades indígenas”, afirmou.

O Tuxaua Manduca agradeceu em nome da comunidade a nova unidade de ensino. “Nós recebemos essa escola com muito carinho, com muito amor, pois vai nos ajudar a buscar melhorias para a educação, para a nossa vida, a dos nossos filhos e da comunidade”, disse.

HOMENAGEADA – Ignês Benedicto era agricultora da terra indígena São Marcos. Segundo contam, trabalhou muito para criar os oito filhos e, destes, apenas sete foram alfabetizados, aprendendo a assinar o nome, apesar da grande dificuldade do acesso à escola e dela própria não ter sido alfabetizada.

Ignês era evangélica desde 1990 e participou de várias conferências evangélicas na cidade de Natal (RN). Em 15 de maio de 1998, ela contraiu uma doença que a levou a óbito em 10 de dezembro do mesmo ano. Ignês Benedicto deixou além de filhos, noras, genros, netos e bisnetos.

Por ter sido uma pessoa bem atuante na comunidade e pelos benefícios realizados, a Comunidade do Milho quis prestar essa homenagem a Ignês Benedicto colocando o nome dela na escola.

Seu filho mais velho, João Tavares, contou das dificuldades que sua mãe teve para criar ele e seus irmãos, e do orgulho que a família teve em saber da homenagem feita à matriarca da família. “Eu só sei escrever meu nome, mas espero que meus netos aprendam a ler e a escrever. Eles não precisarão ir para outro lugar para estudar”, ressaltou.

No dia 2 de abril foi inaugurada a escola na comunidade indígena Truaru da Cabeceira. Na última terça-feira (20) foi a vez dos moradores da Comunidade Vista Alegre serem beneficiados também com uma nova instituição de ensino.

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